sábado, 25 de dezembro de 2010

ANHEMBI, SP - FECHANDO 2010!!!


Quero registrar aqui mais este ciclotur, desta vez saindo de Piracicaba com destino a cidade de Anhembi, ambas em São Paulo.
Bom, faltavam vários dias para a semana do Natal, quando eu estaria de folga do trabalho, e eu ainda não decidira para onde iria pedalar. Pensando bem eu nem tinha certeza se iria ou não pedalar, haja vista que a patroa não estava muito disposta a viajar por uns dias.

Programei três destinos diferentes. Se eu fosse para a região de Piracicaba, ou iria para Brotas ou iria para Anhembi. Brotas eu já conhecia e sabia existir uma infra-estrutura de Camping onde eu poderia passar uma ou duas noites. Anhembi eu não conhecia e a informação que eu tinha sobre os Campings lá existentes, é que só funcionavam em temporadas ou a partir das quintas-feiras.
Finalmente, a opção C seria para caso eu ficasse em São Paulo, dar uma volta até Juquitiba e se hospedar no Camping Pilacanto.
Entrei em contato com a Pousada e Camping do Vovô, em Anhembi e fiquei feliz ao saber que eles me receberiam com muito prazer mesmo na terça-feira, dia 21, quando eu pretendia chegar lá. Assim, fiquei apenas dependendo da patrõa estar melhor e disposta a viajar. Na segunda-feira de manhã ainda havia a incerteza, mas logo após o almoço a esposa disse que iria sim. Eu a deixaria na casa de minha cunhada em Piracicaba e sairia em direção a cidade de Anhembi, retornando na quinta-feira.


Corri como um doido para preparar tudo o que tinha que levar, diferente do que normalmente ocorre, quando deixo tudo preparado no dia anterior. Nessa pressa, eu descobriria já estando em Piracicaba que esquecera de um item importantíssimo, que quase impediu-me de fazer o ciclotur: esqueci de levar o capacete!!! E aí, vou ou não vou sem capacete? Resolvi ir assim mesmo! Nem dava tempo de passar em uma loja e comprar um capacete, nem que fosse meia-boca. Fui de boné, fazer o quê?!

(Clique nas fotos para ampliar)



Assim, manhã do dia 21/12/2010, por volta das 7 horas saí em direção a Anhembi, distante 70 Km de Piracicaba. 

Eu tinha feito um mapa pelo Google para chegar á SP-147, pois eu tinha que atravessar a cidade.


Entre umas e outras erradas, pergunta aqui, pergunta acolá, 
acabei chegando á SP-147


Depois do meu Anjo da Guarda, enviado por Deus, outro que se faz sempre presente é o meu amigo sombra. Lá estava ele pedalando á minha frente, todo feliz, querendo chegar primeiro!


Tem chovido bastante na região, portanto o verde está mais verde do que nunca!


 A estrada tem alguns trechos ruins, com acostamento esburacado, mas no total tá ótimo! 
É um tapetão só!

 A beleza da estrada deixada para trás!


 Corujas buraqueiras se aquecendo ao sol.



Pau D'Alho,  a uns 30 Km, tem umas casinhas e alguma estrutura, onde se pode tomar um lanche, comprar água, etc. Nessa estrada, até Anhembi, não há postos de combustíveis, oficinas mecânicas, etc.

 Ave pernalta, solitária.

 Nessas e noutras o sol estava rachando mamonas. Fui obrigado a usar o meu artifício anti-sol que consiste em colocar um pano molhado na cabeça para prosseguir viagem.

 A árvore abaixo, no meio do mato, é um Articunzeiro ou um pé de Ariticum, como nós chamavamos o seu fruto, conhecido como Pinha, Ata, etc. Quando eu era menino, no sítio, juntava-me a outros meninos e saía mos para o mato, procurando essa fruta. Tempo bão!


Ah, ah, ah!!! Advinhem para que lado eu vou?


Para a frente, é lógico!

