quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Alimentação nas cicloviagens.

Seguindo o princípio do "O que será que o Antigão leva nesses alforges?", este artigo tem por objetivo comentar sobre a minha alimentação nas cicloviagens.


Olá meus amigos e minhas amigas! 

Começo por lembrá-los que o item principal é, sem sombra de dúvidas, a água. Sem ela sequer sobreviveremos. Portanto levem sempre consigo muita água, tanto para beber quanto para cozinhar.

Não quero neste artigo listar alimento por alimento que preparo e consumo nas minhas cicloviagens. A  ideia é "bater um papo" sobre o assunto e, a partir daí, os nossos seguidores e seguidoras vão criar os seus próprios kits de alimentação, de acordo com a sua vocação alimentar.

Bom, praticamente 90% das minhas cicloviagens são auto-suficientes. Isto quer dizer que, em 90% espero não depender de lanchonetes ou restaurantes. Evidente que há exceções, por isso 90%. 
Podemos classificar a minha alimentação nas cicloviagens em duas etapas: Antes e depois do diagnóstico de portador de diabetes tipo 2. 

Antes porém, vamos falar um pouco do meu contato com o fogão, pois uma pessoa que pretende cicloviajar de maneira auto-suficiente, além de levar as tralhas de cozinha e alimentos in natura, tem que possuir um mínimo de conhecimento de como preparar os alimentos.



O meu contato com o fogão vem de longa data. Meu pai faleceu quando eu tinha apenas 11 anos de idade. Naquela época minha mãe era apenas uma costureira do lar e, com o falecimento do meu pai, precisou sair para trabalhar fora. Eu tinha um irmão mais novo, mas ele foi morar com a minha tia/madrinha, ficando só eu e minha mãe em casa. Como ela chegava tarde do trabalho e ainda precisava preparar o jantar, que deveria sobrar para o meu almoço, ficava muito cansada e ia dormir muito tarde. Assim, aos poucos ela me ensinou a acender o fogão, que naquela época era a carvão, e preparar alimentos mais simples. 



No começo eu apenas colocava o feijão de molho, mas com o passar do tempo eu já cozinhava o feijão e ela o temperava quando chegava do trabalho. Dessa forma os anos passaram e eu fui progredindo no preparo de alimentos. Anos depois, com uns 17 anos, cheguei a trabalhar de ajudante de cozinheiro, num canteiro de obras.
Já adulto, morei sozinho por alguns anos e os ensinamentos culinários de minha mãe sempre foram extremamente úteis. Naquela época a gente chamava de "queimar lata" o ato de morar sozinho e preparar seu próprio alimento.




Antes do Diagnóstico:

Por volta de 2009/2010 senti a necessidade de fazer a minha própria comida nas cicloviagens. Como eu cicloviajava com barraca, carregar uma espiriteira e preparar o próprio alimento seria uma mão na roda, principalmente por saber o que estaria comendo e também pela economia em $$$. O ato de economizar poderia me permitir ir mais longe nas cicloviagens. Como a maioria dos cicloviajantes auto-suficientes, comecei com o tradicional macarrão instantâneo (Miojo). Logo substituí aquele saquinho de tempero deletério por tempero próprio que eu carregava comigo: Alho frito, cebola, cheiro verde desidratado, óleo e sal. Também comecei a levar a linguiça defumada, aquela fininha, para dar mais substância ao macarrão instantâneo. Cortava a linguiça em rodelas e colocava na água para ferver. Uma vez fervida jogava a água da fervura fora, para eliminar o excesso de gordura, conservantes e outros produtos químicos. Assim, bastava cozer o macarrão e acrescentar a linguiça já previamente cozida. Acrescentava os temperos e pronto, comia tudo com pão francês ou torradas. Depois, comecei a levar macarrão normal, espaguete, parafuso, borboleta, etc. Também levei arroz branco em algumas ocasiões. Este último eu comprava daqueles que não precisam escolher nem lavar. Ao passar nalguma cidade, já próximo do horário do almoço, comprava um ou dois bifes grandes e comia arroz com bife e salada de tomates acebolada e com uma pitada de orégano

Até agora já temos:

Macarrão instantâneo; Sal; Óleo; Vinagre ou limão; Alho frito; Macarrão normal: Arroz; Cebola; Tomates; Orégano; Cheiro verde desidratado; Linguiça defumada; Bife; e por aí vai.




