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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ONG quer 300 bicicletários em São Paulo até a Copa de 2014


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Publicado em 20/09/2011, 17:46

São Paulo - Do interior de São Paulo, o jornalista Gabriel Pelosi trouxe a bicicleta e o hábito de  locomover-se com a "magrela" pela cidade. Mais que um hobby, a bicicleta supre o automóvel no dia de rodízio municipal de veículos e significa rapidez nos deslocamentos pela capital paulista. “São dez minutos até o trabalho”, cita.


Na capital paulista, os bicicletários atendem a 10 mil pessoas por mês. Cerca de 60% dos usuários procuram o serviço para estacionamento das magrelas e continuam o trajeto utilizando metrô. Homens jovens têm sido o principal público dos bicicletários. Aos finais de semana, o fluxo é maior para empréstimo de veículos. Nesses dias, o aluguel de bicicletas ultrapassa 400 unidades.

Dados da pesquisa Origem/Destino do Metrô, de 2007, já indicava 305 mil viagens diárias de bicicleta em São Paulo. Marco Nordi, um dos coordenadores do grupo de trabalho sobre mobilidade urbana da Rede Nossa São Paulo, avalia que o número atualmente é bem maior.


Para André Pasqualini, dono de seis unidades, a bicicleta tem outras vantagens: estreita as relações e iguala as pessoas. Ao longo do último ano, ele diz que utilizou automóvel apenas três vezes. Nesses momentos, ele opta por alugar um veículo.
Com a bicicleta, ele se integra ao metrô ou, dependendo da conveniência, percorre toda a cidade em duas rodas. Para ir ao mercado, o ativista acopla um caixote ao veículo. Já para passear com o filho pequeno ele fixa uma cadeirinha. Até mudança ele e os amigos fazem com as bicicletas.

Outra vantagem, diz, é ter controle sobre sua agenda. “Eu programo e cumpro.” O uso de roupa social também não atrapalha o uso do modal. “Ando mais devagar para chegar com tranquilidade ao destino”, detalha. A sensação de não ser “mais um no caos”, também é importante diz Pelosi. Além de optar pela bicicleta uma vez por semana, em outros dias, ele pega carona com um colega de trabalho, na tentativa de evitar o uso diário do automóvel.

Na ausência de políticas de mobilidade urbana que privilegiem outros modais além do carro, os ciclistas vão abrindo caminho na marra. “Vai acontecendo (a preparação) na medida da adesão”, pontua Caetano. “Quanto maior o número de usuários, maior a força para discutir e exigir a bicicleta como meio de transporte.” Ele também acredita que a vivência vai levar os usuários  de outros modais a  se acostumarem com as bicicletas. “Estamos longe de estar preparados, mas não se deve parar por isso”, acentua. “Este é um caminho sem volta.”

Pasqualini sente que os motoristas já foram mais hostis. O momento é de mudança e aprendizado de ambas as partes. “Viajo pelo Brasil e avalio que o centro expandido de São Paulo é o melhor lugar em que já andei”, diz. “Quanto mais ciclistas, mais seguro o trânsito”, ensina. Ao mesmo tempo, ele já percebe motoristas com vergonha de usar carro.
Até a Copa de 2014, o Instituto Parada Vital espera ampliar a estrutura dos atuais 22 bicicletários para 300 pontos no centro expandido de São Paulo, com 10 unidades para empréstimo em cada um deles.

Fonte: Rede Brasil Atual

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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A primavera e o nosso jardim


(Foto tirada em Charqueada-SP, ano de 2009)

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Hoje, 23/09, com a chegada da primavera, resolvi acrescentar umas fotos que tirei aqui em nosso próprio quintal, cheio de verde. É interessante como quando estamos fora da correria do dia-a-dia, ou quando estamos de repouso médico, nos restabelecendo de alguma doença ou cirurgia, nos tornamos mais sensíveis á natureza que nos rodeia.

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A pitangueira está carregada de frutos coloridos, verdes, amarelos e vermelhos, dando um tom especial ao ambiente. Os pássaros se deleitam alimentando-se das frutinhas maduras. Em troca nos oferecem seus cantos maviosos, que nos fazem esquecer um pouco da barulheira provocada pelos veículos que passam velozmente pela avenida á nossa rente.

