terça-feira, 27 de julho de 2010

Peruíbe pela famosa BR 116 - Régis Bittencourt - 2º Dia.

24/07/2010 - Segundo dia:

Para acessar primeiro dia clique aqui.


O celular berrou ás 6 horas da madrugada! Minha nossa, choveu a noite inteira! Foi massa dormir ouvindo o barulho dos pingos na chuva no plasticão. Ainda bem que eu providenciei essa "cobertura", a barraca tá sequinha!
Ainda na noite passada recebi telefonemas e mensagens de grandes amigos me cumprimentando pela passagem do aniversário, foi legal!


Bom, a conversa tá boa mas tenho que levantar. Seis horas da MADRUGADA!!! Pô, preciso mesmo levantar a essa hora???!!!
Estava uma escuridão só. A barraca foi montada num bosque muito bonito, á beira do Rio São Lourenço. A manhã estava fria. Tratei logo de sair do saco de dormir aconchegante, vesti calça de agasalho, jaqueta e saí para preparar o café da manhã.


Macaco véio também dá mancada de vez em quando!: Como estava chovendo na noite anterior não lavei o prato da janta e o deixei no "avancê" de plastico, á porta da barraca. No escuro da manhã peguei-o para levar até a pia e... FORMIGAS!!! Dezenas, centenas, milhares delas me picando as mãos e os pés (eu estava de sandália havaianas). Misericordia!!!


Passado o susto, fui preparar o café da manhã. A garoa havia diminuido e eu tinha que desmontar tudo rápido, antes que a chuva recomeçasse.


Olha o tamanho dos pingos de chuva, na foto!



Um café com leite bem quente para aquecer até a alma!


Desmontando a barraca debaixo do plástico.
Está tudo sequinho!


Enrola daqui, enrola dali, acabei saindo do
Camping já passava das 8h30m!!!


Muito legal esta "máquina" do passado.
É uma debulhadeira de milho e tem aproximadamente 90 anos.
O proprietário da loja disse que vai restaurá-la.



A Sra. proprietária do Camping, simpatissíssima, me recomendou muito cuidado. Disse que logo que eu passasse Juquitiba, á 8 Km, haveria apenas uma subida "braba", depois começaria a descer, descer, descer... Enquanto ela falava eu me via descendo a serra... deslizando como um bólido serra abaixo! Despedi-me e saí encarando a garoenta manhã. Não estava tão frio e como a garoa não estava tão forte, optei por não vestir a capa ou a blusa, pois não queria transpirar e acabar molhado de suor.
O pedal do dia anterior tinha sido até relativamente fácil, portanto eu estava animado vendo o bom estado da rodovia.




Quem pode resistir a um acostamento desses?!


Logo apareceu a entrada de Juquitiba e eu passei ao largo, pedalando alegremente. Minha mente sorria e dizia para si mesmo: "Apenas uma subida braba depois só descer, descer, descer..."


Juquitiba.



Hum... estreitamento de pista???!! Será que acabou o acostamento?
Bom, ficou assim, mas não por muito tempo. Ufa, que susto!


Logo voltou ao normal. Liso e convidativo!



Logo veio a placa anunciando as obras da Serra do Cafezal. Mas eu nem imaginava que a serra estava muito longe ainda.


Olha só o trânsito e o Antigão cortando pela direita, de boa!

De repente começacaram as subidas. Veio a subida "braba", a "mansa", a "raivosa", etc, etc, etc, minha nossa! Um tobogã lascado!
E chuva caiu impiedosa, molhando até os ossos do Antigão! Deu vontade até de chorar! Nas subidas o acostamento se transformava em pista adicional. Andar em cima da pista?! Nem na mais fértil imaginação isso é possível! Centenas de Carretas enormes passam voando, cuspindo água por todos os lados! É necessário atravessar a pista e subir na contra-mão. As carretas descendo em minha direção quase me jogavam ao chão, tal era o deslocamento de ar. Fora a garoa forte que deixava meus óculos ensebados. Mesmo pedalando na mão, com o espelho e o óculos ensebado eu nada via. Muitas pontes estreitas, onde não há como subir na pista. Subir é virar ciclete de roda de carreta.


