sexta-feira, 26 de junho de 2015

Novo projeto - Bike full suspension II

Bike do Antigão em 15/06/2008.



Olás, meus amigos e amigas!

Bom, voltando ao projeto Full Suspension, a bike ficou pronta.

Hoje pela manhã foi o teste final, mas deixe-me comentar as mudanças que tivemos que fazer para que o projeto desse certo, ou seja, a bike ficasse exatamente como eu a idealizara.



Levei o quadro, suspensão e demais peças para o Paulo, meu ciclomecânico, para a montagem, uma vez que as rodas já estavam raiadas e prontas para serem colocadas no quadro. O Paulo como num passe de mágica montou a bike. Quando da montagem da caixa central ele notara que a mesma ficara estalando bastante. Pensou que talvez, assim que eu começasse a pedalar, os estalos desapareceriam. Mas, não foi o que aconteceu. Testei a bike apenas numa quadra e notei que todas as vezes que eu exigia mais da relação em subida, os estalos estavam presentes. Conversei com o Paulo e chegamos á conclusão que seria necessário substituir a caixa central. Colocamos uma Shimano UN 26 e os estalos desapareceram! A caixa velha fizera muuuiiitas cicloviagens; já estava cansada, com seus dias contados.

Nesse mesmo primeiro teste percebi que o guidão borboleta ficara muito baixo. 



O guidão ficou tão baixo que, mesmo pedalando só duas quadras, as palmas das minhas mãos ficaram doendo. As costas também ficaram muito curvadas, exatamente o que eu não queria que acontecesse.
Definitivamente, esse tipo de guidão não se adapta a esse tipo de bike!

A coluna da gente, numa comparação grosseira, é como várias dobradiças uma sobre a outra na vertical. Quando a gente se inclina todas as "dobradiças" se curvam um pouco formando um arco. No meu caso, como já fiz cirurgia de artrodese lombar, algumas vértebras foram fixadas umas nas outras e, nesse caso, não se curvam mais. Se eu pedalar muito inclinado forço o conjunto de pinos, placas e vértebras fixadas, de maneira que as dores com certeza sobrevirão no momento da pedalada e permanecerão durante dias.

Exemplo de fixação por artrodese.


Assim, minha lombar tem que permanecer ereta no momento da pedalada. A bike "hard tail", ou rabo duro como se diz por aqui, devido as pancadas secas, também estavam me provocando dores, daí a ideia de montar uma Full. A minha ideia é partir do pressuposto que tanto o amortecedor traseiro, quanto o dianteiro, irão amenizar as pancadas sofridas na coluna, trazendo um maior conforto na pedalada.

Bom, mas com o guidão baixo o projeto iria para o brejo! Lembrei então que, num passado não muito distante, eu usara um guidão Kalloy rise bar que era bastante alto. Comentei com o Fábio, cicloturista e parceiro de pedal, que o guidão ficara baixo e, coincidentemente, ele me mandou um link de uma loja que tinha o guidão que eu estava procurando. Entrei no site, fechei o pedido e por sorte o frete via Sedex, com apenas um dia útil de prazo, ficava apenas 2 Reais mais caro que o PAC. Solicitei envio via SEDEX e, praticamente no dia seguinte o guidão chegou em casa.
No dia seguinte o guidão estava montado e a bike pronta para o teste final.

Hoje foi o teste e sabem o que eu achei da bike? Ótima!!! A bike ficou show de roda! Nenhum ruído, trocas silenciosas e precisas, no asfalto ouve-se apenas a ressonância dos pneus cravudos engolindo a quilometragem.
Pedalei na terra, areia, cascalho, subidas e descidas e a bike se portou maravilhosamente bem. Foram apenas 23 Km, mas o suficiente para a aprovação do projeto.

No Parque do Carmo - Manhã de 26/06/2015.



Por ora a bike não tem nome, mas achei muito interessante a observação do Fábio Almeida, quando chamou a bike de "o sofá da estrada", hehehe!

Sabem quem também aprovou a bike? Sim, ele, o meu amigo e companheiro de cicloviagens, o Sombra.


Teste em vários tipos de terrenos.


Aqui dá para ver bem o detalhe do guidão rise bar da Kalloy Uno.


