O objetivo deste artigo é alertar os(as) amigos(as) ciclistas sobre a importância da sinalização da bicicleta. Não sou técnico no assunto. Falo apenas com a experiência vivida durante os muitos anos de cicloturismo, muitas vezes pedalados á noite ou dias chuvosos e muito escuros.
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(Os itens marcados com esta COR são links. Clique sobre eles para abri-los)
Lanternas na bike e capacete. Refletivos no quadro e para-lamas.
De acordo com um estudo conduzido nos Estados Unidos por Kenneth D. Cross e Gary Fisher - http://ntl.bts.gov/lib/25000/25400/25439/DOT-HS-803-315.pdf - os tipos de acidentes mais comuns durante a noite são:
- o ciclista não vê algum obstáculo - os mais comuns são buracos, pedras, pedestres e até outros ciclistas! – e colide contra ele;
- o ciclista se envolve em um acidente com um veículo a motor.
Segundo este mesmo estudo, cerca de 70% das ocorrências noturnas entre carros e bicicletas são colisões frontais ou atropelamentos em cruzamentos, num ângulo de 90º. Em apenas 21% dos casos registrou-se um ciclista sendo atingido pela traseira.
E, para finalizar, eles concluíram que o simples uso do farol noturno na bicicleta poderia evitar até 80% dos casos registrados, pois a maioria dos acidentes estava ligada à má sinalização do ciclista na escuridão.
Não faz muito tempo um amigo que retornava de viagem de carro, em uma rodovia resolveu ir para o acostamento para verificar alguma coisa no carro. Já estava trafegando no acostamento pronto para parar quando viu uma luz piscando intermitentemente. Freou rapidamente e então percebeu que se tratava de alguém sobre uma bicicleta. Ele não tinha certeza se naquele breu danado não teria atropelado o ciclista, caso não houvesse aquela lanterna traseira na bike.
Tenho observado muitos ciclistas que retornam do trabalho já durante a noite. Posso assegurar que 99,9% deles sequer usam os refletores na bike, que são obrigatórios por Lei. Não existe fiscalização tampouco qualquer iniciativa de campanha para alertar esses ciclistas do risco que estão correndo.
O que diz o Código de Trânsito Brasileiro:
Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN:
(…)
VI – para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais,e espelho retrovisor do lado esquerdo.
(…)
VI – para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais,e espelho retrovisor do lado esquerdo.
A gente costuma definir a iluminação em Ativa e Passiva.
Ativa - Trata-se da iluminação independente, normalmente gerada através de dínamo, pilhas, bateria, etc.
Passiva - Refletivos que dependem normalmente dos faróis dos veículos que ao incidirem sobre eles refletem a luz.
Eu prefiro usar ambos os tipos para ficar o mais visível possível.
Sempre quando perguntado sobre o assunto recomendo às pessoas usarem roupas claras para pedalar, quer na estrada ou na cidade. Seja visto!!!
O farol também é importante, principalmente para pedalar em estradas. Atualmente uso um farol Q-lite de 8 Leds e 4 funções. Um bom custo X benefício. Esse farol tem uma função "intermitente" que uso para os pedais noturnos urbanos. Ele usa 4 pilhas palito AAA. Eu uso pilhas recarregáveis, pois assim posso recarregá-las nas cicloviagens que faço.
Atenção: veja bem a autonomia do farol antes de comprá-lo. Você pode comprar um super farol com bateria recarregável, porém com pouca autonomia e aí resolve pedalar a noite toda. Como é que você vai recarregar o farol no meio do pedal? No caso dos faróis á pilha, podemos levar pilhas sobressalentes. Contudo, nem sempre o biker tem uma bateria sobressalente.
Veja o 2º dia deste relato onde os faróis fizeram a diferença:
Farol Q-lite. Simples e funcional.
Uso também uma lanterna de cabeça, a qual é importante caso caia uma corrente ou mesmo fure um pneu durante a noite. É terrível trocar câmara de ar no escuro!