Já me utilizei de alimentos liofilizados, mas muito poucas vezes.




Aí, para quem não conhece, surge a pergunta: O que são alimentos liofilizados?

Liofilização é um processo de desidratação usado para preservar alimentos perecíveis, princípios ativos, bactérias, etc, onde estes são congelados e a água é retirada, por sublimação, sem que passe pelo estado líquido.

Fonte: Pesquisa na Internet.

Também me utilizo bastante de sardinhas e atum granulado em latas. Nesses casos, dou preferência às latas que já vem com a chavinha para abrir. Contudo, não adianta ter a "chavinha" mas ser um produto de qualidade duvidosa. Também carrego comigo, pão de forma, margarina ou manteiga, leite em pó, achocolatado, adoçante, café solúvel e, mais atualmente, um bom pedaço de carne seca e/ou salame. Sachês de molho pronto para macarronada também são legais, mas têm um inconveniente: São grandes demais e, uma vez abertos, se o cicloviajante estiver sozinho terá que guardar o molho restante por apenas mais um dia e depois jogar fora, pois eles azedam com facilidade, principalmente nos dias mais quentes.
Normalmente frios, tais quais mussarela e presunto, só uso no dia da partida, pois se estragam com facilidade.
Atualmente há grão-de-bico e feijão em embalagens tetra pak até nos menores mercadinhos de bairro. Já utilizei tanto o grão-de-bico como o feijão e foi muito bom.




Todas essas coisas, assim como o gás para o fogareiro ou etanol para a espiriteira, são quantificadas de acordo com os dias que passarei fora, ou mesmo os dias em que cozinharei minha própria comida. Na estrada ainda podem ser consumidas frutas secas ou frescas, de acordo com a oferta local. Não gosto de barrinhas de cereal! Para beber, além da água, eu levo pacotinhos de suco.

Se o cicloviajante vai passar por cidades onde há mercadinhos ou super-mercados, não há necessidade de sair de casa com os alforjes lotados de comida in natura, uma vez que pode ir comprando os mesmos no caminho, na medida em que estes forem acabando ou sendo necessários. Assim, a logística do que vai no alforje também depende do trajeto que se irá fazer. Tudo isso tem que ser levado em conta na hora do projeto. E, diga-se de passagem, o êxito da cicloviagem depende bastante de um projeto bem feito!

Acondicionamento: 

Leite em pó, sal, café solúvel, temperos, etc. acondiciono em potes plásticos, preferencialmente transparentes para eu saber o que tem dentro assim que pego o pote. Ou escrevo numa etiqueta o conteúdo do mesmo e colo numa face mais visível do pote.
Arroz, macarrão, quando os pacotes já estão abertos, coloco no interior dos sacos plásticos que comentei no artigo passado - Utensílios de cozinha nas cicloviagens - e fecho com aqueles fechos que vem nas embalagens de pão de forma, um araminho bem maleável.
Os líquidos, acondiciono em garrafas de coca-cola de 250 ou 600 ml, pois são embalagens de melhor qualidade e ficam bem vedadas quando fechadas com suas respectivas tampas. Às vezes o tempero de salada já levo pronto, num desses recipientes, com vinagre, azeite, dentes de alho e azeitona fatiada. Só acrescento o sal na hora de temperar.

Bom, depois do diagnóstico do diabetes tipo 2:

Uma vez diagnosticado diabético tive que mudar algumas coisas nas minhas refeições. O macarrão instantâneo foi totalmente banido. Ficou o macarrão normal, mas o tipo integral. O arroz e o pão também passaram a ser integral. A manteiga foi substituída pela margarina, á pedido médico. As frutas precisam ser aquelas que diabéticos podem comer sem culpa. Por exemplo: Um portador de diabetes não deve "chupar" o caldo da laranja. Se quiser degustar essa fruta, deve "comer" a laranja. Isto é, degustá-la com bagaço e tudo. Não existe fruta proibida para diabéticos, mas para degustá-las há que se pesar seu nível de frutose e quanto de carboidrato se consumiu na refeição. Assim é possível apreciá-las, mas moderadamente para algumas espécies. A banana nanica eu substituí por banana prata, haja vista que esta última é mais salutar para o meu caso.
Se faço um empanado, uso farinha de trigo integral.
No café da manhã, preparo um copo de leite, usando lente em pó e acrescento uma colher (café) de café solúvel. Adoço com adoçante, jamais uso açúcar. Em duas fatias de pão integral passo margarina e pronto! Aí está o meu café da manhã. Ás vezes acrescento uma fruta.