A névoa diminuia ainda mais a visão. Foi um verdadeiro sufoco! Mesmo assim, alguns caminhoneiros, nos subidões me cumprimentavam acenando, ou com a buzina. Isso me animava a continuar.



De repente um big descidão e lá vou eu, á milhão. Garoa no rosto, que se dane, já estou todo ensopado mesmo!
Na baixada uma ponte estreita. Olho no espelho ensebado e só vejo carretas e mais carretas descendo. Não dá para passar pedalando. Desço da bike e vou empurrando, bem coladinho ao gradil. Vou olhando para a frente e repentinamento ouço uma buzinha forte vindo de trás, viro a cabeça e não acredito no que estou vendo! Uma carreta carregando um treco que pega uma pista e meia!!! E não dá tempo de eu sair da ponte! O motorista vinha escoltado por batedores da empresa e uma viatura da polícia rodoviária. Jogou o caminhão mais para a esquerda e aquele treco enorme passou perto, muito perto de mim, a ponto de me dar o maior frio na barriga que eu já senti na minha vida!


Eram duas carretas, mas como a segunda vinha um pouco mais atrás, deu tempo de eu sair correndo e atravessar a ponte.


Olha a danada subindo...


As carretas e batedores sumiram, embora subissem devagar, mas deixaram atrás um rastro de centenas de carretas e carros de passeio. Aquele imenso cortejo foi passando por mim subida acima, lentamente, porém mais rápido do que eu conseguia pedalar.


Alguns Kms adiante vejo as duas carretas estacionadas, já saindo para a estrada novamente. Como era uma subida e eu estava na contra-mão demorou para eu conseguir passar para a mão correta, pois o cortejo não deixava eu atravessar (Como na foto acima). Em determinado momento surgiu uma brecha e eu consegui acenar para os motoristas e passei entre eles para o outro lado da pista, isto é, na minha mão. Mal eu sabia que iria ocorrer um fato que me faria sentir o cara mais sortudo da vida!: Era a última subida antes da serra do cafezal! A Policía Rodoviária fechou a descida para que as carretas enormes pudessem descer vagarosamente, principalmente por causa que a chuva tava caindo com força. Começei a descer e fui ultrapassando o enorme cortejo, pelo acostamento. Ouvia as buzinas dos caminhões me dando um alô, afinal já nos víramos antes, hehehe! Logo ultrapassei as duas carretas e agora eu tinha a Looooonga Serra do Cafezal só para mim!!! Viiiiiivaaaa!!!


O dono da estrada!


Não parei para tirar fotografias, pois queria tirar o maior proveito da situação. Não sabia até onde aquela moleza poderia durar, já que durante a descida observei vários trechos de estreitamento de pista. Os veículos que vinham no sentido contrário acho não entendiam nada, como um sujeito com uma bike poderia estar pedalando numa pista exclusiva, ahahaha! Não sei quantos Kms a serra tem, mas demorou muuuuuiiito para chegar á parte plana.
E tome chuva! parei para tomar um lanche, barrinhas de cereal com isotônico e só quando já estava me levantando do chão molhado para voltar a pedalar o longo cortejo passou por mim. Novamente muitas buzinadas e acenos. Foi muito emocionante.


Algum tempo depois, parei para almoçar. Tava sorrindo a toa!



Restaurante e lanchonete do Faustão. Arroz, feijão, salada de tomate com alface e cebola, farofa, quibebe de mandioca e duas bistecas deliciosas por R$ 8,00. Mais uma latinha de Fanta, deu tudo R$ 10,00. Um cafezinho bem quente de brinde.


Molhado e com fome.




