segunda-feira, 6 de abril de 2015

São Paulo, SP a Paraty, RJ de bike dobrável, via Rodovia dos Tamoios. Primeiro dia.

Olás meus amigos e amigas!

Demorou mas eu reapareci com mais um relato de cicloviagem, né? Bom, mas antes der dar início ao relato gostaria de comentar com vocês a importância deste relato no mês de abril. O mês de abril tem um significado todo especial, pois nesse mês, dia 22, completo 8 anos em completa abstinência do tabagismo. Uma grande vitória, graças a Deus! E também porque é o mês de aniversário do Blog. Duas datas importantes para mim. Assim, o bolo será cortado com um relato de cicloviagem.

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Nanika na garagem, pronta para sair





Domingo, dia 08/03/2015, o despertador do celular me acorda às 3:30 horas da madrugada. Nossa, isso é hora de acordar?, perguntei a mim mesmo. Mas eu estava tão ávido por uma cicloviagem que pulei imediatamente da cama! Lógico que no dia anterior eu já deixara a Nanika prontinha; era só fazer um lanche rápido,  pegar as garrafinhas de água na geladeira e sair pedalando na madrugada.

É certo que a cicloviagem já vinha sendo preparada há semanas atrás, com trocas de e-mails com proprietários de Campings onde eu iria acampar para passar a noite, preço da passagem de ônibus para o retorno e outros detalhes que fazem com que a cicloviagem comece mesmo antes de começar. Estranho né? Mas aqueles que fazem cicloviagens sabem perfeitamente qual é a sensação que nos acomete nesses dias de planejamento. É muito prazeroso!

Bom, eram 4:21 hrs da madrugada quando eu fechei o cadeado do portão pelo lado de fora. Minha ideia era pegar o trem da CPTM na Estação Tatuapé e seguir até a Cidade de Mogi das Cruzes, Estação Estudantes, de onde partiria pedalando até a Cidade de Paraibuna, SP, onde o pessoal do Mandizeiro Pesca e Laser já me esperava.
Assim, saí feliz da vida pedalando pela cidade  adormecida.

Faixa de ônibus da Av. Conselheiro Carrão.



Ciclovia da Av. Radial Leste.





Chegando na Estação Tatuapé, próximo das 5 horas da manhã.



O caminho estava livre aquela hora da manhã. Pouquíssimos caros, nenhum ônibus, poucas pessoas, tudo do jeito que o Antigão gosta.
Subi a rampa da Estação, passei no bloqueio e fui para a plataforma aguardar o trem. O relógio marcava 5:10.
Quando cheguei na plataforma já havia lá um outro biker, segurando uma Caloi 29". Ele também ia para Mogi das Cruzes, para descer a Serra de Bertioga, junto com uma galera que já o esperava em Mogi. De lá seguiriam até o Guarujá.


Nanika na plataforma, aguardando o trem para Mogi das Cruzes.



Bom, vocês sabem como são os bikers, né?! Começamos um bom bate papo e logo nos tornamos amigos. Conversávamos distraídos enquanto o trem estava parado numa estação. Percebi que estava entrando pessoas demais no nosso vagão. Perguntei a um cidadão em que estação estávamos e ele respondeu Guaianazes. Nossa, mais uns minutos e voltaríamos no mesmo trem!!! Descemos rapidinho e fomos procurar o trem da baldeação, que seguiria para Mogi. Perguntei para um guarda ferroviário e ele respondeu Não tem! Não tem???!!! Como???. O trecho adiante estava interditado até Jundiapeba.
As pessoas que seguiriam até Mogi teriam que pegar um ônibus comum, providenciado pela CPTM, descer em Jundiapeba e continuar de lá, de trem, até Mogi.
Nossa, falei para ele, como eu faria para por a bikezinha carregada num ônibus comum? Ele respondeu que a CPTM tinha fiscais no ponto e eles providenciariam para que a bike entrasse no ônibus.
Pegamos um "vale ônibus/trem" e fomos para o ponto. No ponto, um fiscal gentilmente me ajudou a colocar a Nanika para dentro do busão. O amigo também entrou com a sua bike. Arrumamos um cantinho que não atrapalhasse ninguém e seguimos viagem.


Nanika viajando de busão local.







Consegui sentar no banco de cadeirantes, já que estava vazio.






O ônibus pareceu demorar um século para chegar em Jundiapeba. As ruas e avenidas repletas de "quebra-molas" (lombadas) não permitiam que o motorista do ônibus desenvolvesse uma boa velocidade ao veículo. Andava, parava no ponto para subir ou descer alguém; diminuía a velocidade para transpor as lombadas e assim as horas iam passando. De Guaianazes a Jundiapeba são uns 20 Km.
Sei lá quanto tempo depois, enfim chegamos. O Amigo biker me ajudou a descer a bikezinha e fomos para a estação pegar o trem para Mogi. Eu desceria na Estação Estudantes e o amigo na Estação Mogi das Cruzes, portanto, primeiro do que eu.
Legal, né, cada cicloviagem tem uma nova aventura, pensei.