Ainda hoje a tarde coloquei o bagageiro dianteiro, agora preso nos bosses do freio V-Brake, que eu não uso.
Já tenho um projeto para o bagageiro traseiro, o qual terá início na semana vindoura. Espero documentá-lo passo a passo, de maneiras que, se necessário, alguém possa se utilizar dele no futuro.


Embora no quadro conste 21v,  a bike ficou com 27v e o câmbio dianteiro, que eu pensei que deveria trocar por ser abraçadeira alta, ficou muito bom. Um dia lá no futuro eu instalo um Shimano Acera FD-M390, que seria próprio para esse quadro.

A bike depois de pronta ficou com 19 Kg. Bem pesadinha para cicloturismo, mas, fazer o quê? O importante é que está leve para pedalar. Não adianta ter uma bike leve, em termos de massa, e ficar encostada num quartinho. 
Já ouvi muito a frase: "Eu tenho uma speed levinha, levinha em casa, mas faz muito tempo que eu não pego ela".

Domingo próximo, se for da vontade de Deus, A Full e eu estaremos na festa de inauguração da Ciclovia da Avenida Paulista em São Paulo. Considero essa ciclovia um grande marco na história do ciclismo urbano paulistano, senão brasileiro. Uma grande vitória dos ciclistas paulistanos, que sempre lutaram incansavelmente por isso.

No mais, agradeço a Deus por me permitir levar adiante esse projeto. Agradeço sobremaneira ao Paulo ciclomecânico, proprietário da Ciclotécnica. Uma oficina honesta e de grande profissionalismo que, para minha sorte, fica defronte á minha casa.
Agradeço também a todos os meus amigos e amigas que me incentivam sempre e me ajudam no que lhes for possível para ver o sucesso das minhas empreitadas.
Sem contar a Dna, Fátima que tem paciência de Jó e nada critica ao ver ferramentas e bike espalhada até na sala de casa, hehehe.

Obrigado pelo prestígio!

Um grande cicloabraço do...




8 comentários:

mariotrindadept disse...

Falta agora o teste com carga que pelo que estou adivinhando não vai ser com suporte ligeiro/até 10kgs fixado no espigão do selim. Por mim com duas vantagens, afastam a tentação de levar "a casa toda" e por outro lado aumentando o peso suspenso tornam o "sofá com rodas" mais cómodo. O mesmo se aplica na frente e os braços agradecem.

Anônimo disse...

Olá antigão, já faz algum tempo que acompanho o seu blog, mas somente agora estou postando um comentário, é que estava me inteirando um pouco mais sobre o que rola no cicloturismo, sempre me senti inclinado a viajar de bicicleta, mas o medo de me aventurar sozinho me impedia, no entanto, lendo seu blog a cada dia ia ficando mais animado, influenciado pelas tuas aventuras, teus relatos escritos de forma tão animadora..., agora, tenho já minha bike montada para cicloturismo, fiz minha primeira viagem sozinho pra um acampamento aqui perto, foi um prazer só, obrigado, antigão pelo incentivo que você me deu, mesmo sem nem saber que eu existia. Estou já planejando minha próxima viagem, espero que um dia possamos nos encontrar.
Abraços
Celso Antonio Uberlândia MG

Gabriel disse...

Bacana a adaptação, vejo muitas SK's no dia a dia, deve aliviar um bocado os impactos nas "áreas nobres" heheheh. Uma dúvida: o suporte das pinças do freio traseiro é um adaptador ou a parte preta do quadro não é original?

Unknown disse...

Olá, Kelvin Tesla, boa noite!

Recebi com muito prazer e satisfação seu comentário repleto de palavras elogiosas. Obrigado!
O cicloturismo é algo muito prazeroso. É um misto de prazer e aventura que sempre me encantou. Adoro cicloviajar! Lógico que quando a gente sente prazer num esporte e tem amigos no mundo todo, é um dever transmitir isso aos amigos e você é um deles. Amigos virtuais que acabam se tornando irmanados pelo prazer comum. Continue suas cicloviagens e contagie outras pessoas com seus relatos e fotos.

Grande abraço e obrigado por prestigiar o nosso Blog.

Unknown disse...

Olá Gabriel Panta, boa noite!

Obrigado!

