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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Parada obrigatória.


Interessante como a gente reage a certas situações que a vida nos preserva. Ultimamente eu estava tão empolgado com as implementações que vinha fazendo na minha bicicleta dobrável, a Nanika, que não me dei conta da gravidade dos problemas de saúde que estou atravessando. Somente ontem, depois de conversar com a Dra. Silmara, cardiologista, é que percebi que o meu problema não era tão simples como eu imaginava.

Bom, tudo começou há uns meses atrás quando numa tarde fui de bicicleta para o consultório da dentista. Para chegar ao consultório há uma subida medonha e eu subi pedalando numa boa até certo ponto. Em determinado momento senti uma dor aguda no peito e um cansaço anormal. Parei no meio da subida e a dor foi sumindo devagar. Como já estava no final da subida, retomei a pedalada e cheguei ao consultório muito cansado para os padrões de cansaço que eu já estou acostumado. 

A Dra. Cláudia perguntou como eu estava e eu comentei que sentira uma dor aguda no peito enquanto pedalava em direção ao consultório. Lembro-me bem que ela arregalou os olhos quando descrevi a dor e falou para eu procurar um médico imediatamente.
Confesso que na hora fiquei um pouco preocupado, mas logo acabei esquecendo a dor e nem dei mais bola para o assunto. Dias depois, quando saí para uma caminhada forte, depois de caminhar uns 10 minutos a dor reapareceu, inclusive adormecendo um pouco meu braço direito. Parei abruptamente a caminhada e um rapaz que caminhava também veio em minha direção perguntar se estava tudo bem, já que ele percebera que eu estava com o rosto meio crispado, devido a dor. Conversamos e ele comentou que eu deveria ir para casa e procurar um médico. Ele foi embora e eu tentei retomar a caminhada, mas... a dor voltou.

Naquele final de semana, quando fui pedalar no Parque do Carmo, percebi que bastava eu forçar a pedalada e a dor aparecia. Uma dor aguda, que parece estar queimando o peito por dentro.
Fui ao PS e o médico diagnosticou dores musculares e passou um medicamento para tal fim.


Na semana seguinte voltei ao PS e uma médica me atendeu. Pediu um eletro cardiograma, que nada acusou, mas me aconselhou a procurar um cardiologista. Por via das dúvidas, me prescreveu AS infantil, pois esse medicamento ajuda na destruição das plaquetas, que podem obstruir artérias do coração.

Fiquei numa dúvida danada. Estou ou não estou com problemas de coração? Marquei consulta com a cardiologista e mesmo assim fiz uma cicloviagem de bicicleta dobrável para a Cidade de Bertioga-SP, distante uns 130 Km de São Paulo. Não fui direto de casa. Peguei um trem até Mogi das Cruzes e de lá pedalei até Bertioga, uns 70 Km aproximadamente.


Lembro-me que nas subidas mais íngremes a dor reaparecia, mas eu aprendi a lidar com ela e subia devagar. Como a bicicleta não estava tão carregada, cheguei a Bertioga numa boa. Devido aos problemas de saúde não voltei no mesmo dia, pois chegaria á noite em São Paulo. Preferi retornar durante o dia seguinte. Na rodoviária peguei um táxi e cheguei em casa numa boa.

A cardiologista pediu Teste Ergométrico e Eco cardiograma. Proibiu-me de fazer qualquer esforço físico, incluindo lógico o pedalar.
Voltei ontem com os resultados dos exames. O Teste Ergométrico acusou a famosa Isquemia Miocárdica.
A Dra. Silmara além de medicação - tratamento clínico com Mononitrato de Isossorbida e AS infantil - também solicitou um Cateterismo para conhecer o grau de obstrução da artéria (Acho que coronária). Estou providenciando junto ao PS o Cateterismo, pois o mesmo só pode ser feito em hospitais. Quanto ao tratamento clínico o efeito colateral é terrível. Dores de cabeça muito fortes, dores musculares, principalmente nos braços e cólicas intestinais. Diz a bula que com o passar dos dias o organismo tende a se habituar com a medicação e os efeitos colaterais desaparecem. Assim espero, pois a dor de cabeça não cessa com analgésicos.

