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domingo, 22 de abril de 2012

Metrô de SP libera bikes nas escadas rolantes.



ciclista pega metro
A notícia já tem alguns meses, mas para mim a notícia é recente e alvissareira.  Creio que fiquei alheio á novidade por estar em período pós operatório de coluna lombar, o que me deixou um pouco afastado de tudo e de todos.

Briguei tanto há uns anos atrás para conseguir que a direção do Metrô liberasse as escadas rolantes para o transporte da bike, ou ao menos instalasse uma calha ao longo das escadas fixas, por onde os pneus da bike pudessem rolar. Na época não obtive êxito, pois a resposta do Metrô foi contrária. Hoje, 12/04/2012, pesquisando notícias sobre assuntos relacionados a bikes, dou de cara com essa novidade tão bacana. Para mim que me aproximo dos 62 anos de idade, subir as escadas fixas carregando uma bike com alforges e tudo sempre foi um grande transtorno.

(A resposta do Metrô na época por ser lida clicando aqui.)

Imaginem, descia do ônibus no Terminal Rodoviário do Tietê e tinha que contar com a ajuda de alguém para chegar a plataforma do Metrô, para embarcar com destino a Sé.
Na Sé, precisava contar com a ajuda de corações humanitários para acessar a plataforma de embarque para Corinthians-Itaquera e, finalmente, outra vez contar a benevolência de alguém para desembarcar na Estação Carrão, na Zona Leste de São Paulo.
Como eu me sentia constrangido em  ficar aguardando alguém para me ajudar nesse sentido, acabei por abandonar o transporte do Metrô e optei então por pedalar desde o Terminal Rodoviário do Tietê até a minha casa, uns 20 Km de pedal. Com isso, eu tinha que controlar o meu retorno das cicloviagens, de maneira que o retorno não ocorresse á noite, pois pedalar a noite carregando alforges pesados, por meio do Bairro do Brás não me soava muito amigável. Esse bairro, devido ser quase totalmente comercial, fica vazio e quese as escuras no período noturno, facilitando a ação de meliantes.
Confesso que agora fiquei mais sossegado e já posso me dar ao luxo de voltar á noite das minhas cicloviagens.

Bike_na_esc_rolante


O regulamento para o transporte de bikes no Metrô  de SP pode ser lido clicando  aqui.

Mas, vamos á notícia em sua íntegra:

29/01/2012 - 09h24
São Paulo - Uma mudança aparentemente simples - mas que exigiu a mobilização de quatro entidades, a produção e divulgação de um vídeo na internet e a publicação de uma carta aberta ao presidente do Metrô - vai começar a vigorar na rede metroferroviária a partir do próximo sábado, dia 4: passageiros que embarcam com bicicletas poderão subir as escadas rolantes.
Quem não usa a bicicleta pode não ver a importância da medida, mas quem tem de subir os (vários) lances de escadas comuns das estações para chegar à rua sabe o que significa ter de carregar os 20 quilos que uma bicicleta pesa, em média - peso equivale a um botijão de gás cheio.
O transtorno se tornou público há uma semana, quando uma campanha reivindicando mudanças na política do Metrô sobre bicicletas teve início nas redes sociais. Um vídeo mostrando um ciclista no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) subindo e descendo as escadas carregando a bicicleta nas mãos passou a ser difundido na rede.
Pelas regras do Metrô e da CPTM, em vigor desde 2007, a entrada das bikes só era permitida caso o ciclista a carregasse ao seu lado e usasse as escadas comuns para subir e descer até as plataformas. Durante a semana, as bicicletas só são permitidas depois das 20h30 - a média é de 53 passageiros por dia. Aos sábados, após as 14 horas. Já aos domingos, a entrada é liberada o dia todo - e o número de usuários costuma se multiplicar por dez: a média é de 573 usuários, segundo informações do Metrô. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



Vistos, relatados e discutidos, um grande abraço do…



Antigão

Revivendo velhos e bons momentos.


EueKamal

Ás vezes a gente para um pouco no meio do caos da vida e começa a reviver velhos momentos.
Alguém que nos observe naquele exato momento verá os sentimentos de  prazer e  alegria estampados em nosso semblante. O rosto brilha num quase sorriso.
Em dezembro de 2009 tive o prazer de fazer um ciclotur com o grande amigo Maurício Kamal e sua esposa em direção á Bertioga, litoral Norte Paulista.
Hoje estava me lembrando daquele prazeroso momento… Mesmo com chuva e algumas derrapagens nós fizemos um pedal maravilhoso serra abaixo. Foi divertido.
Abaixo o link para essa aventura, tão bem relatada e ilustrada pelo nosso amigo Kamal.