No almoço e jantar, uma receita que uso bastante é o macarrão alho/óleo com sardinha em lata ou atum granulado.



Cozinho o macarrão espaguete integral (ou outro formato), escorro e reservo. Numa frigideira, com pouco óleo, frito cebola picada e quando está dourada acrescento alho frito apenas para hidratá-lo. Misturo ao macarrão. Abro uma lata de sardinha e limpo tirando as espinhas ou abro uma lata de atum, escorro o óleo e também misturo ao macarrão. Acrescento sal a gosto, um pouco de manjericão fresco ou desidratado e cheiro verde, salpicados por cima completam o prato. Então como com pão integral ou torrada também integral. Normalmente prepao uma porção para almoço e jantar. Obs. Já incrementei essa receita colocando azeitona fatiada, tomate picado, e até mortadela picada, hehehe!

Assim é a minha alimentação nas cicloviagens.

Quanto à logística de como as coisas são acondicionadas nos alforges:



Normalmente nos alforges, costumo colocar os alimentos no lado direito da bike. Eu explico o porquê. Se paro numa estrada sem acostamento meu corpo fica mais seguro do lado direito para abrir o alforge e pegar o que comer. Quando coloco os alimentos no alforge direito, levo em conta o que vou consumir durante o trajeto e o deixo mais á mão, na parte de cima do alforje. Os demais alimentos acondiciono no alforje de maneira que os mais pesados ficam na parte de baixo e os mais leves na parte de cima. Os consumíveis no caminho o mais em cima possível. As tralhas de cozinha também ficam no alforje direito.
Do lado esquerdo da bike, coloco as roupas. Se pretendo trocar alguma roupa no caminho, esta ficará por cima para facilitar a sua retirada. Os meus remédios dependem, pois devem ficar o mais longe do sol possível.
A barraca e um pedaço de plástico amarelo vão em cima do bagageiro enquanto um saco de dormir, um isolante térmico de EVA e um isolante auto-inflável, que uso como colchonete, vão no bagageiro dianteiro. Uma bolsa de guidão completa a carga, onde a gente costuma colocar maq. fotográfica, celular, papel higiênico, etc.
No meu conjunto de alforges há duas bolsas voltadas para a parte de trás. Nelas acondiciono ferramentas, cordinha de varal, prendedores de roupa, etc. As câmaras reservas têm compartimento próprio onde também estão as espátulas e uma chave fixa 14/15 mm, pois a roda dianteira da Nanika está com eixo de parafuso.

O alforje é o Alto Estilo 60 litros, vendido na Loja Virual Pedarilhos, que eu recomendo a todos os amigos e amigas Cicloturistas. Ótimo custo X benefício!
As capas que, além da chuva, protegem o alforje da poeira e da sujeira,  podem ser adquiridas separadamente.

Alforje Alto Estilo 60 Litros.

Respectivas capas amarelo/laranja sobre o bagageiro.


Para acessar a loja Virtual Pedarilhos, clique AQUI.

Por ora é isso amigos e amigas. No próximo artigo do gênero vamos falar sobre as roupas, ferramentas, etc.


Grande cicloabraço do...










domingo, 11 de outubro de 2015

Parque Ecológico do Tietê: Só alegria!


Olás, meus amigos e minhas amigas!
Boa tarde!

Sabe aquele domingo que dar glórias a Deus é muito pouco? Sim, esse está sendo o meu domingo de hoje.
Até que não levantei muito inspirado, pois havia dormido muito tarde e às 6:30 da manhã o celular me despertou. Mas assim que lavei o rosto parece que o sono foi embora e a pedalada dominical que eu prometera a mim mesmo estava de pé.
Fiz a minha oração, tomei meus remédios e o café da manhã e saí. Na saída ainda tive tempo de ver a danada da minha amiga e consumidora de minhocas, a Sra. Sabiá, arrancando os anelídeos da terra que cobre os meus canteiros. Assim que me viu, bateu asas com uma suculenta minhoca no bico e desapareceu.