Achei por bem postar esta experiência, pois pode servir de alerta para alguém que possa sentir dores no peito, se estiver praticando exercício, seja ciclismo ou outro qualquer. Não seja estúpido que nem o Antigão; procure um médico imediatamente!

Assim, por ora o Antigão está proibido de fazer uma das coisas que mais lhe agrada: pedalar!

Mas, se Deus quis assim, não sou eu que irei contrariá-Lo. Ao contrário, a fé continua presente.

Portanto, amigos, não se surpreendam se não lerem por aqui as minhas cicloviagens. Será um novo período de pausa, até que Deus nos permita mais uma vez voltar a ativa.

Grande abraço do...




segunda-feira, 17 de junho de 2013

Vídeo da descida da Serra de Bertioga com a bicicleta dobrável "Nanika".

Olás,


Um videozinho rápido, descendo a Serra da Mogi-Bertioga em direção á Cidade de Bertioga, Litoral Norte de São Paulo, com uma bicicleta dobrável, uma Soul D60 modificada para cicloturismo.





As balançadas rápidas de cabeça para o lado esquerdo são devido às olhadas no espelho retrovisor, instalado na extremidade esquerda do guidão.

Observem que em nenhum momento eu precisei virar a minha cabeça para olhar para trás. Daí eu sempre sugerir o uso de um bom espelho retrovisor na bicicleta.


Abraços do ...



sábado, 15 de junho de 2013

Dobrável para cicloturismo - Final das implementações.


Desde o início do ano de 2013 venho fazendo implementações na minha bicicleta dobrável, a fim de deixá-la o mais seguro e confiável possível para fazer cicloviagens  longas.

Já publiquei aqui no Blog vários artigos tratando desse assunto, inclusive com fotos e sugestões. 

(Para ler o artigo em questão, clique AQUI.)

Na semana passada troquei os pneus, dianteiro e traseiro, por pneus mais largos. Na roda traseira um Schwalbe Marathon 1.75 (que ganhei de um amigo cicloturista) e na roda dianteira um Maxxis 1.85. A vantagem deste pneu Grifter é o fato de agarrar no piso mesmo em todos os ângulos, pois é usado para manobras radicais. 
Os para-lamas foram removidos em função dessa mudança, tornando a dobrável com ares de "off Road". Os pneus mais largos deixaram a bike mais confortável e mais confiável, principalmente nos dias de chuva. Os pneus antigos, Kenda 1.50 sclick, derrapavam com facilidade.






Nesta semana troquei o câmbio por um modelo Altus da Shimano, compatível com 8 velocidades e cassete Mega-Range.






Essa mudança levantou o câmbio alguns bons centímetros, já que o câmbio anterior (um TX 51) estava muito próximo do chão. Na foto acima ainda parece baixo, porque a foto foi tirada de cima para baixo, o que produz uma certa ilusão de ótica.


Para finalizar as implementações, estou negociando a compra de um par de pedais dobráveis em alumínio e futuramente pretendo trocar as coroas do pedivela para 50/34 dentes. Atualmente está com 53/39. Exceto o pedal de plástico que eu acho muito fraco, essa mudança não é estritamente necessária, já que dá para rodar bem com as coroas 53/39.
A ideia da troca da coroa veio de uma amiga, também cicloturista, e chamou a minha atenção. Realmente a bikezinha irá subir até em paredes com coroa de 34 e cassete de 34! A coroa maior, de 53 dentes, sobra nas engrenagens menores (14D)

Por ora, como estou proibido pela cardiologista de pedalar, fiz apenas uns 2 ou 3 Km depois da mudança do câmbio traseiro, apenas para testar o engate das marchas.
Se Deus quiser, terça-feira, dia 18, voltarei ao consultório médico e ficarei sabendo quando poderei voltar a pedalar, nem que seja bem devagar, apenas para manter-me saudável. Para quem está acostumado a pedalar, ficar totalmente parado faz mais mal do que o exercício em si.