Eu estava preocupado, pois o caminho que eu escolhera dava 95 Km de pedal, mais o tanto que eu pedalara para chegar na Estação Tatuapé. Como eu estava destreinado, há muito tempo longe das cicloviagens, preocupava-me o fato de chegar no Mandizeiro depois das 18 horas e encontrar os portões fechados, uma vez que era domingo e eles fecham as 18 horas. Eu havia feito contato com o Marcelo, que me passara o telefone dele para o caso de eu chegar depois das 18 horas, Nesse caso eu ligaria e ele viria abrir os portões para eu entrar e montar a minha barraca de pernoite. Mas tudo bem, agora eu já estava no trem e roda prá frente!


O amigo biker á esquerda, sua companheira de pedal á direita.




Caramba, só restamos eu e a Nanika no trem!!!



A amiga biker já estava no vagão quando nós dois entramos empurrando as nossas bikes. Ela também iria descer com eles para o Guarujá. Em Mogi desceram e eu continuei até Estudantes.

Desci em Estudantes, tomei um café rápido com pão de queijo, enchi as garrafinhas com água gelada e saí pedalando em direção á Guararema, onde eu passaria para acessar a Rodovia Carvalho Pinto.


Programação de paradas para pouso.



Há caminhos alternativos em terra para chegar em Paraibuna. Pode-se faze-lo por Cesar de Souza, e Santa Branca. Esse caminho já sai de cara em Paraibuna, mas como chovera muito nos últimos dias, optei por pedalar um pouco mais e pegar só asfalto. Assim fui por Guararema, Rod. Carvalho Pinto, onde no Km 96 peguei a Rodovia dos "Tobogãs", digo Tamoios. A Rod. dos Tamoios caracteriza-se por não ter trechos planos: ou você está descendo ou está subindo.



Ciclovia em Mogi das Cruzes.




SP 066 - Descida da Serra de Sabaúna - Um pouco mais de 3 Km.




Chegando em Guararema, SP.







Portal de Guararema.






Voltando para a estrada.





Até aqui o sol ainda não estava perturbando muito, mas depois ele pegou no breu mesmo! 






Como diz um amigo biker do RJ: É tanto verde que parece que nem existem mais cores!



Chegando no acesso à Rodovia dos Tamoios.



E lá vamos nós no sentido Paraibuna, Caraguá, Ubatuba.




Pedalar na Rodovia Carvalho Pinto é muito legal. O acostamento é farto e muito limpo.




Peguei a Carvalho e continuei pedalando de boa, tirando fotos, parando para descansar, tudo como um cicloturista gosta. Nada de pressa nem compromissos com a vida. Só o prazer de sentir o vento acariciando o rosto e apreciando as paisagens. Eu tinha programado essa cicloviagem solo porque realmente queria estar só comigo mesmo; precisava de um tempo para acertar algumas tomadas de decisões e nada como um pedal em meio às paisagens verdes para deixar a mente limpíssima, alva como a neve! Só eu e o Papai do Céu, que beleza!

Túneis a vista!



Como diz o novo ditado, há sempre um Antigão dentro do túnel, hehehe!



Logo cheguei á saída 96, acesso á Rodovia dos Tamoios. Aqui o sol já estava bem quente, pois era próximo do meio dia, assim parei para descansar á sombra de algumas árvores. Peguei a garrafinha dágua, sentei e fiquei meditando um pouco. Estava distraído quando reparei num biker que vinha pela Rod. dos Tamoios, no sentido São José dos Campos. Assim que me viu com a bike carregada tratou de vir prosear um pouco.
Gente finíssima! Ficamos ali batendo um papo, pois descobrimos que fôramos vizinhos: ele morou na minha região e agora mora em S. J. dos Campos. Insistiu para que eu fosse almoçar na casa dele, mas teríamos que voltar uns 8 Km e, como já estava com o horário apertado, tive que declinar do honrado e apetitoso convite. Despedimo-nos e continuei a minha cicloviagem, agora pela Rodovia dos Tamoios, sobe, desce, sobe, desce...