Quanto ás lanternas traseiras, como se pode ver na primeira foto, tenho duas Cateye TL-LD170-R, presas sob o bagageiro.
Elas podem ficar acessas direto ou em modo piscante. Também usam duas pilhas palito AAA e são hermeticamente fechadas. Pelo menos nas minhas nunca entrou qualquer umidade, mesmo pedalando sob chuva forte e sem para-lamas.
No capacete uso uma Cateye TI LD 130, que prendi com presilhas plásticas (enforca-gato).
Quanto à iluminação passiva, nas lojas de auto-peça e assessórios são encontradas aquelas faixas que se vê nos ônibus, peruas e caminhões. Normalmente são da 3M e podem ser compradas unitariamente. Eu recorto no tamanho que quero e as colo no quadro, para-lamas e garfo da bicicleta. Mesmo nas bikeshops há faixas adesivas á venda, embora costumam ser mais caras que as 3M.
Vale a pena investir na iluminação da bike, principalmente quem pratica cicloturismo ou faz pedais noturnos. Pedalar com mais segurança é sempre uma boa pedida.
Obs. Não tenho qualquer ligação com as marcas e modelos das peças aqui citadas. Citei-as por mera sugestão de uso.
Um grande abraço do...
4 comentários:
E existem modelos de iluminação baratos e eficientes que não deveriam haver desculpas para não usá-los.
Tenho um kit excelente comprado em hipermercado... custou menos de R$ 40 há uns seis meses atrás e ainda está com as pilhas chinesas que vieram junto.
Caro Antigão,
Seus relatos sempre me inspiraram e ultimamente entrei para um grupo de pedal e minha meta será realizar cicloviagens.
Sou quase um neurótico com segurança e fora o capacete e luvas, sempre levo ferramentas e primeiros socorros.
Quanto a iluminação, tenho uma cateye igual a sua na traseira, na frente eu coloquei um pisca branco e adaptei minha Maglite para usar como farol, mas também comprei um colete reflexivo:
http://www.dalmoro.com.br/images/products/original/27042010194917.jpg
meus amigos pertubam muito com o colete, e alguns deles pedalam com piscas mas vestidos como ninjas (todos de preto), mas aposto que agora sou melhor visto.
Abraço
É bem verdade, Pantoja, que o ciclista urbano não está muito preocupado com a sua segurança. É sabido que, se o ciclista estiver com o equipamento fora das disposições legais e sofrer algum acidente, pode perder uma causa na Justiça se pegar uma seguradora chata prá dedéu! Ora a bike é um veículo e como tal deve ter pelo menos os equipamentos obrigatórios.
Como você mesmo disse, não se trata de um valor tão alto que o biker não possa adquirir uma lanterna traseira/dianteira para se fazer ver pelos outros veículos e pedestres.
Obrigado pelo prestígio e um grande cicloabraço.
Legal Alexandre Bagetti, mais um para o time dos cicloturistas, seja bem-vindo!
Cicloturismo é tudo de bom! Bom, eu sou suspeito para falar, pois eu adoro cicloviajar. Agora mesmo estando impedido de fazê-lo estou ficando neurótico, hehehe! A vontade de pegar uma estrada é muito grande; não vejo a hora.
Olha, preocupar-se com a segurança é o mínimo que devemos fazer. Não podemos prescindir dos equipamentos necessários a uma boa iluminação. Não adianta a gente depois reclamar ou mesmo se sentir culpado por não ter atendido às necessidades básicas de segurança, não é mesmo? Eu também usava uma faixa luminosa. Contudo, quando fiz a travessia da Estrada do Despraiado na Serra da Juréia, eu a perdi. Dali para cá não tive oportunidade de comprar outra. Mas mesmo assim, procuro sempre usar roupas chamativas. Quero ser visto pelos motoristas e pedestres.
Obrigado por prestigiar o nosso Blog e um grande cicloabraço.
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