Interessante como a gente reage a certas situações que a vida nos preserva. Ultimamente eu estava tão empolgado com as implementações que vinha fazendo na minha bicicleta dobrável, a Nanika, que não me dei conta da gravidade dos problemas de saúde que estou atravessando. Somente ontem, depois de conversar com a Dra. Silmara, cardiologista, é que percebi que o meu problema não era tão simples como eu imaginava.
Bom, tudo começou há uns meses atrás quando numa tarde fui de bicicleta para o consultório da dentista. Para chegar ao consultório há uma subida medonha e eu subi pedalando numa boa até certo ponto. Em determinado momento senti uma dor aguda no peito e um cansaço anormal. Parei no meio da subida e a dor foi sumindo devagar. Como já estava no final da subida, retomei a pedalada e cheguei ao consultório muito cansado para os padrões de cansaço que eu já estou acostumado.
A Dra. Cláudia perguntou como eu estava e eu comentei que sentira uma dor aguda no peito enquanto pedalava em direção ao consultório. Lembro-me bem que ela arregalou os olhos quando descrevi a dor e falou para eu procurar um médico imediatamente.
Confesso que na hora fiquei um pouco preocupado, mas logo acabei esquecendo a dor e nem dei mais bola para o assunto. Dias depois, quando saí para uma caminhada forte, depois de caminhar uns 10 minutos a dor reapareceu, inclusive adormecendo um pouco meu braço direito. Parei abruptamente a caminhada e um rapaz que caminhava também veio em minha direção perguntar se estava tudo bem, já que ele percebera que eu estava com o rosto meio crispado, devido a dor. Conversamos e ele comentou que eu deveria ir para casa e procurar um médico. Ele foi embora e eu tentei retomar a caminhada, mas... a dor voltou.
Naquele final de semana, quando fui pedalar no Parque do Carmo, percebi que bastava eu forçar a pedalada e a dor aparecia. Uma dor aguda, que parece estar queimando o peito por dentro.
Fui ao PS e o médico diagnosticou dores musculares e passou um medicamento para tal fim.
Na semana seguinte voltei ao PS e uma médica me atendeu. Pediu um eletro cardiograma, que nada acusou, mas me aconselhou a procurar um cardiologista. Por via das dúvidas, me prescreveu AS infantil, pois esse medicamento ajuda na destruição das plaquetas, que podem obstruir artérias do coração.
Fiquei numa dúvida danada. Estou ou não estou com problemas de coração? Marquei consulta com a cardiologista e mesmo assim fiz uma cicloviagem de bicicleta dobrável para a Cidade de Bertioga-SP, distante uns 130 Km de São Paulo. Não fui direto de casa. Peguei um trem até Mogi das Cruzes e de lá pedalei até Bertioga, uns 70 Km aproximadamente.
Lembro-me que nas subidas mais íngremes a dor reaparecia, mas eu aprendi a lidar com ela e subia devagar. Como a bicicleta não estava tão carregada, cheguei a Bertioga numa boa. Devido aos problemas de saúde não voltei no mesmo dia, pois chegaria á noite em São Paulo. Preferi retornar durante o dia seguinte. Na rodoviária peguei um táxi e cheguei em casa numa boa.
A cardiologista pediu Teste Ergométrico e Eco cardiograma. Proibiu-me de fazer qualquer esforço físico, incluindo lógico o pedalar.
Voltei ontem com os resultados dos exames. O Teste Ergométrico acusou a famosa Isquemia Miocárdica.
A Dra. Silmara além de medicação - tratamento clínico com Mononitrato de Isossorbida e AS infantil - também solicitou um Cateterismo para conhecer o grau de obstrução da artéria (Acho que coronária). Estou providenciando junto ao PS o Cateterismo, pois o mesmo só pode ser feito em hospitais. Quanto ao tratamento clínico o efeito colateral é terrível. Dores de cabeça muito fortes, dores musculares, principalmente nos braços e cólicas intestinais. Diz a bula que com o passar dos dias o organismo tende a se habituar com a medicação e os efeitos colaterais desaparecem. Assim espero, pois a dor de cabeça não cessa com analgésicos.
Achei por bem postar esta experiência, pois pode servir de alerta para alguém que possa sentir dores no peito, se estiver praticando exercício, seja ciclismo ou outro qualquer. Não seja estúpido que nem o Antigão; procure um médico imediatamente!
Assim, por ora o Antigão está proibido de fazer uma das coisas que mais lhe agrada: pedalar!
Mas, se Deus quis assim, não sou eu que irei contrariá-Lo. Ao contrário, a fé continua presente.
Portanto, amigos, não se surpreendam se não lerem por aqui as minhas cicloviagens. Será um novo período de pausa, até que Deus nos permita mais uma vez voltar a ativa.
Grande abraço do...