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24/06/2011 - Segundo dia de pedal.
O dia amanheceu com uma temperatura fresca e agradável. Era 7 horas da manhã e eu ouvi o pessoal abrindo os portões do Camping e carros chegando. Continuei deitado mais uns 15 minutos e então levantei-me para mais um dia.
O dia amanheceu com uma temperatura fresca e agradável. Era 7 horas da manhã e eu ouvi o pessoal abrindo os portões do Camping e carros chegando. Continuei deitado mais uns 15 minutos e então levantei-me para mais um dia.
Dei muitas graças a Deus, pois não sentia absolutamente nenhuma dor, nem cansaço. A coxa esquerda que me incomodara um pouco no dia anterior? Poxa nem parecia que pedalara 117 Km no dia anterior! Nada, absolutamente nada!
Eu até havia comentado com o pessoal do Mandizeiro que talvez passasse mais um dia por lá, mas diante de como me sentia ótimo, comecei logo a desmontar o barraco.
Comi um "chapado" (pão com manteiga na chapa) e um pingadão muito bem preparado pelo Sr. Otávio e enquanto carregava o celular e a bateria da câmera fui conversar com o senhor Milton que chegara a beira do rio com duas gaiolas nas mãos.
Qual não foi a minha alegria ao saber que ele trouxera os pássaros para soltá-los, devolvê-los á natureza de onde um dia sairam! Que legal! Depois de parabenizá-lo pela bela iniciativa fiquei observando a soltura dos mesmos. Interessante que, mesmo com as portas das gaiolas abertas os pássaros, um Azulão e um Canário da Terra, não sairam voando como eu pensei. Permaneceram no interior da gaiola como se nada de diferente houvesse acontecido.
Sr. Milton disse que sabia haver azulões e muitos canários da terra naquele local e que, se até a tardinha eles não tivessem voado por conta própria, providenciaria para eles saissem das gaiolas para terem tempo de se juntarem aos seus demais antes de cair a noite.
Parabéns mais uma vez ao Sr. Milton pela grandeza desse maravilhoso gesto!
Gaiolas abertas!
Sr. Otávio e Joseano do Camping Pesca e Lazer Mandizeiro, pessoas muito educadas e atenciosas.
Enquanto tomava o café da manhã, assistindo a Rede Globo, observei que os repórteres alertavam os motoristas que havia muita neblina na serra áquela hora da manhã, portanto passava das 9 quando deixei o Mandizeiro, seguindo em direção a Rodovia dos Tamoios.
A beleza e a calma do rio
Logo cheguei ao trevo, no Km 39,5. Agora eu teria que seguir a esquerda, em direção a Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo. Havia bastante trânsito em direção ao litoral, embora não fosse como nos dias de trânsito mais pesado.
O trevo com a Tamoios.
Que bela cerca, hein!
Olhem para a placa abaixo...
Leram? Pois bem, vale mais lerem de baixo para cima. Ou seja: "Ciclistas e Pedestres, Cuidado!"
Assim é a Rodovia dos Tamoios. O que costumamos chamar de "acostamento" aqui é chamado de "Pista Auxiliar". Pedalar aqui sem um bom espelho retrovisor é praticamente um suicídio. Por quatro vezes, mesmo ligado no espelho retrovisor, fui jogado para fora da pista. Duas vezes por caminhões e duas por carros de passeio. Ocorre que, se os veículos vem em sua direção e estão sendo ao mesmo tempo ultrapassados, não há o que fazer: caia fora da pista!!!
Assim, como dizia meu professor de música, "um olho na partitura, outro no maestro".
Não é gesso. É cimento mesmo!
Bom, então lá vamos nós!
Logo o meu amigo Sombra apareceu para me acompanhar em mais
este dia de pedal. Bem-vindo amigão!
Se você está bem o dia também fica bem e, consequentemente tudo fica mais bonito!
O céu azul claro e as águas azuis escuro contrastam com o verde da natureza e a mureta branca, recentemente pintada.
Interessante o desenho arquitetônico desta construção.
