sábado, 24 de abril de 2010

Ciclopasseio á Cidade de Brotas-SP - 2a. Parte.

Segundo dia:

(Ir para a Primeira parte...)


Retornando para Charqueada...

Dormi muito bem. Não levantei muito cedo. Por volta das 8 horas da manhã. Azar o meu, pois o sol já estava tórrido, embora houvesse chovido bastante á noite.


A bike ficou bem acomodada no interior da cabana, para 4 pessoas.


Devido algumas mudanças nos planos pré-estabelecidos, não fui visitar a Cachoeira do Martelo como eu queria. Também, chovera muito nos últimos dias e os caminhos estavam barrentos. Na noite anterior eu me informara sobre o caminho da volta, pela Estrada do Patrimônio e era por lá que eu iria voltar. Uma estrada desconhecida, sem muitos recursos, desta vez me abasteci de alimentos, frutas e água, pois não sei se teria como compra-los no caminho.


Seguindo pela Estrada do Patrimônio.



Ainda bem que eu escolhi pneus mistos, pois o “asfalto” da estrada se desfez há muiiiito tempo!


Não foram muitos Km. Logo percebi que a estrada estava em reforma e fora recém recapeada. Embora não houvesse acostamento, o movimento era praticamente zero. Nada, nenhum som que me lembrasse essa poluição sonora de Sampa. Dava para ouvir nitidamente o som do pneu da bike deslizando pelo asfalto novinho.


Casa de fazenda abandonada, á beira da estrada.


Parece que todo mundo está querendo sair na foto!



Uns 6 ou 7 Km pedalados e olha só o que eu encontro no meio do nada:




Parei para ver se tinham café, mas havia acabado. Comprei uma garrafa de água e saí para encarar a primeira serrinha. Eu já a tinha avistado de longe. Bem íngreme, mas não mais do que uns 2 Km.
Na serra o Hotel do Mosteiro jazia imponente,
concorrendo com a paisagem local.


Ao longe, o belo e exuberante platô.


O hotel vai ficando para trás... continuo subindo...


É, parece que o povo daqui gosta mesmo de esportes radicais,
pois menos de um Km depois do Hotel...




Já no topo da subida, a fome apertou. Primeira parada para tomar um lanche e trocar de camiseta: a do pedal está encharcada de suor. O sol está soprando labaredas em cima de mim. Bem feito, quem mandou acordar tarde! Se eu não tivesse trazido o protetor solar estaria literalmente “frito”!


Pic-nic na sombra ao som de pássaros!
Pode ficar tranquilo, não vai ficar um cisco sequer no chão!


A paisagem por aqui é linda, mas não há absolutamente nada em que se apoiar. Há um Posto de gasolina que vende garrafinhas de água na Vila do Patrimônio, depois só em São Pedro, no alto da Serra, muitos Kms depois!

Cheguei no Patrimônio. Um pequeno lugarejo á beira da Represa do Jacaré, formada pelo Rio do mesmo nome.

A estrada vicinal, pouco movimentada, como um tobogã suave, se estende num sobe e desce quase sem fim.




Não sei não, mas esta árvore parece um pé de urucum
(colorífero, ou coral, como as pessoas chamam).




Segunda parada para o lanche do meio dia. Só me resta mais um sanduíche (misto frio) e uma banana.



Já vi placas anunciando a Serra de São Pedro, assim sei que não estou tão distante. O pedal por aqui rende pouco porque a estrada é um verdadeiro tobogã; não há praticamente trechos planos.


Opa, cheguei em Santo Antonio da Serra,
Bairro de São Pedro, que fica no alto da Serra.



O portal da serra está meio abandonado. O capim está tomando conta do mesmo e as telhas estão quebras em verdadeiro sinal de abandono.


Xiiii, não está chovendo agora, mas já caiu muita água por aqui! Está subindo aquele vapor quente do asfalto molhado chegando a incomodar o pedal.


Asfalto molhado e liso no topo da serra.




Bom gente, agora vou descer devagar. Se tivesse seco daria para empreender um pouco mais de velocidade, mas com a pista molhada todo cuidado é pouco!



Após a descida da serra, a Igreja Matriz,
a Praça e a Rodoviária de São Pedro.





Deixa eu calcar o pé que está chovendo barbaridade!
De São Pedro a Charqueada são 18 Km.




Na estrada, parada para ir ao “Banheiro”.
Mesmo de capa estou bem molhado, mas vou rodando.


É... parece que estou chegando em casa (Charqueada). São quase 15:30 horas. Ganhei umas duas horas na volta por esse belo caminho.


A chuva parou...




Cheguei!!!! E aqui nem choveu!




Gostei do passeio. Pena que não deu para visitar umas cachoeiras em Brotas. Mas outras oportunidades virão, se Deus quiser! Aliás, agradeço a Ele por me proporcionar mais esse momento de prazer e ventura e poder compartilha-lo com vocês.