Clique aqui para ver as fotos e a narrativa.


Saudades desse maravilhoso e simpático casal!


Antigão

terça-feira, 17 de abril de 2012

Tribunal da Inquisição Contemporâneo - “Perícia do INSS”

 

Hoje pela manhã, mais precisamente ás 9:39 (horário que peguei a senha), estive no Tribunal da Inquisição Contemporâneo, vulgarmente conhecido no Brasil por Instituto Nacional do Seguro Social, cuja sigla é INSS.

Previdência social - logo

Após ter passado uma noite de cão, com dores nas costas e pescoço; ter acordado no meio da madrugada para reforçar a dose de remédio, logo cedo eu estava passando pela porta detectora de metais desse moderno tribunal. Logo ao chegar áquela porta e ter que tirar todos os meus pertences do bolso, já comecei a me sentir um bruxo do século XXI.

O “Tribunal” estava lotado. Um enorme saguão repleto de pessoas, algumas indiferentes, aguardando a chamada para resolver problemas inerentes a aposentadoria e outras, adoecidas e acidentadas,  tristes e cabisbaixas. Umas de cadeira de rodas, outras de muletas e até algumas ostentando belas bengalas em madeira envernizada e alumínio polido. Um luxo! deviam pensar aqueles que simplesmente como eu manquitolavam em direção a uma cadeira vaga, de olho no painel que após uma hora e meia de espera, com um fundo sonoro tétrico deveria apresentar o número da minha senha.

Algumas pessoas conversavam entre si. Falavam sobre a fé e a esperança em Deus, a única saída após passarem por inúmeras “perícias médicas” e terem seus benefícios indeferidos pelos “verdugos” de branco do “Tribunal”. Uma senhora exibia um documento do Posto Médico de seu bairro onde a sua pressão arterial era medida diariamente e sempre muito altíssima. Estava com problemas no coração, dizia ela, e aguardava uma vaga no INCOR para fazer um exame médico. Mesmo assim o Tribunal negara o seu auxílio doença. Sua interlocutora também reclamava que há 7 meses estava doente, mas sem receber o benefício que lhe fora negado.

Será que eu também iria para a “fogueira” do descaso e da indignidade?,  perguntei-me em pensamento.

Me mexi na cadeira, pois as costas e a perna doíam bastante devido permanecer sentado. Olhei para a minha sacola de documentos onde havia uma pasta contendo o Laudo médico, o atestado do Fisioterapeuta, dentre vários outros exames médicos e laboratoriais.

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O laudo acima é de março, pois o que eu levei hoje ficou retido. Mas basta acrescentar a data para abril e ao final do laudo o médico acrescentou uma micro cirurgia que foi executada para a remoção de um ponto que estava causando dores e  fibroma.

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A receita do remédio controlado que tomo regularmente para amenizar as dores: Tylex 30 – um comprimido a cada 8 horas.

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Para quem como eu, dentre outras atribuições, trabalha fazendo visitas a clientes e prospects usando o veículo da empresa,  vejam o que diz a bula do medicamento:

Bula

Estava imerso em meus pensamentos quando uma voz feminina gritou por detrás do balcão:

- Quem está aguardando para perícia médica, vai demorar um pouco, pois estamos sem sistema no momento!

Demorar um  pouco?! Pensei. Como se tudo aqui no “Tribunal” fosse rápido! Quem dera nós segurados tivéssemos um tratamento rápido e digno!

As pessoas se remexiam nas cadeiras e respiravam fundo demonstrando  impaciência e rancor.

O tempo passou, mas a dor que eu sentia nas costas não. Pelo contrário, aumentou devido ao longo tempo sentado. Levantei e fiquei em pé um pouco, aguardando o meu número de senha aparecer naquele moroso painel.

Bingo! Meu número apareceu! Comparecer á sala 5.

Dei dois toques na porta para avisar da minha chegada e abri a porta vagarosamente. Na sala pequena um jovem de semblante amarrado me aguardava. Olhava fixamente para o terminal de computador.

- Bom dia, doutor! cumprimentei. Mas o verdugo vestido de avental branco permaneceu calado.

- Bom dia! Insisti. E o verdugo, com cara de mau humorado, fazendo um grande esforço, murmurou baixinho: bom dia!

Em seguida pediu meu RG sem olhar para o meu rosto. Olhava apenas para o terminal de computador, como se ele fosse o paciente.