O pedal estava muito bom. Nada de empurrar mais a bike nas subidas, eu me sentia ótimo. Era como se o dia anterior tivesse sido um grande treino, me preparando totalmente para o dia seguinte.
Serra do Mar a vista gente!!!
Bom, não cheguei á descida da serra, mas já
estou em Caraguatatuba, hehehe!
Alguns poucos Kms adiante e essas duas placas apareceram como duas águias de bom agouro.
Olha só para onde vou!
Logo vou estar naquela Cidade lá em baixo... São Sebastião!
Aqui, como eu queria, devido ao grande movimento de descida, logo alcancei um caminhão carregado de botijões de gás e fiquei atrás dele. Curva a esquerda, curva a direita, caminhão atinge 40 Km/h, caminhão reduz para 35 Km/h e eu estou grudado atrás dele. Nalguns trechos a fila de carros que se formava atrás passava e só ficava eu atrás do caminhão de gás.
Alguns carros davam uma buzinada de saudação enquanto passavam ao meu lado e tudo corria normalmente quando um carro preto de quatro portas ficou ao meu lado. Com os vidros totalmente abaixados as jovens que lá iam puseram as cabeças e mãos para fora, acenavam e gritavam:
- Vai aventureiroooooo! Parabéns aventureiroooo! É isso aí aventureiroooo!
Foi um grande auê! Eu caí na risada, lógico e eles continuaram descendo a serra.
Logo em seguida, como que estimulado pela hilariante e estridente saudação e já com as mãos doendo de tanto segurar as manetes de freio, ultrapassei o caminhão e lá fui eu na minha velocidade. Afinal eu era "O aventureiro"!
A descida da Serra pela Tamoios é emocionante. Quem já desceu pela Mogi-Bertioga eleve a emoção a enézima potência. Diga-se de passagem, esta descida é muito mais segura que pela Mogi-Bertioga, haja vista que há por aqui um pouco de acostamento, exceto em curvas mais fechadas.
Assim, depois de tantas emoções, 51, 14 Km pedalados cheguei em Caraguá.
Na serra eu chegei a 61,3 Km/h. Não corri muito, pois esqueci de contar que no primeiro dia eu cheguei a tomar um grande susto quando entrei em alta velocidade numa curva e quase não fiz a mesma! Tô tremendo até hoje!
Parei para almoçar ás 13:30 horas, numa lanchonete á beira da estrada, ainda em Caraguá.
Arroz, feijão, salada, fritas e um belo e apetitoso contra-filé. Eu estava realmente com fome!
Não me preocupei muito em descançar após este lauto almoço. Parei por uns quinze minutos apenas e caí na estrada novamente. Agora eu queria chegar em S. Sebastião para pegar a balsa para Ilhabela. Ainda faltavam uns 30 Kms, mais ou menos de pedal.
Saindo de Caraguá. Não fui pela praia pois já passavam das 14 horas e eu precisava chegar ao Camping antes de escurecer.
Pedalei rápido até o primeiro subidão já em S. Sebastião. De Caraguatatuba para S. Sebastião tem umas 3 ou 4 boas e longas subidas.
Olha o marzão aí do lado!
Ilhabela, sempre bela, ao fundo...
Tô chegando... me aguarde!
Cheguei á balsa ás 16 horas, precisamente quando uma balsa estava para levantar âncora, Que ótimo!
Antigão, chegaste ao teu destino! A fauna e a flora te saúdam!...
Cheguei, gente!!!! Obrigado Grande Deus!!!
Às 16:30 horas, após 78,12 Km pedalados, cheguei ao Camping Palmar, onde sempre fui excelentemente recebido.
Casa construída, agora é só desfrutar da beleza da Ilha.
Que lugar invejável, hein?!
Bom, como não tenho compromissos assumidos, não sei quando deixarei a Ilha, se domingo, segunda ou terça-feira.
Talvez você queira ver mais fotos como esta e muitas outras surpresas, mas... isso fica para o dia seguinte, pois agora vou tomar um banho bem quente e descansar.
Até amanhã! Ou melhor, 3º Dia!