Km pedalados na volta: 66,280

Total de Km pedalado: 156,83
Total de horas pedaladas: 10:47:16

Velocidade média: 14:5 Km / h

Velocidade máxima: 68:40

Baixas: Nenhuma.




Desculpem pela grande quantidade de fotos,
afinal dizem que uma imagem vale mais que mil palavras.

Abraços e até o próximo!

Waldson

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cicloturismo á cidade de Brotas-SP. 1a.Parte...

Olá, pessoal.

Após 7 meses da minha primeira ciclo-aventura para Rio Claro (Para ver o relato clique aqui) achei que já estava pronto para um novo desafio.

Dia 21/12/2008, semana do Natal, saí para uma ciclo-aventura de dois dias, partindo de Charqueada – SP, região de Piracicaba, em direção á Brotas, Cidade do interior paulista. Já vinha planejando esse passeio há tempos. Para ser mais preciso, desde quando pedalei de Charqueada até Rio Claro, onde encontrei um Senhor Jipeiro que me falou sobre Brotas.

Brotas é uma cidade conhecida por “Cidade dos esportes radicais”. Nos meus planos faria a viagem em dois dias, embora o passeio total girasse em torno de 150 Km. Acontece que eu queria ir devagar, admirando a paisagem, tirando fotos, sem me preocupar em ter que voltar no mesmo dia. E, se possível, até dar uma esticada na Cachoeira do Martelo.

Dividi o passeio em duas partes: Primeira parte, representando o primeiro dia e a segunda parte o segundo dia.
Como vocês verão, fui por um caminho e voltei por outro totalmente diferente, de acordo como eu planejara.
Como eu não queria levar barraca e saco de dormir, optei por pernoitar em uma cabana, no Camping do Jacaré, como veremos mais adiante. Assim, tive que levar roupa de cama, toalha de banho o que acrescentou mais peso á minha bagagem, fazendo com que as serras se tornassem bem mais íngremes, hehehe!

Bom... vamos ao relato:

O relógio me despertou as 5:15 da manhã. Fazia calor. O dia prometia ser bem quente com trovoadas no cair da tarde ou á noite. Pelo menos essa era a previsão do tempo na região.
Minha bagagem já estava semi-preparada da noite anterior, ficando só alguns preparativos para aquela manhã.
Por volta das 6:00 horas, após tomar um café composto de pão com manteiga e frios, café com leite e duas bananas nanicas, saí ao encontro da manhã.

O sol nascia com todo o seu esplendor afugentando a noite calorenta.



Na praça da cidade as luzes da decoração de Natal ainda estavam acesas.



Aqui começa o passeio, vou em direção á São Pedro. Minha meta é seguir para São Pedro, Sta. Maria da Serra, Torrinha chegando a Brotas no final da tarde. Olho para o relógio: são 6:10 horas da manhã. E lá vamos nós!



Logo que começo a descer pela rodovia a neblina começa a ficar mais intensa. Preocupado com a minha segurança, ligo os piscas traseiro e dianteiro, ficando dessa forma mais visível aos motoristas que, confesso não são muitos àquela hora da manhã..

Olha só a neblina.


“Oi nós aqui traveis!!!”. De maio para cá, essa já a terceira vez que paro para fotografar essa placa. Fiquei amigo dessa serra, subindo-a tranqüilamente.



No meio da serra pude sentir o ar adocicado. Uma leve fragrância de mel enchia o ar, tornando a respiração ainda mais suave.
Naquela manhã de domingo eu ia feliz pedalando, pensando nas belas paisagens que estavam por vir. Até Santa Maria da Serra eu conhecia bem o trajeto embora não me lembrasse bem dos detalhes, mas daí... era tudo surpresa.
As paisagens simples começam a surgir pelo caminho...

Uma vacadinha aqui... um ribeirão acolá...



Nossa, já cheguei á entrada de São Pedro!? Até que foi rápido. Vou seguir em frente, mas se Deus quiser na volta sairei por aí, mas.... isso é uma outra história!


Cada vez mais o verde me rodeia...



Ao longe um lugarejo desconhecido.


É gostoso ver fotos como essa e depois ir zerando o percurso.



O acostamento lisinho e limpo facilita a pedalada.



O sol vai subindo e olha quem apareceu! O Sombra! Grande companheiro de um cicloturista solitário. Como um bom arauto segue sempre na frente até quase desaparecer por volta do meio dia.



E, a medida que o sol sobe como uma imensa cortina, vai deixando aparecer o verde contido nos vales e nas montanhas, fazendo-os parecer mais perto.


Vamos tomar o ônibus??? Não, nada disso, vamos pedalar.


A montanha cada vez mais perto... os vales cada vez mais interessantes...



Quer chupar manga? Pena, está verde. Mangueira á beira da estrada. Coisa linda!