Perguntei se podia ficar em pé, pois não aguentava mais ficar sentado. O verdugo respondeu grosseiramente que eu poderia ficar do jeito que quisesse.

Pediu os laudos e eu os entreguei. Perguntou o que eu sentia e eu respondi: dor, muita dor, só dor, dor no local da cirurgia e na perna esquerda.

Examinou-me pedindo que me curvasse, mexesse a perna e eu o fiz gemendo, pois curvar-me ou torcer o dorso é o que mais provoca dores.

Perguntou se eu fizera algum exame recente e como eu me confundira com o monte de exames que tinha em mãos, frisou grossa e ironicamente:

- O Senhor não entendeu a minha pergunta! Quero saber se o senhor fez algum exame recente!!!

Entreguei-lhe alguns Raios X que o médico mandara eu tirar na última consulta. Ele os examinou rapidamente e em seguida disse que eu poderia me retirar e esperar nas “benditas” cadeiras do saguão, pois o resultado seria passado por uma das atendentes e esta me chamaria pelo nome.

Despedi-me e saí da sala pensando em como um sujeito tão jovem poderia ser tão mal educado e grosso. Um médico?! Em que universidade ele teria estudado? Será que ele estava revoltado por só ter conseguido uma vaga de trabalho naquele “Tribunal” fim de carreira? Ou fora obrigado pelos pais a cursar medicina quando gostaria de trabalhar em outra profissão? Veterinário, por exemplo.

E eu, pobre idiota, ainda ajudo a pagar o salário dele!!!

Voltei ao saguão e sentei-me ao lado de um jovem de cabeça baixa que parecia reclamar de dor na perna. Puxei conversa e ele comentou que estava com 8 perícias indeferidas. Não podia trabalhar e não sabia mais o que fazer da vida. Via-se que estava bastante deprimido. Comentou se referindo aos “verdugos” que “eles” deveriam tratar as pessoas com mais dignidade. Concordei. Seu nome foi chamado e eu lhe desejei boa sorte. Mas, pela cara que fez ao longe, quando a atendente lhe revelou o veredito, acho que foi para a 9ª perícia indeferida.

Fiquei pensando nas pessoas de espírito mais fraco, sem fé e desesperadas. Como essas pessoas reagem diante desse veredito? Creio até que muitos vão para o mundo do crime, drogas, álcool, pois imagine um pai de família doente sem poder trabalhar vendo sua família passando necessidade. Nem todos se submetem a receber uma cesta básica da sua Igreja ou Paróquia! Durante esse um ano que fiquei afastado do trabalho, fazendo perícias regularmente, ouvi muitas e muitas histórias de desespero, de pessoas que estão há meses sem verem um único centavo, sobrevivendo ás custas de familiares, vizinhos e cestas básicas doadas por entidades religiosas.

Esse é o fiel retrato do nosso povo humilde e batalhador, que depende do Seguro Social indigno, indiferente, o qual age como se todos os segurados fossem falsos e mentirosos e precisam provar, sem terem como, que estão doentes ou sentem dor. Enquanto isso alguns poucos privilegiados  podem passar até anos se recuperando de um simples resfriado que nada lhes falta e custa.

Como as horas se passavam, as pessoas que chegaram depois se foram, fiquei indignado por não ter o meu nome chamado. Educadamente me dirigi a uma das atendentes e expliquei que estava ali há horas e o meu nome não fora chamado para o “veredito”. Ela pesquisou no sistema e pediu desculpas, pois houvera um problema no sistema e o meu comunicado não fora impresso. Mas, mesmo assim me adiantou que o pedido fora indeferido e, portanto, no dia seguinte eu poderia voltar ao trabalho. Agradeci e saí pensando que se eu não a tivesse abordado passaria a tarde ali, pois já passava do meio dia e meia e a minha barriga estava roncando de fome!

Voltar ao trabalho… ah como eu gostaria de poder atender a esse pedido! Mas como, se na maioria dos dias mal consigo me vestir pela manhã? E a dor sentida ao curvar-me para escovar os dentes? Como permanecer em pé no Metrô ou ônibus lotados? E nos momentos de crise, tomarei um comprimido e deitar-me-ei no piso do escritório para passar a dor? Muitas são as perguntas, mas poucas ou nenhuma as respostas. Os “verdugos” de branco deveriam ter as respostas, mas preferem ficar calados e manter os seus empregos no “Tribunal”. Afinal são funcionários públicos e têm um bando de bobocas chamados  brasileiros, que são mal tratados, mas mesmo assim pagam os seus altos salários!