Perguntei a um caminhoneiro que almoçava ao lado se a SP-55, Estrada da Banana, estava muito longe. Ele disse que não, estava pertinho. Perguntou para onde eu estava indo. Respondi Peruíbe. Ele me olhou de cima abaixo e disse que é muito perigoso pedalar na Estrada da Banana, pois não tem acostamento e o tráfego de caminhões é intenso. Continuou dizendo que caminhões cegonheiros fazem um vai-e-vem constante em alta velocidade na rodovia.
Perguntei se mesmo sendo sábado isso ocorria. Ele respondeu que não tinha dia, mesmo de sábado isso ocorria.
Naquele momento um calafrio percorreu toda a minha espinha e mesmo em pensamento acabei concordando com a Dona do Restaurante, que havia dito que eu era muito "corajoso". Sim realmente eu era muito "corajoso", que em outras palavras quer dizer "LOUCO!"
E agora, voltar? Como?! Não, o Antigão não iria desistir assim tão facilmente! Agradeci aos dois e saí pedalando sob a chuva fria.





A SP-55 é impraticável! Até que tentei ficar em cima da pista, mas os caminhões logo me jogaram para fora! O caminhoneiro não mentira. Cegonheiros passavam assoprando ao meu lado. Aí tudo ficou muito difícil! Mesmo que por algumas vezes eu tentei ficar sobre a pista não dava porque eu tinha que tirar os óculos e assim não enxergava nada que vinha de trás, haja vista que a visibilidade era ruím por causa da chuva e o espelho retrovisor estava todo embaçado. Dez, vinte, cem vezes, perdi a conta das vezes que tentei enxugar os óculos. Resigneime a pedalar os próximos 40 Km pelo mato, areia, pedra, lama, á beira da pista. E assim foi. Subidas intermináveis pedalando pelo meio do capim, cascalho, desviando de pedaços de pneus, pedras, garrafas plásticas e todo o tipo de lixo que se vê na beira da estrada sem acostamento.


Cheguei em Pedro de Toledo.



Ás vezes até aparecia alguns metros com um restinho de acostamento, mas logo acabava e vinha a tristeza de novo. A bike, Estradeira, resistia bravamente a tudo aquilo.



O nome Estrada da Banana se justifica. Para todo o lado que se olha só se vê bananeiras.


Uma "serra" de bananeiras.





Cheguei em Itariri. Estava morto de cansado. Olhei no relógio, passava das 16:30 horas. Pensei em entrar na Cidade e procurar um lugar para passar a noite. Eu precisava avidamente de um banho quente. Resolvi continuar, não obstante antever que chegaria já de noite em Peruíbe.





Quando cheguei nesta placa e vi a SP344/55 com um acostamento generoso, embora cansado, me enchi de ânimo! Só 10 Km?! Dá para chegar sossegado! Comecei a rodar pela aquele acostamento plano e largo, meu corpo até estranhou.
Algumas pedaladas mais a frente e começei a ouvir um estalo vindo da relação. Parei a bike, examinei câmbios, coroas, corrente, mas estava tudo tão sujo e cheio de areia que era quase impossível ver alguma coisa. Mais umas pedaladas e as marchas começaram a pular. Tentei regular através da porca de regulagem do cãmbio traseiro, mas não dava certo. Consegui uma marcha que, com a coroa grande da frente, não pulava engrenagem atrás. C0mo era plano saí pedalando assim mesmo, conseguindo mesmo cansado uma média muito boa.
A garoa forte voltou, que pena! Lá vou eu me molhar tudo de novo!


Falta pouco... A noite tá chegando!



Comecei a avistar a cidade... ás 18 horas e 30 minutos, cheguei em Peruíbe. 112 Km pedalados.


Dei alguns passos dentro da cidade e... plec... caiu a corrente no chão! Quebrou! Esse meu Deus é maravilhoso mesmo!!!


Fui empurrando a bike para a Pousada Evangélica.


Mesmo depois de um banho quente, roupas secas, olha só a cara do cidadão... não seria capaz de pedalar nem mais um metro sequer!