Interessante que entre uma entrada de Santa Branca e outra, já há uma ciclovia toda bem protegida por paredões de concreto ao lado da via. Como se trata de subida longa, deduzi que futuramente farão do acostamento uma faixa adicional, oferecendo então aos bikers uma saída pela ciclovia. Se esta for a intenção, devo parabenizar a administração da rodovia. Contudo, chamo a atenção da mesma para o fato de que num trecho já há trincaduras e desbarrancamentos por baixo, solapando a ciclovia, o que pode até oferecer risco de vida, uma vez que o barranco é muito alto. Nesse aspecto, parece que foi o ajudante do auxiliar do engenheiro que projetou a ciclovia.
Infelizmente não tirei fotos do trecho, mas filmei alguma coisa e mostro no vídeo abaixo.







No mais a cicloviagem continuou tranquila, apesar dos sobe, desce, sobe, desce...

Mas a fome apertou e eu parei para tomar um lanche, já que não haveria tempo para almoço, pensava eu. Nem lembrei da glicemia alta, ou se lembrei mandei às favas e pedi um suculento pão com calabresa e queijo. Nossa que fome! Comi sem culpa e tomei duas latinhas de coca-zero, cheias de aspartame!

Hora do almoço.


Enquanto eu almoçava a chuva caiu, e caiu forte! O mais legal foi que assim que paguei e me preparei para recomeçar o pedal, a chuva parou como num passe de mágica. Obrigado Papai do Céu! Não que eu iria me intimidar com a chuva, mas pedalar sem chuva é melhor.


A chuva caindo lá fora.




A Cidade de Paraibuna, SP.



Logo em seguida, alguns Km adiante, liguei para o Marcelo do Mandizeiro para confirmar o acesso, já que com a Nova Tamoios os retornos foram modificados. Confirmado o acesso, no Km 36 entrei na Estrada da Cesp e mais uns 3 Km de pedal cheguei ao Mandizeiro.

Olhei no ciclocomputador, 105 Km pedalados! Caramba, para quem ficou mais de um ano sem cicloviajar foi um feito memorável! E tem mais: Cheguei antes das 17 horas!

Fui muito bem recebido e fiquei muito feliz em rever Sr. Otávio, Marcelo e o Paraíba! Pessoas maravilhosas. Diga-se de passagem, o Mandizeiro é tudo de bom. Não é um local para a prática de campismo. Mas é um local para uma família passar um fim de semana maravilhoso, pescando e curtindo os melhores momentos de uma boa pescaria. Atendimento nota 1000!


Olha só a cara de tristeza do Antigão.



Cheguei de boa, não estava super-cansado, confesso que até eu mesmo me surpreendi com a minha boa performance, levando em consideração tanto tempo longe das cicloviagens. Por isso que eu sempre digo, saia do sedentarismo, pratique esportes, viva uma vida com saúde e seja feliz!

Bom, antes mesmo de montar minha barraca Sr. Otávio me deu um bom desconto para um chalé com uma cama confortável e lógico, eu não resisti.

Depois de pedalar 105 Km dá para resistir a uma suíte com uma cama dessas?



Com este visual da varanda?





E assim fechou o meu primeiro dia de cicloviagem.
Só alegrias, novos amigos, novas paisagens, mente limpíssima, tudo o que um cicloturista gosta.
Obrigado Papai do Céu!



Como será que foi o segundo dia, hein?
Teve até filmagem da descida da Serra da Tamoios; a bike chegando primeiro que os carros na baixada, não percam!

Para ir para o segundo dia clique aqui SEGUNDO DIA.



E o sombra não ficou para trás não!




Uma praia só para o Antigão, delícia!



8 comentários:

Unknown disse...

Show de roda meu amigo, que delicia hein!!!

Unknown disse...

Que delícia de viagem! Grato pelo relato! Abraços, Humberto Santana.

FabioTux disse...

Aeee Antigones!

Que belezinha de primeiro dia, hein? Com direito a desconto pra dormir no conforto!

Bora ver como termina esse rolezin do véinho Waldson! ;)

Abraço, Mestre!

Unknown disse...

Haha, um dia eu aprendo a deixar a Alinne-Bike pronta de noite... Todo dia é uma confusão e pressa que acabo misturando cuecas com isotônico (em pó)...

Ótimo relato, estava bem inspirado. Dá gosto de ler, me sinto a teu lado...

Grande cicloabraço!

joaozinhomenininho disse...

Super Waldson!!!!!


Que ótima viagem com a miudinhaaaaaa...

Toda a energia positiva para o sucesso dessa sua "foldingbiketrip" (viagem de bicicleta dobrável)...


Cicloabraços - Joãozinho

Gilmar Mendes disse...

Legal Waldson, mais um lindo relato.

Parabéns pela coragem do pedal solitário
sempre acompanhado pelo sombra :)

[]s ;)

dinhola disse...

Que maravilha, isto que e vida, ter o prazer de fazer o que gosta.

Unknown disse...

ja estou lendo novamente sua aventura...delicia de viagem...