Esse é o Tribunal da Inquisição contemporâneo. Cheguei em casa, comi alguma coisa e fui tomar o remédio para amenizar a dor que eu estava sentindo. Certos medicamentos amenizam ou até curam as dores do corpo, mas nenhum deles pode curar a dor da alma, a revolta e o sentimento de descaso de nossas instituições. Essas só o amor de Deus resolve!

Ah, ia me esquecendo: Qualquer similaridade com os Tribunais Inquisitórios da Idade Média é mera coincidência! Afinal no século XXI não há uma fogueira real.

Obs.: Para quem não sabe, fiz três cirurgias de coluna, com artrodese lombar, onde foram colocados duas placas e quatro pinos de tungstênio. As cirurgias ocorreram respectivamente em 3/set/11, 24/nov./11 e 13/dez/11. Em março de 2012 foi realizado um pequeno procedimento cirúrgico para a retirada de ponto que estava sob a pele, provocando dores e fibroma. Infelizmente ainda sinto muitas dores e tenho meus movimentos bem reduzidos, não obstante as muitas sessões de fisioterapia que tenho feito.

Mas a fé em Deus continua firme. Sei que Ele proverá os meios para a minha subsistência.

Abraços do…

Antigão

 

domingo, 15 de abril de 2012

Cicloturismo autônomo – Dicas

 

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Acredito que todos os cicloturistas são unânimes em afirmar que a cicloviagem começa bem antes de se colocar a bike na estrada.

As escolha do roteiro, o preparo da bike, todos os preparativos criam um clima de euforia e prazer poucas vezes sentido.

É bem diferente de quando nos propomos a viajar de carro, trem ou avião. Viajar de bike traz consigo um componente a mais que nos deixa num misto de euforia e apreensão, um duo de sensações de medo e coragem. Esse componente não é outro senão o espírito de aventura. Qual é o cicloturista que ainda não experimentou o famoso “frio na barriga” antes de uma cicloviagem? Mesmo os cicloturistas mais experientes, que acumulam milhares de Km rodados, relatam o “frio na barriga” quando estão se preparando para uma nova cicloviagem.

Confesso, sou apaixonado por essa sensação! Nada me faz tanto bem do que programar e fazer uma nova cicloviagem! Acho que sempre gostei de aventuras. Aliás, a minha vida já foi uma aventura, pois perdi meu pai aos 12 anos e vivi praticamente sozinho daí para frente. Mas isso é outro assunto.

Descansando e se reidratando – Serra do Mar - Bertioga – SP

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Gosto de fazer pedais autônomos. Embora eu faça algumas refeições em restaurantes, hotéis ou pousadas, na maioria das vezes preparo eu mesmo o meu café da manhã e o jantar. Gosto também de acampar, ao invés de ficar em hotéis ou pousadas. Essa prática além de me deixar mais próximo da natureza, também trás alguma economia em dinheiro. E, consequentemente, a economia em dinheiro permite que eu vá mais longe em minhas cicloviagens. Contudo, o pedal autônomo faz com que o biker transporte mais peso, pois barraca, colchonete, fogareiro, alimentos e itens de cozinha contribuem com bastante peso no total da bagagem.

Preparando o jantar em espiriteira a álcool – Camping Morada dos Colibris – Boiçucanga – São Sebastião-SP.

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Preparando o próprio alimento:

A questão do preparo do próprio alimento é bastante relativa, haja vista que cada um gosta e/ou pode comer determinado alimento. Neste caso, vou me basear no alimento que costumo preparar.

O primeiro passo é ter um fogareiro ou uma espiriteira. Eu possuo ambos, um fogareiro modelo Trail da Nautika e uma espiriteira a álcool que eu mesmo confeccionei.

O fogareiro Trail da Nautika usa cartuchos de gás de 190 gr. Cada cartucho dura em torno de 3 horas aceso ininterruptamente. Assim, dá para fazer várias refeições rápidas com um único cartucho de gás.

Fogareiro Trail da Nautika com cartucho de gás.

Fogareiro Trail

Cartucho de gás butano para fogareiro Trail.

cartucho de gás

A espiriteira usa o álcool como combustível. O álcool pode ser o comum vendido em supermercados de um modo geral ou o etanol, vendido em postos combustíveis ao longo das estradas e rodovias.

Espiriteira a álcool.