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Minha mãe, aos 82 anos, é a feliz mantenedora desta pequena “selva” particular e se orgulha disso. Ai daquele ou daquela que se atrever a arrancar uma folha sequer!

(Fotos tiradas na Rod. Luiz de Queiróz, Piracicaba-SP)
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Olhando para a simplicidade de nosso quintal fico querendo que todas as pessoas possam ter um quintal, um cantinho cheio de verde, cheio de flores, onde possam se sentar comodamente, respirar fundo e deixar a mente divagar como uma nuvem que paira no céu ao sabor do vento.
É primavera, é a estação das flores e como não poderia ser diferente, é o momento de repensarmos o nosso “quintal maior”, que conhecemos como planeta, atualmente cheio de fuligem, fumaça tóxica e desmatamentos.
Que tal se deixarmos mais o carro em casa e formos para o trabalho, escola, mercado, de bike? Pense nisso!
Que “quintal” afinal vamos deixar para os nossos pequenos?

(Meus netos. Afinal, neto de peixe peixinho é!)
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Um grande e primaveril abraço do Antigão!

Antigão
Ou…quem sabe?
Antigão de reclinada

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A recuperação do Antigão.

(Se quiser ampliar a foto, é só clicar na mesma, ok?)

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Muitos amigos e amigas, bikers e não bikers, têm indagado sobre a minha recuperação. Fico feliz por saber que tenho muitos amigos e amigas que me querem bem; que me escrevem ou procuram notícias neste Blog ou mesmo nos Fóruns que participo.


Já dizia Cecília Meirelles:
"Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre".


Ou Joseph Addison:
"A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor".

Graças a Deus estou me recuperando muito bem! Hoje, 17 dias depois da cirurgia, embora ainda sinta muitas dores, o que me obriga a tomar medicamentos diariamente, já consigo tomar banho sozinho, me alimentar, caminhar um pouco com uma bengala. A bengala não é um ponto de apoio, mas sim um ponto de equilíbrio, principalmente para subir e descer degraus.

A cirurgia foi bastante invasiva, pois trata-se de descompressão e artrodese lombar (veja Aqui).

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Já posso ficar um tempo diante do computador e, conforme orientação médica, irei aumentando esse tempo gradualmente. No momento fico uma meia hora, levanto e me exercito um pouco e depois volto por mais meia hora, não ultrapassando uma hora e meia, pois se não as dores voltam com grande intensidade.

Ainda não tirei os pontos (grampos) em número de 17. Acredito que na próxima visita ao consultório médico, dia 28/09, isto será feito. Tomar banho e “esfregar” mesmo que levemente essa “serra” provoca uma sensação pra lá de estranha!

No mais, com a graça do bom e misericordioso Deus, está tudo correndo bem.

Só tenho que agradecer a todos que torcem e oram por mim, visando a minha rápida recuperação.

Vocês são 1000!


Veja também: Antes e depois do bisturi.

Um grande abraço do Antigão!

(Foto tirada em agosto de 2010, em Caraguatatuba-SP)

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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Piracicaba a Analândia-SP - Dezembro 2009

Olás,

Em dezembro de 2009 publiquei o ciclopasseio abaixo no Fórum Pedal, do qual participo desde 2008.
Hoje, ao relê-lo observo como as verdades seculares são relativas a ponto de mudar totalmente os nossos pontos de vista. 
Eu explico:
Naquela época eu já sofria de dores lombares e cervicais e lembro-me perfeitamente que, ao ser atendido num Pronto Socorro, numa de minhas constantes crises, a Doutora ao observar os raios x disse que o meu problema era Artrose na coluna. Mandou que aplicassem uma injeção para a dor e me deu alta. Daquela data em diante sempre que eu sentia dores lombares ou cervicais eu as atribuía a Dna Artrose.
Neste ano de 2011, quando sofri uma "travada" feia e fui parar novamente no Pronto Socorro, a médica que me atendeu orientou-me a procurar um especialista em coluna. Atendendo a essa solicitação, procurei o especialista e foi então que o mesmo, após exames de Raios X e Ressonância Magnética, diagnosticou hérnias de disco lombares e cervicais.

