Bike do Antigão em 15/06/2008.
Olás, meus amigos e amigas!
Bom, voltando ao projeto Full Suspension, a bike ficou pronta.
Hoje pela manhã foi o teste final, mas deixe-me comentar as mudanças que tivemos que fazer para que o projeto desse certo, ou seja, a bike ficasse exatamente como eu a idealizara.
Levei o quadro, suspensão e demais peças para o Paulo, meu ciclomecânico, para a montagem, uma vez que as rodas já estavam raiadas e prontas para serem colocadas no quadro. O Paulo como num passe de mágica montou a bike. Quando da montagem da caixa central ele notara que a mesma ficara estalando bastante. Pensou que talvez, assim que eu começasse a pedalar, os estalos desapareceriam. Mas, não foi o que aconteceu. Testei a bike apenas numa quadra e notei que todas as vezes que eu exigia mais da relação em subida, os estalos estavam presentes. Conversei com o Paulo e chegamos á conclusão que seria necessário substituir a caixa central. Colocamos uma Shimano UN 26 e os estalos desapareceram! A caixa velha fizera muuuiiitas cicloviagens; já estava cansada, com seus dias contados.
Nesse mesmo primeiro teste percebi que o guidão borboleta ficara muito baixo.
O guidão ficou tão baixo que, mesmo pedalando só duas quadras, as palmas das minhas mãos ficaram doendo. As costas também ficaram muito curvadas, exatamente o que eu não queria que acontecesse.
Definitivamente, esse tipo de guidão não se adapta a esse tipo de bike!
A coluna da gente, numa comparação grosseira, é como várias dobradiças uma sobre a outra na vertical. Quando a gente se inclina todas as "dobradiças" se curvam um pouco formando um arco. No meu caso, como já fiz cirurgia de artrodese lombar, algumas vértebras foram fixadas umas nas outras e, nesse caso, não se curvam mais. Se eu pedalar muito inclinado forço o conjunto de pinos, placas e vértebras fixadas, de maneira que as dores com certeza sobrevirão no momento da pedalada e permanecerão durante dias.
Exemplo de fixação por artrodese.
Assim, minha lombar tem que permanecer ereta no momento da pedalada. A bike "hard tail", ou rabo duro como se diz por aqui, devido as pancadas secas, também estavam me provocando dores, daí a ideia de montar uma Full. A minha ideia é partir do pressuposto que tanto o amortecedor traseiro, quanto o dianteiro, irão amenizar as pancadas sofridas na coluna, trazendo um maior conforto na pedalada.
Bom, mas com o guidão baixo o projeto iria para o brejo! Lembrei então que, num passado não muito distante, eu usara um guidão Kalloy rise bar que era bastante alto. Comentei com o Fábio, cicloturista e parceiro de pedal, que o guidão ficara baixo e, coincidentemente, ele me mandou um link de uma loja que tinha o guidão que eu estava procurando. Entrei no site, fechei o pedido e por sorte o frete via Sedex, com apenas um dia útil de prazo, ficava apenas 2 Reais mais caro que o PAC. Solicitei envio via SEDEX e, praticamente no dia seguinte o guidão chegou em casa.
No dia seguinte o guidão estava montado e a bike pronta para o teste final.
Hoje foi o teste e sabem o que eu achei da bike? Ótima!!! A bike ficou show de roda! Nenhum ruído, trocas silenciosas e precisas, no asfalto ouve-se apenas a ressonância dos pneus cravudos engolindo a quilometragem.
Pedalei na terra, areia, cascalho, subidas e descidas e a bike se portou maravilhosamente bem. Foram apenas 23 Km, mas o suficiente para a aprovação do projeto.
No Parque do Carmo - Manhã de 26/06/2015.
Por ora a bike não tem nome, mas achei muito interessante a observação do Fábio Almeida, quando chamou a bike de "o sofá da estrada", hehehe!
Sabem quem também aprovou a bike? Sim, ele, o meu amigo e companheiro de cicloviagens, o Sombra.
Teste em vários tipos de terrenos.
Aqui dá para ver bem o detalhe do guidão rise bar da Kalloy Uno.
Ainda hoje a tarde coloquei o bagageiro dianteiro, agora preso nos bosses do freio V-Brake, que eu não uso.
Já tenho um projeto para o bagageiro traseiro, o qual terá início na semana vindoura. Espero documentá-lo passo a passo, de maneiras que, se necessário, alguém possa se utilizar dele no futuro.
Embora no quadro conste 21v, a bike ficou com 27v e o câmbio dianteiro, que eu pensei que deveria trocar por ser abraçadeira alta, ficou muito bom. Um dia lá no futuro eu instalo um Shimano Acera FD-M390, que seria próprio para esse quadro.
A bike depois de pronta ficou com 19 Kg. Bem pesadinha para cicloturismo, mas, fazer o quê? O importante é que está leve para pedalar. Não adianta ter uma bike leve, em termos de massa, e ficar encostada num quartinho.
Já ouvi muito a frase: "Eu tenho uma speed levinha, levinha em casa, mas faz muito tempo que eu não pego ela".
Domingo próximo, se for da vontade de Deus, A Full e eu estaremos na festa de inauguração da Ciclovia da Avenida Paulista em São Paulo. Considero essa ciclovia um grande marco na história do ciclismo urbano paulistano, senão brasileiro. Uma grande vitória dos ciclistas paulistanos, que sempre lutaram incansavelmente por isso.
No mais, agradeço a Deus por me permitir levar adiante esse projeto. Agradeço sobremaneira ao Paulo ciclomecânico, proprietário da Ciclotécnica. Uma oficina honesta e de grande profissionalismo que, para minha sorte, fica defronte á minha casa.
Agradeço também a todos os meus amigos e amigas que me incentivam sempre e me ajudam no que lhes for possível para ver o sucesso das minhas empreitadas.
Sem contar a Dna, Fátima que tem paciência de Jó e nada critica ao ver ferramentas e bike espalhada até na sala de casa, hehehe.
Obrigado pelo prestígio!
Um grande cicloabraço do...