Em close

(Clique p/ ver  Confeccionando uma prática espiriteira)

Vantagens e desvantagens:

O gás butano é mais seguro para ser usado e transportado e não preteja os utensílios de alumínio. Porém é mais difícil de ser encontrado. Somente em grandes lojas de caça , pesca e camping podem ser encontrados. Depende da distância e locais a serem percorridos na cicloviagem é interessante levar mais de um cartucho. No caso de usar o fogareiro Trail, convenhamos que este ocupa mais espaço nos alforjes do que a espiriteira a álcool.

O álcool é mais perigoso de ser transportado, pois pode facilmente vazar e provocar incêndios, mas pode ser encontrado em praticamente qualquer posto de combustível, vendas ou bazares. O grande inconveniente é que esse combustível preteja os utensílios de alumínio mais que o gás.

Uma vez definido o tipo de fonte de calor a ser usado, vem então a questão dos alimentos.

Eu uso bastante o macarrão instantâneo, porém sempre faço algum complemento, tais como linguiça defumada, sardinha em lata ou atum.  Existe no mercado arroz em pacotes de 1 Kg que não precisa ser escolhido ou lavado, bastando apenas acrescentar-lhe água, sal e tempero para ficar pronto. Atualmente nos supermercados podemos encontrar vários alimentos em embalagem Tetra pak, como feijão e vários tipos de legumes. Esses alimentos só precisam ser aquecidos para serem consumidos. Até feijoada e alho frito podem ser encontrados nos mercados de um modo geral.

Há também as sopas em pacotes ou copos que bastam ser aquecidas para serem consumidas.  Assim, basta um pouco de conhecimento para preparar a sua própria refeição em poucos minutos.

Potes contendo leite em pó, café solúvel e achocolatado.

Café da manhã em Ilhabela – Camping Palmar

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Normalmente fervo um pouco de água e preparo meu próprio café da manhã. Costumo usar café solúvel, leite em pó instantâneo, achocolatado e adoçante.  Acompanho com  torradas, bisnagas e alguma fruta.

Atualmente o cicloturista ainda dispõe de muitos alimentos liofilizados (O que é?). Não posso opinar sobre eles, pois, exceto café solúvel, nunca os usei, primeiro porque são mais difíceis de serem encontrados e também pelos seus altos preços.

O próximo item da autonomia é a acomodação.

Existem inúmeros modelos e tamanhos de barracas no mercado. A escolha é sempre difícil. Acredito que a escolha, além do espaço a ser ocupado, deve ficar a critério da região onde a barraca será usada. O Brasil tem dimensões continentais, assim uma barraca que é ótima para o Sul pode não ser ideal para o Nordeste. Há regiões mais ou menos quentes, mais ou menos chuvosas, enfim deve se levar em conta a região onde iremos usar a barraca.

Moro no Sudeste, considerada uma região de clima moderado. Uso atualmente uma barraca Falcon 2 da Nautika. Quando saí para compra-lá além da região onde ela seria usada, considerei ainda os fatores, peso, espaço e custo. O ideal é sempre uma barraca para duas pessoas, muito embora no meu caso o pedal seja solo. Numa barraca para duas pessoas posso colocar meu colchão inflável para dormir confortavelmente e ainda sobra espaço para os alforjes. Para mim o peso e custo estavam dentro do que eu havia projetado para me atender.

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Colchão inflável ou colchonete. Já usei os dois e acabei optando pelo colchão inflável com fole embutido. Embora seja  bem mais pesado que o colchonete, o colchão inflável é muito mais confortável e permite uma boa noite de sono, algo do qual o cicloturista não pode prescindir, depois de um dia inteiro de pedal.  O fato de ter fole embutido favorece o acampamento em locais onde não há energia elétrica, ou o transporte de uma bomba manual, a qual ocupa muito espaço. Carrego comigo um lençol de solteiro com elástico, pois o veludo do colchão “agarra” no corpo ou na roupa, incomodando um pouco, atrapalhando a boa noite de sono. Pode-se acrescentar um travesseiro inflável á bagagem se houver necessidade.

Normalmente uso um isolante térmico em EVA aluminizado sob o colchão, a fim de me proteger da umidade e friagem que possa vir do solo.

Saco de dormir. Eis aqui outro item que traz muitas dúvidas no momento de adquirir, pois existem um cem números de exemplares e modelos no mercado. Aqui também acredito que deva ser levado em conta a região e quando (Estação)  o mesmo será usado. Em regiões de clima ameno opta-se por modelos mais leves em regiões mais frias por modelos que suportem mais o frio e assim por diante. Eu uso um modelo Viper da Nautika. Já o usei numa noite de 0º Grau Centígrado, porém vestindo um agasalho de inverno, luvas, gorro e meias de lã.