Estou com um projeto de cicloturismo para o Centro Oeste, mas devo aguardar o posicionamento da cardiologista sobre o meu caso (Isquemia Miocárdica)O cicloturismo não é um evento tão impactante, se mantivermos uma média baixa e empurrarmos a bike nas subidas mais fortes.

Até lá, vamos nos contentando com as lembranças.








"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam
e a prova das coisas que se não vêem."
– Hebreus 11:1

Abraços do...


domingo, 9 de junho de 2013

História de pescador aventureiro.

Pesquisa prova que passar quatro dias na natureza sem tecnologias aumenta criatividade em 50%.

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Nesta semana, ao ler a matéria do sub-título acima (Clique para ler a matéria) lembrei-me de um dos meus belos momentos vividos na década de 1980, no Pantanal Sul Matogrossense.

A terra inundada. No alto muitos Biguás seguindo em direção
aos seus pontos de pesca.




Da esquerda para a direita, eu, meu sobrinho Alexandre e meu primo Wilson.




Todos os anos nós juntávamos uns trocados, tirávamos alguns dias de folga do trabalho e íamos pescar no Pantanal Sul Matogrossense. Não lembro se em 1985 ou 86 estávamos em Bonito-MS, prontos para prosseguir viagem até á beira do Rio Naitaka, onde um barco nos resgataria e nos levaria ao ponto de acampamento, uma hora mais ou menos navegando pelo Pantanal, próximo ao leito do Rio Nabileque.

Nessa época um dos meus cunhados estava morando em Bonito-MS e iria conosco. Ocorre que um fazendeiro local pediu que ele aproveitasse a viagem e levasse uma caminhonete Ford F1000 carregada de sal para o seu gado. Assim, ficou combinado que o pessoal iria no dia seguinte e meu cunhado e eu iríamos no outro dia, pois precisávamos pegar a caminhonete carregada com o sal. Eu, além de fazer companhia ao meu cunhado, estava encarregado de abrir as porteiras, naquela época acima de 25. Assim, ao chegar numa porteira, descia do veículo, abria a porteira, esperava a o veículo passar, subia e continuávamos a viagem. Era bastante cansativo fazer isso, mas não tinha outro jeito. Não se pode permitir que o gado de uma fazenda misture-se ao gado de outra propriedade.

Assim, saímos no clarear do dia aprazado. O caminhão que partira no dia anterior, além do pessoal, levava também o combustível que seria usado nos barcos, gerador e na viagem de volta. Parte da tralha seguia numa Parati, da Volkswagen.
Não lembro exatamente, mas seguíamos pela MS-382, depois MS-195 por aproximadamente 80 Km, quando então sairíamos numa estrada de fazendas, descendo em direção ao Rio Naitaka.





Havia chovido bastante nos dias anteriores, portanto a medida que íamos descendo as grandes poças de lama iam aparecendo. A caminhonete carregada encalhou numa delas. Alguns minutos de tensão, muito trabalho mas conseguimos sair numa boa.
Alguns Km mais abaixo um trecho só de lama, um verdadeiro lamaçal. Paramos antes, examinamos o terreno e resolvemos que daria para passar. Ledo engano! A caminhonete atolou até os eixos!
Começamos então a longa tarefa de tentar desatolar a caminhonete. Descarregar todo aquele sal? Era impraticável. Os sacos eram pesados e havia muitos deles. Ademais teríamos que caminhar um bom trecho com os sacos na cabeça, pois havia lama para todos os lados.
Lida daqui, lida dali, a cada hora avançávamos apenas um metro ou menos. Ficamos enlameados dos pés à cabeça. Muitas horas depois, cansados e com fome, estávamos quase desistindo, quando ouvimos um ronco que mais parecia um trator ou um caminhão. Naquela região, quando a gente ouve um ronco de caminhão ele pode estar há muitos Km de distância!
Não havíamos levado nada para comer, pois o combinado seria o pessoal nos pegar no Rio Naitaka na hora do almoço, quando prevíamos chegar ao local de encontro.
Tínhamos conosco apenas um corote de 5 L de água, um facão e cada um portava uma faca de caça na cintura. A hora do encontro já havia passado há muito tempo!