Opa, cheguei em Sta. Maria da Serra! Uma parada no Posto Amigão para o almoço, afinal já é quase meio dia!





Não almocei, apenas tomei um lanche reforçado e enguli um Gatorade bem fresquinho para renovar as energias.

Olha a plaquinha novamente, os números estão diminuindo!...



Vou sair dessa estrada agora e seguir á direita, no sentido Torrinha.
Olha só o novo asfalto, mas... cadê o acostamento???
Hum será que tem muito tráfego de caminhões por aqui? Ainda bem que eu não abro mão de um espelho na bike.



Olhem bem para esta placa:



Ela representa o grande desafio do “veio” ciclista: 5 Km de serra. Não, pera aí, “serra” não, “SERRA” !!! A famosa SERRA de Torrinha! Misericória, eu nunca tinha visto uma Serra tão íngreme e com tantas curvas! São mais de 30 curvas. Quando o Alessandro_SP comentou sobre essa serra, confesso que eu não dei a devida atenção, agora cá estou eu diante desse big desafio.

Lembro-me que um menino, no posto de gasolina, ao indagar o meu destino, perguntou assustado: O Senhor vai subir a Serra de Torrinha de bicicleta??? Quando eu disse que sim (sem conhecer o tamanho da encrenca, lógico) ele respondeu: O Senhor é corajoso! Despedi-me dos dois meninos que me cercavam e fui embora.

Olha só a beiradinha que sobra, de vez em quando, para o ciclista pedalar.



“De vez em quando” porque nas curvas a pista encosta literalmente no barranco!





Pedalar na contra-mão? Só se for louco! Os veículos descem consumindo todos os centímetros de pista e quando eles me verem já será tarde demais! Lá se vai o “veio” voando para o abismo.
A estratégia foi a seguinte: Usar o ouvido. Como era domingo á tarde não havia grande movimento de caminhões eu fazia o seguinte: Ficava na bike e ouvia se havia som de caminhão. Se não houvesse pedalava rápido até ultrapassar a curva. Foi assim, durante 3,600 Km, os outros 1,400 eu empurrei. Não foi fácil não.

Foto numa das poucas áreas de escape. Aqui achei uma chave combinada de 10 mm que alguém um dia esqueceu.


Numa das curvas, na pedra que compõe o barranco, o artista esculpiu em baixo relevo duas belas figuras.
O ano parece que foi 1997 e o artista era – ou é – de Itu.



A medida que se vai subindo o vale vai se expondo, deixando ver ao fundo a Represa de Barra Bonita, com suas águas azuis.






No meio da serra, quando vi essa placa atribuí a legenda ao perigo de infarto que o biker pode sofrer tentando subir essa “parede” chamada Serra de Torrinha! He, hehehe!



Se a caramanhola está vazia, não se preocupe, pois o Criador fez brotar água potável, fresca e cristalina de dentro da pedra! O ser humano apenas colou com cimento um tubo para facilitar o acesso. Tem água geladinha na serra!

Olha o passarinho! Quem enxergar o passarinho ganha um pingüim para por em cima da geladeira!



Já no final da serra o aviso que cheguei a outra cidade.



Viva! A placa que todo ciclista gosta de ver!!! Já não era sem tempo!



Depois dessa placa a paisagem fica até mais bela.



É, parece cheguei em Torrinha.


Para quem nunca viu um treminhão, ali vai um.



Lembram quando eu disse que era legal ir vendo estas placas, com a numeração diminuindo? Falta só um pouco para chegar em Brotas, nosso destino.


A fumaça exalada pelas chaminés da Usina se mistura ás nuvens. Ao fundo as nuvens negras prenunciam a chuva que está para chegar.

Deixa eu apertar os pedais senão ela vai me pegar!




Uma placa velha e enferrujada indicava Brotas á esquerda. Peguei uma estradinha esburacada e cheguei a Brotas antes da chuva.

São 15:30 horas pontualmente.

Olha só o Camping do Jacaré e a Cabana onde passarei a noite:
Um charme, hehehe!



Depois de um belo e reconfortante banho, e um lanche caprichado...



Como a chuva não veio torrencialmente, guardei a bike na cabana, tomei um belo banho, tomei um lanche caprichado e saí a pé para refazer a minha despensa e conhecer um pouco a cidade.




Planta exótica.


Asa Delta, como um pássaro gigante, sobrevoa a cidade.



Ponte Pênsil, recém inaugurada, sobre o Rio Jacaré.


Corredeiras do Rio Jacaré no Parque dos Saltos.

Fui ao Super Mercado, andei por várias ruas, tudo muito limpo e organizado.

Bom, tá na hora de fazer igual aos sapinhos...


Tchau!



Fim do primeiro dia.

Km pedalados: 90,450
Tempo de pedal – 5:47 horas.

Velocidade média: 15,6 Km/h
Velocidade máxima: 56,7 Km/h
Baixas: Nenhuma.