Enchi  bem os pneus da Nanika e sentei a bota! A miudinha rolava tão bem que parecia nem estar tocando no asfalto.

A temperatura estava bem agradável e pedalar era a melhor coisa que um sujeito como eu poderia fazer naquela manhã. Olhei no relógio, estava próximo das 8 horas. Até que não era tão cedo, pensei. Mesmo assim, as Avenidas Rio das Pedras, 19 de Janeiro e Cons. Carrão estavam bastante desertas, do jeito que um pedalante gosta.
17 Km depois, eu estava chegando no Parque Ecológico do Tietê.

Lateral da Marginal do Tietê


Entrada do Parque Ecológico. Á direita, início da "ciclovia".


Assim que cheguei na portaria lembrei do tombo de 15 dias atrás. acabei sorrindo, fazer o quê?

Peguei aquilo que um dia a gente podia chamar de ciclovia e quanto estava quase chegando no interior do Parque, eis que ouço um biker que vinha no sentido contrário gritar: "Antigão!!!, Antigão!!!" Parei a Nanika imediatamente. O biker, que havia passado por mim, fez meia volta e veio ao meu encontro. Tratava-se do Dario, um ciclista seguidor do nosso Blog. Ah, como é gratificante conhecer um amigo virtual pessoalmente! Obrigado, Dario, pela sua amizade e por acreditar em nós, prestigiando o nosso Blog.

Uma selfie dupla. O Dario e eu.


Já dentro do Parque, o ar estava um bálsamo para os pulmões!


Aproveitei para bater umas "chapas" como diz um amigo cicloturista.










Vi muitos Quatis, Macacos e, quando estava quase de saída, um belo Cardeal enfeitava um arbusto com seu colorido todo especial.

Observem essa beleza de flor. Não sei o nome, mas ficou show como pano de fundo para a Nanika, hehehe!


Um close das flores.


Dei apenas duas voltas no Parque. Mais ou menos 10 Km.
O Parque Ecológico do Tietê é todo plano. Para quem está voltando a pedalar; se recuperando de cirurgia, etc. é bom porque não força a musculatura. Como eu observei acima, da minha casa até o Parque são 17 Km praticamente plano. Assim, como fiquei uns 15 dias totalmente em repouso, foi uma boa ter escolhido o Parque Ecológico como local da pedalada neste domingo.

No caminho de volta ainda parei em dois lugares. Primeiro, numa feira-livre para pegar um pouco de legume e verduras e segundo no Residencial onde a Mamis está, para pegar uma receita médica. 
Cheguei em casa por volta das 11:30, após pedalar pouco mais de 44 Km.



Do portão, antes mesmo de entrar, pude sentir aquele aroma agradabilíssimo do almoço preparado pela Dna. Fátima.
O domingo estava supimpa! Mas, pera aí, tem mais! Entrei em casa e antes mesmo do banho peguei o glicosímetro e fui tirar o dextro. Resultado: 157 mg/dl. Dei um glória a Deus bem alto!
Depois de mais de um mês com a glicemia totalmente descompensada, agora eu estava vendo a vitória no visor do aparelho!
Obrigado Papai do Céu por mais vitória! Nem comentei com ninguém, mas no início da semana cheguei a registrar 452 mg/dl!!! 
Louvai ao SENHOR. Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre.
Salmos 106:1

E assim cá estou eu feliz da vida dando este testemunho das bençãos divinas.

Um pedal dominical para ninguém botar defeito, hehehe!

Amanhã, feriado, pode ter mais pedaladas, vamos ver. O importante é viver cada dia.





sábado, 10 de outubro de 2015

Geraldinho e o causo da bicicleta.

Olás, meus amigos e minhas amigas!

Neste final de semana prolongado, em que comemoramos o dia da criança, para descontrairmos e nos tornamos mais crianças ainda, vamos rir um pouco com o Geraldinho Nogueira, nos contando o Causo da Bicicleta.

Sorria!




A todos, um ótimo feriado e deixemos que a criança que existe em nós, predomine na simplicidade, na paz e na alegria.

Um grande cicloabraço do...