Bom, aqui aconteceu um fato que me deixou preocupado. O local do Camping marcava como Km 202, mas no Km 202 a direita um pomar a esquerda canaviais. E agora? Pedalei mais um pouco, vi entrada de outras fazendas, mas a Fazenda da Vovô nada! Cheguei no Km 203 e nada!!! Fui na bagagem e peguei os dados que eu pegara no Site e lá constava como Rodovia SP-127 e eu estava na 147!!! Xiiiii! Dancei! Como eu já estava há pouco menos de 11 Km da cidade, resolvi continuar o pedal e perguntar na cidade, ou mesmo descobrir um outro Camping, ou em última hipótese, uma pousada mais barata. Desci uma ladeira socado, vi uma placa rasgada, mas como eu já havia passado do Km 203 e pensava estar na rodovia errada, fui-me em direção á cidade.

Opá, cheguei!!!
Entrei na cidade, subi pedalando lentamente e parei na padaria do Inácio. Estava cansado, suado, o sól estava abrasador! Perguntei então pelo Camping Fazenda do Vovô e o Inácio muito educado e gentil me disse que eu passara da entrada, a qual ficava 10 Km para trás.
Voltar??? Hum, tinha um subidão de uns 5 Km, o sól estava tórrido... se houvesse outra opção. Lembrei-me que eu vira o Site de um outro Camping, o Anhembi Camping, que eu descartara porque só funcionava a partir das quintas-feiras. O Inácio tinha os telefones do Camping. Liguei e falei com o Sr. Milton, o qual me informou que o Camping estava funcionando normalmente. Expliquei para ele que estava de bicicleta e que para lá me dirigia. O Inácio gentilmente me ensinou o caminho para o Camping. Lá fui eu...

É, mas não é tão simples assim! Olhem só o que me esperava. Nada mais que 3 Km de terra, cascalho e um pouco de barro!



 Os Kenda 700 X 38 voaram baixo nessa estradinha!




Cheguei!!!




O lugar é paradisíaco! O atendimento feito pela Dna Lucia e pelo Sr. Milton é excelente. São gente simples que, com muita educação e respeito, procura deixar o cliente a vontade e satisfeito. 
O Camping fica ás margens da represa formada pelo Rio Tietê, portanto muita água, muitas aves pernaltas, patos selvagens povoam o Camping. Sem contar os sem número de pássaros canoros que lá vivem em total liberdade. Sem desmerecer os lugares por onde passei, este Camping até agora foi o que mais me impressionou pela sua organização, limpeza, ótimo atendimento e estrutura. Fantástico! Parabéns ao casal!


 Pássaro fotogênico...


Mamãe dedicada...


Visitas...


E um cair de tarde como esse...



Acho que fiquei com fome!





Neste primeiro dia foi interessante. Já no finalzinho da tarde começou a formar chuva. Dna. Lucia passou defronte do quiosque e comentou que eu deveria jogar a barraca para o lado de dentro do quiosque, pois a chuva que viria seria muito forte e poderia entrar água na barraca. Ao mesmo tempo, pediu para um funcionário estender uma espécie de parede, feita em lona, envolvendo o fundo e as laterais do quiosque. Tratei logo de aceitar a sugestão e passei a barraca para o lado de dentro do quiosque.
Foi providência mais do que divina, pois naquela noite caiu uma chuva torrencial.

Barraca no interior do quiosque, 
envolto em lona protetora.


O segundo dia, 22/12, amanheceu ensolarado, muito lindo. Tirei o dia para não fazer absolutamente nada, salvo andar, fazer um passeio de bike até a cidade para comprar algumas provisões, pescar e curtir uma piscina. 


Caminho para a cidade. Muitas poças d'água e lama nalguns lugares. Tentei até cortar caminho por uma trilha entre duas cercas, mas na baixada próximo a um riacho havia um lamaçal intransponível. As vacas havia pisoteado o local, tornando-o um caos.


Aqui tomei um belíssimo tombo! Me ralei todo. Mas mesmo assim levantei dando muitas gargalhadas (?). Por quê? Ah, ah, ah, caí no mata-burro!!! 
Parei para tirar uma foto, olhei para a máquina e acabei pisando exatamente no vão do mata-burro. Que burrice!!! Ainda bem que só foram alguns ralados sem maiores conseqüências. 