Após tomar um lanche na barraca do Gaucho, fui dormir. Coloquei o celular para despertar as 7h30m.


Dia 25/07/2010 - Acordei refeito! Comi algumas frutas, tomei um chá quente, comi um pedaço de bolo, finalizei com um café estimulante e fui arrumar a corrente da bike.
Domingão, tudo fechado, mas não me preocupei, pois carrego comigo a chave de corrente e alguns gomos sobressalentes.


Ave de bom agouro... se aquecendo ao sol.





Olhem só a sujeira que ficou na relação.






Consertada a corrente, agora é lavar a bike para poder colocá-la no bagageiro do ônibus.


Depois de uma lavada.




Precisava chegar cedo em casa mas chegar em Peruíbe e não dar uma passada na praia seria um sacrilégio!


Despedi-me das irmãs Viviane e Sidnéia e me puz
a caminho da praia para umas fotos





Olha o grandão que vai me levar para São Paulo.
10:30 horas. Saída de Peruíbe.




Nenhum problema para embarcar a bike.
Nem precisei tirar as coisas do bagageiro.



A valente Estradeira também merece um descanso!
Só faltou o travesseiro, hehehe!




Bom, agora, depois de desvendar o mito da Régis Bittencourt só me resta dormir um bom sono e acordar em São Paulo.



Cheguei em São Paulo ás 12:30 horas. Apenas duas horas de viagem.


Desci na Rodoviária do Jabaquara e para não passar a limpo ainda fui pedalando até a minha casa, próxima ao Shopping Aricanduva, Zona Leste de São Paulo.


Total de Km pedalados: 246,29
Baixas: Uma quebra de corrente.
Camping: R$ 20,00
Pousada: R$ 20,00
Ônibus: R$ 31,75


Sumário:


A Régis Bittencourt é uma excelente rodovia para se pedalar, tendo em quase todo o trecho que pedalei um bom acostamento. Devido ao enorme tráfego de carretas que seguem em direção ao Sul do País, exige muitíssima atenção.
A Serra do Cafezal é muito técnica, exigindo do biker muitíssima atenção. Graças a Deus eu fui favorecido pelas circunstâncias, mas não é sempre que isso acontece.


A SP-55 é impraticável se quiser pedalar pelo asfalto. Mesmo para pedalar pela beirada da pista o ideal é pneus largos (1,95 no mínimo) e mixtos. Uma boa suspenção vai ajudar bastante. Tentar e conseguir fazer esse pedal de Speed é o mesmo que ganhar na loteria.


Sem falsa modéstia, eu não recomendaria esse pedal para um iniciante sob hipótese alguma.


Agradecimentos:


Agradeço a Deus por ter me permitido fazer mais essa cicloaventura e poder compartilhá-la com todos vocês.
Agradeço ao amigo e parceiro Luciano Ramos que muito me ajudou a elaborar o trajeto até o Rodoanel Mário Covas.


Agradecimentos em especial a todos áqueles que nos incentivam e nos ajudam com palavras positivas.


Agradeço ao pessoal do Camping Pilacanto pela gentil acolhida e excelência no atendimento. http://www.canaldoturismo.com.br/pilacanto/camping.html


Louvo a Deus pelas vidas das irmãs Viviane e Sidnéia, do Recanto Shalom Victoria, 1ª Pousada Evangélica em Peruíbe. Av. Pe. Anchieta, 131 - Fone (13) 3455-2874


Até a próxima e um grande abraço!



domingo, 25 de julho de 2010

Peruíbe pela famosa BR 116 - Régis Bittencourt

Há tempos eu sonhava em encarar a Régis Bittencourt e desvendar os seus mitos. Sempre ouvi falar horrores dessa rodovia, até o apelido de "Rodovia da Morte" ela ganhou, pois muitos acidentes ocorreram durantes os seus muitos anos de rodovia de mão dupla. A Serra do Cafezal, com mão dupla até hoje assusta muita gente.
Já fiz muitas cicloviagens pelo litoral Norte. Já até posso arriscar dizer que conheço alguma coisa de suas belezas. Mas e o Litoral Sul? Eu também pretendia conhecê-lo, mas de bike. Peruíbe é uma cidade litorânea, tranquila e sossegada. Eu já estive lá algumas vezes, á trabalho. Outras vezes passei por lá dirigindo-me á Barra do Una, na Reserva da Juréia, onde acampava para fazer pesca de praia.