Acredito que a gente deva ter dois modelos: Um para primavera/verão e outro para outono/inverno.

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Saco de dormir

Finalmente as tralhas de cozinha. Eu não comprei as minhas tralhas desses jogos que são vendidos em lojas de Camping e aventuras. Eu mesmo montei as minhas tralhas. Comprei duas marmitas redondas de diâmetros diferentes, de maneira que eu as carrego encaixadas uma dentro da outra. Na mais interior eu ainda coloco meia pedra de sabão em barra e uma esponja de cozinha. Tenho ainda um cabo universal para panelas, pois as marmitas redondas não têm cabo. Isso faz com que ocupem  menos espaço nos alforjes.

Cabo para panelas.

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Um copo e um prato plástico, bem como um jogo de talheres completam o “serviço” de café, almoço ou jantar. Sal, café solúvel, achocolatado, leite em pó, azeite, etc. são acondicionados em frascos ou potes plásticos hermeticamente fechados. São leves e práticos. Não deixo de levar um canivete sempre bem afiado que acaba virando um “faz tudo” durante a viagem. O canivete deve ser de tamanho pequeno, para não se constituir em arma branca e ser barrado pela polícia.

Com essas dicas e um pouco de prática em cozer os próprios alimentos qualquer cicloturista pode fazer um passeio autônomo, sem depender de praças de alimentação, hotéis, restaurantes, pousadas, etc.

Sugiro que os Campings a serem usados durante o trajeto sejam pesquisados e contatados antes, na fase de preparativos. Isso evita surpresas desagradáveis, tais como estruturas totalmente desfavoráveis, campings sem segurança ou mesmo campings que só abrem em épocas de temporadas.

Quando necessário acampar fora das estruturas de um Camping o item segurança deve ser considerado ao máximo, dando preferência a locais próximos ou mesmo dentro de Postos policiais, Corpo de  bombeiros, quintais ou garagens de pessoas de inteira confiança.

No mais, seja prudente mas nunca cultive o medo. Esse sentimento  é totalmente contrário ao prazer que a prática do cicloturismo pode trazer ao ser humano. Se você é Cristão como eu, lembre-se sempre o que diz o Salmo  34:7 :

“O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que os temem, e os livra”.

Assim, pedale tranquilo, deixe o vento acariciar o seu rosto, sinta o prazer do contato com a Natureza que o Papai do Céu criou especialmente para você e…

Boa Viagem!

Antigão

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Este mês o Blog faz aniversário!

 

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Poxa, mais um ano se passou! Este é o segundo ano do Pedalando com o Antigão. Se bem que, no ano de 2011 foi mais um “repousando com o Antigão” do que pedalando, pois a dona cacunda resolveu me afastar dos pedais com grande insistência. Apenas um pedalzinho aqui, outro acolá, mas nada que merecesse uma boa matéria no Blog.

Mas tudo bem, já estou quase bom e o que valeu foi o apoio dos amigos, presenciais e virtuais.

Nesses dois últimos anos fiz muitas amizades novas. Algumas em nosso país, outras em países distantes, mas é isso que importa: falar sobre a nossa paixão em comum, que é o andar e/ou viajar de bicicleta.

Certamente que muitos  ciclotures virão e serão postados aqui para que todos possam vê-los e partilhar comigo as paisagens e os relatos.

Nada me deixa mais feliz que pedalar por lugares diferentes e compartilhar esses pedais com meus amigos no Blog. Novos caminhos, novas experiências, alterações nas estradas, mudanças na bike,  os bons momentos, as mazelas, tudo isso serve de experiência para quem pedala e faz cicloturismo.

Por ora, agradeço a todos que durante esses dois anos nos prestigiaram com as suas visitas ao Blog. Muito obrigado!

Um grande ciclo-abraço do…

Antigão

sábado, 7 de abril de 2012

Piracicaba-SP => Anhembi-SP. Um ciclotur não publicado


Há uns bons tempos atrás, depois da primeira viagem que fiz para Anhembi-SP em dez/2010, estando eu em Piracicaba peguei a estrada novamente prara rever aquela bela e simpática Cidade. Um pequeno percurso de 74 Km.
Escolhi pedalar para a Cidade de Anhembi pelo fator altimetria, pois esta era a opção mais favorável ás minhas condições de momento.  Ademais, 74 Km não seria uma Kilometragem alta, o que me permitiria fazer uma média baixa ou nem me preocupar com a média, pedalando devagar. Eu teria o dia inteiro para fazer o percurso.