Cheguei da cidade, almoçei, coloquei o colchão inflável sob a sombra de uma árvore e caí num sono calmo e profundo. Ô vidão!!!

 
Mais tarde, após uma ducha fria, fui curtir uma piscina. A água estava uma delícia.


Nossa, o dia passou voando! Chegou a noite e choveu a noite inteira.

Dia 23/12, dia de ir embora. Não acordei cedo como pretendia. Acertei as contas com Dna Lúcia, arrumei a tralha tranquilamente, carreguei a bike e saí para a pegar a estrada de volta. Na vinda eu tinha pegado um vento contra que, embora não estivesse muito forte, atrapalhou bastante o pedal. Esperava pegar o mesmo vento a favor agora na volta, mas... ledo engano! O ar estava paradíssimo!

Dá para encarar? Tem jeito não!


Na ponte de volta... Adesivo dos amigos do O2.



Estava uma manhã de céu encoberto, fresca, mas mesmo assim me descuidei do protetor solar e agora estou aqui sofrendo as conseqüências.  Como não estava sol aparente, pensei em passar o protetor quando o mesmo saísse, só que quando percebi que os meus braços estavam vermelhos já era um pouco tarde demais.  Agora, braços impregnados de Calamed, estou aqui digitando este relato.

Bom, voltando ao relato, logo que começei a subir a longa subida de volta, passa por mim um Bug amarelo, o motorista começa a buzinar e gesticular animadamente e para no acostamento. Desce do carro e vem ao meu encontro. Era o  Sr. Carlos, dono do Camping Fazenda do Vovô que me reconhecera. Um sujeito simpatissíssimo! Insistiu para que eu colocasse a bike no Bug e fossemos para a Fazenda, mas, infelizmente, eu tinha prometido a patroa que partiríamos de Piracicaba no dia seguinte. Minha mãe nos esperava em São Paulo para a Ceia de Natal. Foi um prazer muito grande conhecer o Sr. Carlos. Expliquei a ele como eu não conseguira encontrar a entrada da fazenda e pedi desculpas pelo ocorrido. Com certeza no próximo passeio que fizer por aquelas bandas terei prazer em me hospedar na Fazenda. Diga-se de passagem, a esposa do Sr. Inácio da Padaria, disse que o local é muito bonito e acolhedor.

Paisagens da volta...


Opa, Tô quase na metade do caminho!!!


 Cheguei na cidade de Pira. Não sei se pela foto abaixo dá para perceber o quanto íngreme é a subida da Av. Raposo Tavares. 
É impossível pedalar!!!
Depois de 70 Km pedalados então...


Que belo muro! Digno de uma foto!


Ah, mas essa estradeira não tem jeito mesmo! Mal chegou em casa e já está contanto o passeio para o velocípede, que a ouve atentamente.



Fim.

E assim, fechamos o ano de 2010.
Mais uma vez agradeço a Deus por ter me permitido fazer este ciclotur e poder compartilhá-lo com vocês.
Agradeço também ao Sr. Milton e Sra. Lúcia do Anhembi Camping pela excelência da atenção em nos hospedar e ao Sr. Carlos, da Pousada e Fazenda do Vovô pela simpatia. Espero numa segunda oportunidade poder conhecer as dependências de sua Pousada.
Obrigado também ao Sr. Inácio, da Padaria que contribuiu para que eu encontrasse o Camping com facilidade, prestando todas as informações possíveis.

Nessas minhas andanças de bike tenho encontrado pessoas maravilhosas, que tornam as viagens sempre mais agradáveis e prazerosas.

Assim, desejo a todos os que nos recepcionam onde quer que estejamos, bem como todos áqueles que nos lêem, um Ano Novo repleto de muita saúde, alegria e realizações. 

Abaixo um videozinho da chegada ao Camping, 
pela estrada de cascalho. É só clicar no botão e curtir.
Deixe o som ligado para ouvir os pássaros. 



Fazenda do Vovô:


Ida:    73,25 Km pedalados.
Volta: 71,33 Km pedalados.
Local:  6,00 Km pedalados.  
Total:   150,58 Km.
Baixas: Alguns ralados nos braços e nas pernas.

Resumo: Só alegria.