Na sexta-feira, 23/07/2010, eu estaria de folga e pretendia fazer um pedal mais longo, de dois dias pelo menos. Eu até pensara em Iguape-SP, ou São Luiz do Paraitinga, mas acabei por me decidir por Peruíbe.


Na quinta-feira eu já estava com todo o planejamento pronto: Bike e tralhas, bem como Camping e Pousada. Por via das dúvidas, alertado pelo sexto sentido, resolvi ligar e confirmar o Camping mais uma vez e a Sra. que me atendeu disse que não mais alugariam o Camping para montar barracas, só para eventos. Na hora me subiu uma raiva danada, mas achei melhor agradecer e buscar outras alternativas. Nas minhas pesquisas eu já tinha encontrado o Camping Pilacanto, que fica á 8 Km antes da entrada de Juquitiba. Liguei lá, fui otimamente atendido e confirmei a minha estadia.
Tudo acertado, cheguei em casa por volta das 19:30 horas e fui fazer os preparos finais para a viagem. Seria em torno de 250 Km para ser feito em dois dias.


Nota: Errei ao configurar o datador da máquina. As fotos estão com um dia a mais.


Bike pronta para sair na manhã seguinte.




O relógio me despertou ás 4 horas da manhã. Eu não queria acordar, queria dormir mais um pouco, mas antes que pegasse no sono novamente pulei da cama. Uma hora depois, com todos os finalmentes conferidos parti para mais essa cicloaventura. Era 5:14 da manhã quando beijei a minha esposa no portão e saí empurrando a bike morro acima.


Pelo meus estudos e ajuda do amigo Luciano Ramos, o melhor caminho seria Vila Prudente/Ipiranga, pegando a Av. Ricardo Jafet, que passa a ser Rodovia dos Imigrantes alguns Km depois.
Pedalar na Av. Luiz Ignácio de Anhaia Mello, numa sexta-feira, ainda no escuro foi terrível! Mas consegui chegar são e salvo a Rua dos Patriotas, no Ipiranga. A manhã estava fresca, até um pouco fria.
Pouco tempo depois, ainda no escuro, cheguei diante do Museu do Ipiranga.


Visão Noturna do Museu do Ipiranga.



No início da Rodovia dos Imigrandes, uma visão retrógrada.




A manhã de sexta-feira prometia ser bela e ensolarada.


Como desta vez o pedal era solo, meu grande companheiro logo se apresentou para me fazer companhia.



Oba!!! Este tapetão só para mim...



Ops! Falei cedo demais!...



Meu projeto era seguir pela Imigrantes e acessar o trecho novo (Sul) do Rodoanel Mário Covas, chegando á Régis Bittencourt.


Hum... Parece que estou chegando...



O Sol desapareceu dando lugar a um forte neblina. Comecei até a sentir um pouco de frio, mas não me atrevi a colocar um agasalho. Não estava suficiente frio para um agasalho e eu iria suar e ficaria tudo pior.


As 7:41 Hrs, com 35,41 Km pedalados, cheguei ao Rodoanel.

Eu ainda não sabia como seria pedalar no Rodoanel, porém agora posso garantir que é muito bom. Não há grandes subidas e o acostamento é limpo e generoso. Muitos caminhoneiros e carros de passeio acenavam, buzinavam, cumprimentando a gente. Não há postos de gasolina ou qualquer outro meio de comprar água ou alimentos. Portanto, quem quer pedalar no Rodoanel estreja suficientemente preparado.