No Camping Anhembi, onde me hospedei, eu teria a proteção do quiosque, haja vista o período de chuvas constantes.

(Clique nas imagens para ampliar)

Altimetria do percurso.



Anhembi-SP é uma cidade pequena, porém aconchegante. Há vários restaurantes, farmácias, padarias, mercadinhos além do Anhembi Camping que, além de ficar num local muito tranquilo, possui uma ótima infra-estrutura.
A cidade faz parte do Polo Cuesta, embora eu particularmente acredite que as autoridades deveriam explorar mais os recursos naturais, destinando-os ao turismo ecológico.

Bike preparada no dia anterior:


Naquela manhã o relógio me despertou ruidosamente. Acordei entre entusiasmado e apreensivo, pois seria a minha primeira viagem depois de muitos meses ausente dos pedais. "Será que eu aguentaria?" era a pergunta que desde o dia anterior martelava insistentemente a minha cabeça. Por outro lado, meu slogan "A fé é a minha energia" me empurrava para fora da cama.

Assim, após os últimos preparativos, tomei um gole de café e saí pedalando com a bike carregada, para o espanto das pessoas que estavam nos pontos de ônibus, aguardando a condução para irem ao trabalho.

Vencidos os primeiros 10 Km que me separavam do bairro onde estava até o início da estrada, parei num posto de gasolina para dar uma regulada no câmbio dianteiro, pois estava com dificuldade para entrar a coroinha (22 dentes). Ora, após tantos meses de ausência dos pedais eu não poderia arriscar uma ciclo-viagem onde a marcha mais leve não seria possível!
Resolvido o impasse com o câmbio dianteiro, me pus na SP-147 em direção a Anhembi-SP.
Nomes estranhos, né?


Qual ciclista não conhece esta indústria?


Se eu estava animado, o Sombra então!...


A Mentika deslizava suave pela estrada sem fim.
A manhã ainda fresca estava ótima!


Aos poucos a paisagem ia se modificando. Saía da cidade para a área rural de Piracicaba.






Muitas mangas maduras á beira da estrada. Não estão bichadas nem têm marimbondo no pé!




Eu já havia pedalado perto de uns 25 Km, passado o trevo para Artemis quando me deparei com um grupo de caminhantes que estavam fazendo o Caminho do Sol.

Parei para prosear com o Gustavo, o primeiro dos caminhantes. Naquela manhã eles sairam de Monte Branco e se dirigiam para Artemis-SP, penúltima parte do caminho, que termina em São Pedro-SP. Aquela altura o sol ia alto.
Dividi a minha água com o amigo caminhante, pois a dele estava pouca e eu com mais 10 Km pedalados teria onde reabastecer.
Não tirei fotos do pessoal, pois eu estava filmando. 

Diante da paisagem abaixo, a estrada que segue sinuosa, o verde predominante, o vento acariciando o meu rosto, parei e fiquei pensando na bondade de Deus que me permitiu mais uma vez poder admirar a beleza ímpar de Sua arte. Poxa, depois de tantos momentos difíceis eu simplesmente estava ali! Não era mentira, nem sonho. 
Cansado, suado, mas eu estava ali, a caminho de mais uma aventura sobre a minha bike. Nem sei quantos minutos eu permaneci ali, estático, em silêncio, até que os meus ólhos ficaram marejados de lágrimas. 
Para mim foi emocionante! Suspirei fundo e segui pedalando alegremente.


Oba! 35 Km pedalados, cheguei em Pau D'Alho!


Um salgado, um coca geladinha, reabastecer a água era tudo o que eu precisava!


Flores exóticas.


E vamos em direção á Pinga!!!


Antes de chegar em Tanquã encontrei um ciclista que vinha em direção oposta. Estava de luvas, capacete, uma bike Caloi Aluminun, mas trazia um estranho e enorme cesto no bagageiro traseiro. Ele freou e acenou para que eu parasse. Atravessei a pista, pois havia sombra do outro lado.