Essa bike ficou muito bem montada. Devo esses créditos ao amigo e ciclomecânico Paulo, que sempre cuidou, como um pai cuida de seus filhos, das minhas bikes e dos meus projetos.

Quanto ao suporte do freio a disco, é tudo original. Talvez te pareça diferente pelo fato de ser um freio para discos de 203 mm, pouco visto por aí. Normalmente o que se vê são freios com disco de 160 mm.
É um freio simples que eu recomendo. Marca Bengal. Tem uma ótima modulação e freia melhor do que muitos freios hidráulicos! E olha que eu já tive freio hidráulico! Optei pelo mecânico por darem menos manutenção e isso é fundamental para cicloviajantes.

No mais abradeço o seu comentário e o prestígio pelo nosso Blog.
Volte sempre!

Unknown disse...

Olá Mário Trindade, boa noite!

Seria uma boa usar apenas o que chamamos por aqui de "bagageiro de canote", pois como você mesmo observou, eles não permitem que coloquemos muito peso, sob pena de quebra.
A ideia é desenvolver um bagageiro de ferro, como os convencionais de alumínio, adaptado para esse tipo de bike. Já tenho um projeto em mente, agora falta colocá-lo em prática, o que pretendo fazer nos próximos dias.
Gosto da cicloviagem auto-sustentável, onde eu mesmo possa fazer a minha comida e poder acampar onde quiser. Ficar em pousadas e hotéis, fazer as refeições em restaurantes de estrada não me faz feliz. A ideia é um dia abolir totalmente esses vínculos da zona de conforto. Durante 10 anos eu fui para o Pantanal uma vez por ano e ficava lá acampado por 15 dias. Fazíamos a própria comida e a luz era de lampião. Não havia telefone, TV, geladeira, só a natureza com toda a sua exuberância. Foram os melhores 10 anos de minha vida.

Grande abraço deste lado do Atlântico!

Volte sempre!

Anônimo disse...

Salve, Guerreiro Waldson!

Sou eu de volta... o João Ramalho!
Com o tempo, iremos colocando os papos em dia, meu amigo.
Primeiro de tudo, quero saber como faço para contribuir na vaquinha do projeto Flópis.
Não tenho muita coisa, mas... 1 Real é sempre mais que ZERO Real, né?

Estava lendo sobre a montagem da "full"...
Bah!... mas se sabíamos das questões da sua lombar há um tempo... por quê não pensamos nisso antes, ora essa?!
É perfeito!

Grande abraço!

PS: Vejo que o Mário Trindade está firme, forte e atuante o blog, não? Grande abraço para este sujeito sensacional que vive no paraíso do além mar.

Unknown disse...

Olá João Ramalho, boa noite!

Sobre a lombar, é verdade. Sempre soubemos que uma bike full responde melhor às imperfeições do terreno, mas eu não tinha relacionado isso às minhas dores lombares. Somente quando um amigo de cicloturismo citou que outro amigo resolvera os seus problemas lombares usando uma bike full que eu fui pensar seriamente no assunto. A princípio fiquei meio receoso de vender meu quadro Trek de cromoly para investir numa full. E se não der certo, pensava eu! Mas deu super certo! Para pedais urbanos ela está ótima!
Para cicloturismo de longa distância há que se adaptar um bom e reforçado bagageiro para o transporte dos alforges. Estou providenciando isso. Por ora tenho a minha Nanika que me atende muito bem nesse requisito. Com a vantagem de ser dobrada para ser transportada em ônibus, avião, trem, etc.

Quanto à vaquinha, realmente qualquer valor, ainda que pareça irrisória, irá me ajudar e muito! Uma formiga não assusta ninguém, mas várias formigas somadas formam um formigueiro e esse assusta muita gente!
O link para contribuir é o seguinte:
https://www.vakinha.com.br/vaquinha/projeto-expedicao-floripa-chui
Pode copiar e colar na sua URL que chega direitinho lá.
Por ora só me cabe agradecer a sua contribuição, seja qualquer valor.
Nessa cicloviagem, espero voltar por Porto Alegre, o que irá perfazer mais de 1.400 Km de pedal.

Obrigado por prestigiar o nosso Blog e volte sempre. É sempre uma honra ter os amigos aqui presentes.

Grande cicloabraço!