O marco e a Represa Billings. A neblina está mais forte agora.





Algumas ruínas e o Antigão, muito feliz.


Chegando em Itapecerica da Serra.



As 10:32 horas, com 75,24 Km pedalados,
chegamos ao acesso
á Régis Bittencourt.





Olha ela aí!!! Só de pensar que já-já vou estar ai embaixo já me dá um frio na barriga. Será a Régis perigosa mesmo ou será apenas mito? Vamos ver...



Estava com uma vontade danada de tomar um café bem quentinho... Quem sabe até comer um pão de queijo, ou um suculento pão de batata. Assim que entrei na Régis, primeiro posto á direita, parei. Eu não sabia mas estava parando no lugar errado, na hora errada.
Atendimento nota ZERO! R$ 0,75 centavos por copinho descartável de café. Isso mesmo! Copinho descartável. Áqueles bem pequeninos.
Não havia lugar para sentar, embora houvesse uma espécie de mesa. Peguei uma banqueta que estava encostada, afinal eu quero tomar o mísero café sentado. A moça disse que eu não podia usar a banqueta para sentar, pois esta era só e exclusiva para as funcionárias. Quase que eu respondi: "Quem é que vai me tirar daqui?!". Mas, ponderei e disse para ela que "as funcionárias" me emprestaram a banqueta para eu sentar e tomar café. Embora ela retrucara dizendo que não podia, virei a cabeça para o outro lado e deixei-a falando sozinha. Tomei aquele café SENTADO!!! Fui embora pensando como podem existir pessoas tão toupeiras (que me perdoem as toupeiras!). Incrível. Fiz questão de fotografar o local para que se um dia você pegar a Régis passe longe deste local!


Logo em seguida, parei num posto BR mais adiante, pedi para usar o banheiro e fui atendido com muita cortezia e educação. Só não entrei na lanchonete porque era muito grande e eu não vi um local seguro para amarrar a bike. Agradeci o pessoal que me desejou uma ótima viagem e segui meu caminho.



Pela placa abaixo, 46 Km me separam da
minha primeira parada: Juquitiba.


Algumas subidas depois, alguns minutos de descanso...





Alguns lugares interessantes...



Uma curiosidade: Olhando para esses trilhos lembrei-me de meu falecido tio, o qual me explicou um dia, quando eu ainda era menino, porque haviam três trilhos. Aí então eu fiquei sabendo dos vagões de bitola larga, que ocupam os trilhos das extremidades e bitola estreita que pegaria os trilhos centrais.


Tudo azul, tal qual o céu do primeiro dia! E o acostamento farto da BR 116.


Parada para comer algumas frutas. Estou quase chegando...


As 15: 04 horas, com 117,43 Km pedalados, cheguei a estradinha que me levará ao Camping Pilacanto. É interessante que o Camping fica próximo a rodovia, mas a gente não houve um barulho sequer. É muito silencioso e sossegado.





A recepção é ótima!



Esta não joga basquete mas é muito linda!



Observem que fui recepcionado pelas gotas de chuva. O tempo estava mudando e começava a garoar. Melhor é montar a casa rápido!


Montei uma estrutura á prova de chuva.
Fiquei ainda com um bom avanço coberto.


Preparando o jantar...



A chuva está caindo cada vez mais forte. É hora de por os fones de ouvido e dormir escutando umas musicas.


Balanço do dia: Até aqui a Régis tem se mostrado uma excelente rodovia para se pedalar. Enfrentei umas poucas subidas íngremes. O acostamento é largo e limpo. O tráfego de caminhões pesados é grande, mas vez ou outra o pessoal buzina em sinal de cumprimento. Há uma excelente estrutura de restaurantes, lanchonetes, churrascarias e postos de gasolina. Até banca de frutas eu encontrei, onde comprei frutas frescas para a viagem.


Fim do primeiro dia.


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