O enorme cesto no bagageiro era uma adaptação, pois ele usava a bike para ciclo-viagens e ao mesmo tempo complementava a renda catando latinhas de alumínio á beira das estradas. Conhecia quase todas as estradas da região e já viajara bastante por elas. 
Ficamos batendo papo durante um bom tempo pois ele queria saber tudo sobre cicloturismo. Fiquei com pena dele quando disse que tinha mais de 50 anos e nunca tinha visto o mar. Seu sonho era pedalar até Santos-SP para ver o mar. Expliquei o que ele poderia fazer para pedalar até Santos e dei o endereço do Fórum Pedal (www.pedal.com.br) para que ele entrasse e pudesse ler tudo sobre cicloturismo.
Despedimo-nos e confesso que pedalei muitas horas ainda pensando naquele biker pobre e desafortunado.

Que bela porteira.


Caramba! Minha água acabou! Mas... ah, o bar do Chico estou a salvo!


Ledo engano, tudo fechado! Subi o acesso em terra e parei defronte ao portão da casa. Tentei gritar para o dono da casa, mas um barulho ensurdecedor de roçadeira abafava meus gritos. Já estava quase desistindo quando o motor da roçadeira morreu. Antes que dessem a partida de novo gritei!
- Ô de casa! Ô de casa! e bati palmas.
O portão se abriu e um homem anunciou que fechara o bar; não funcionava mais. Perguntei se não tinha como me arrumar um pouco de água para eu seguir viagem. Me indicou uma torneira, disse que a água era ótima para beber e que eu podia me fartar.
Agradeci e fui para a torneira encher o "bucho" e as caramanholas.

A bondosa Sra. Torneira.


Agora com o "bucho" e as caramanholas cheias de água, logo cheguei á Tanquã.


Não faltava muito para chegar, estava começando a ficar com fome, um caminhão de carroçaria longa, coberta por uma lona faz uma curva vindo em minha direção e algumas laranjas saem rolando para o acostamento. 
Que chato, algumas racharam com o impacto no solo, outras se perderam no capim alto do acostamento e só aproveitei uma.
Foi a laranja mais deliciosa que já "comi" até hoje, hehehe! "Comi" literalmente, pois quase nem as sementes sobraram!!! LOL

Logo vieram as descidas e cheguei ao meu destino: Anhembi-SP. Que céu carregado!!!


Parei na cidade para algumas compras e fui reconhecido por alguns comerciantes, pois já estivera por lá em dezembro de 2010. O dono da padaria puxou conversa e falamo-nos por alguns instantes. Despedi-me prometendo aparecer por lá outra hora para batermos um papo mais longo. Gente boa!

Descansei um pouco e rumei para o Anhembi Camping, que fica a 6 Km da cidade.


Um muro carro ou um carro muro?






Depois de 6 Km de terra e cascalho, com o céu prenunciando chuva, cheguei ao Camping.




Montei minha “casa” e fui passear um pouco pelo Camping.


Parece que todos os pássaros do mundo resolveram ir para lá. Que sinfonia!


Tem gente que faz casa de bambu, tem pássaro que faz casa no bambuzal.


A felicidade do Antigão.



O gramado impecável. Paisagens, flores e frutos.









A fé.


As formigas que não trabalham aos sábados.


Visitas indesejáveis.



Que me perdoem os vegetarianos...



Sr. Milton, proprietário do Camping, levando-nos a passear de Chalana.




No sábado ao final da tarde, deu uma ventania danada e caiu uma chuva torrencial. Choveu a noite inteira e no domingo amanheceu chovendo.
Chovia, parava, chovia, parava.

Estava arrumando as minhas coisas para ir embora quando me ofereceram uma carona até a saída de Piracicaba. Hesitei, mas diante dos torós que caiam intermitentemente não tive como recusar. A janela da compensação psicológica sussurrava aos meus ouvidos que eu não estava em condições físicas de declinar do convite.
Para o bem estar de todos e felicidade geral da nação: Aceitei!



Foi providencial ter aceitado a carona. Choveu forte o trajeto inteiro. As baixadas da estrada estavam cheias de água e minha esposa me ligara preocupada, pois em Pira estava caindo o maior toró!

Foi assim que deixei o Camping e cheguei em Piracicaba por volta das 17:30 horas de domingo.

Agradeço ao Sr. Milton pela carona.

A última foto que tirei ao chegar em Piracicaba é estranha. No alto da Avenida Raposo Tavares, embora estivesse chovendo podia-se ver o sól dando um verdadeiro espetáculo ao longe.


Cheguei em casa á noitinha, doido por um banho quente e um belo prato de comida!

Esse passeio foi emocionante. Pedalei ao todo por 93 Km.

Agradeço a Deus por mais essa oportunidade e a compartilho com todos vocês.

Obrigado pelo prestígio e um grande abraço do antigão.

"Para Deus nada é impossível".
 
Antigão