Ficamos ali esperando, em silêncio, enquanto ouvíamos o ronco do caminhão que se aproximava.
Parece que havia passado uma eternidade quando um caminhão apareceu numa curva, trazendo em sua carroceria uns 20 peões de fazenda. Meu cunhado e eu sorrimos de orelha a orelha. Eles teriam que nos ajudar, pois se não o fizessem não tinham nem como passar com o caminhão!
Mas, o pessoal do MS é muito hospitaleiro e solícito. Mal chegaram, apenas perguntaram para onde estávamos seguindo, pularam para o meio da lama e quase ergueram a caminhonete com seus braços fortes. Num segundo estávamos a salvo daquele lamaçal que nos atormentara por horas.

Passado o problema, seguimos estrada abaixo e pouco depois chegamos á ponte do Naitaka. Dali para a frente não havia mais estrada, só água. A tarde já ia alta. Em pouco tempo escureceria e não víamos a possibilidade de sermos resgatados naquele dia.

A fome bateu como uma marreta gigante no meu estômago: nada, absolutamente nada para comer! Procurei para ver se via algum pé de fruta, mas nada. Fiquei ali na ponte sentindo uma inveja danada de um Martim Pescador que estava pousado noutra extremidade da ponte: Ele olhava para baixo, mergulhava e voltava com um peixinho no bico. Ajeitava sua refeição, engolia e ia para o próximo mergulho. Bem sucedido ele logo se foi com o papo cheio de comida. Caramba, eu não tinha nem uma linha, nem um anzol para tentar pelo menos pegar um peixe! Tudo fora com o caminhão no dia anterior.

Achei uma cebola no pier improvisado. Estava inteira, com casca. Alguém deve te-la deixado cair na hora do embarque. Voltei para a caminhonete e abri o porta-luvas. Haviam duas fatias de pão americano no fundo de um saco de plástico. Não estava embolorado. Meu cunhado se recusou veementemente a aceitar uma fatia. Disse que aguentaria sem se alimentar até o dia seguinte.
Bom, vou fazer uma fogueira e comer cebola assada com pão, já quebra o galho. Já estava escurecendo e os pernilongos começaram o seu festival de picadas. Muitos, centenas deles disputavam o nosso sangue! Meu cunhado entrou na cabine da caminhonete, fechou os vidros e ficou protegido dos mini vampiros.
Numa última esperança, lembrei-me de quando eu era menino e caçava peixes com lanterna e porretadas. Peguei uma lanterna que havia na caminhonete, o facão e fui para a beira da água, explorando os locais rasos onde haviam pedras. Meu cunhado ainda brincou dizendo que iria encontrar uma Sucuri, isso sim!
Fui focando com a lanterna, facão na mão e... uma enorme Traíra balançava o corpo entre as pedras! Fui chegando devagar e ela como que hipnotizada pela luz ficou ali esperando o golpe fatal. Um golpe vigoroso de facão e ali estava a minha refeição, pronta para ser assada e degustada.
Meu cunhado estava firme em seu propósito de não comer, portanto assei a traíra numa fogueira que fiz com bambus velhos que encontrei e comi com pão e cebola assada, hehehe!




A Parati que fora com o caminhão estava lá, estacionada próximo á beira d'água. Forcei o vidro, consegui levantar o pino e abri a porta. Após o "jantar" eu estava totalmente preparado para dormir o sono reparador. Cansado, adormeci logo em seguida.

Na manhã seguinte, próximo da hora do almoço, fomos resgatados pelo barco que viera nos buscar. Trouxeram também um pessoal que levaria a camionete para a sede da fazenda de seu proprietário, onde descarregariam o sal.

Já no acampamento, lembro-me de Dna. Poli fazendo um delicioso arroz carreteiro que comemos a nos fartar.



Eu, tomando uma água de côco em frente ás nossas barracas de acampamento.




É isso,


Grande abraço do...




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