Agora ao reler a publicação abaixo posso ver que eu estava enganado em relação ao guidão Drop e minha "artrose". Na realidade naquele ciclo passeio eu estava em crise de hérnias discais, por isso a grande dificuldade relatada para manter-me curvado sobre a bike equipada com aquele tipo de guidão! Foi um passeio difícil diante dos problemas encontrados, mas que serviu como experiência em relação a bike que eu montara: uma híbrida muito bonita!

Abaixo publico o ciclotur na íntegra, como foi publicado em dezembro de 2009.

Boa leitura a todos!

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Olás, meus amigos e amigas pedaleiros(as).

Espero que tenham tido um ótimo Natal.

Nesta semana de Natal, como fiz o ano passado, resolvi dar uma pedalada mais longa, saindo de Piracicaba-SP com destino á cidade de Analândia-SP.
Analândia é conhecida por suas cachoeiras, pelo turismo, pois oferece cavalgadas, trilhas e escaladas aos Morros do Cuscuzeiro e Camelo. 
Soube dessa cidade o ano passado, quando fiz um ciclopasseio até Brotas e desde então alimentava o desejo de pedalar até lá, ficando próximo e tirando fotos dos Morros famosos.

Saí na manhã do dia 22 pretendendo retornar pelo mesmo caminho no dia 23. A estimativa dizia que eu pedalaria em torno de 90 Km ida e 90 Km volta. Como eu acabara de montar um bike híbrida o ciclopasseio também teria a finalidade de testar a bike, carregada com alforjes, barraca, saco de dormir e toda a tralha que os cicloturistas que acampam são obrigados a carregar.
Para acampar eu escolhera o Camping da Cachoeira do Escorrega, pois ficava bem próximo aos morros citados e tinha um quê de acampamento selvagem, dada a sua distãncia da cidade: 6 Km.
No meu projeto sairia de Piracicaba pela SP-127 (Rod. Cornélio Pires) até Rio Claro, pegaria a SP-310 (Rod. Washington Luiz) até o trevo da SP-225 (Rod. Deputado Rogê Ferreira), próximo a Itirapina, atingindo assim o meu objetivo: Analândia e seus gloriosos morros. Sabia por alto e por informações do pessoal do Pedal das dificuldades que encontraria nesta última rodovia sem acostamento. Mas... eu estava determinado a atingir o meu objetivo e nada tão simples com a falta de um "mero acostamento" me deteria!

Dia anterior ao passeio: Bike pronta para pegar a estrada...




O celular me despertou ás 5 horas de uma manhã agradabilíssima, fresca, convidativa ao pedal...



Lá fomos nós (Deus e eu). Rapidamente atravessei a cidade de Piracicaba e cheguei ao início da rodovia, SP-127.





Essa rodovia possui um ótimo acostamento, um verdadeiro tapete. Ótimo para quem mora na região e deseja pedalar, pois não possuí muitas saídas ou entradas rápidas, muito perigosas.





Logo após ter pedalado uns 15 Km a placa já me avisava da distância que me separava da Washington Luiz.





Primeira parada para ir ao banheiro. Escritório da Concessionária, um ótimo atendimento; banheiros limpos e arejados.



Aqui o dedão sinalizando negativo pois eu fizera uma triste constatação: Documentos e dinheiro foram esquecidos em casa. 





E agora? Abortar o passeio, deixar para outra ocasião? Olhei para o relógio: quase oito horas da manhã. Lembrei-me da "assistência ao ciclista esquecido e desamparado", afinal eu não esquecera o celular. Ninguém menos do que a digníssima Patrôa! Tirei-a da cama, coitada! Celular na mão, expliquei o que acontecera e dei as coordenadas para que ela chegasse ao local. Tive que voltar alguns poucos quilometros para que o carro pudesse retornar sem pagar o pedágio.

Resolvido o problema, meu companheiro de todas as viagens apareceu contente, pedalando ao meu lado: O Sombra!


O Posto se chama Pira-Rio. É bem precário, mas a lanchonete oferece algum suporte: cafezinho quente e garrafas de água gelada, por exemplo. 



Chegando ao trevo para Rod. Washington Luiz em Rio Claro...




Paisagens calmas á esquerda e á direita...

  



Parada para comer uma pera e tomar água fresquinha. O sol está rachando mamonas!






Aqui começa uma  longa serra e uma nova e triste descoberta: Dores nas mãos, nos braços e no pescoço. Não dava nem 70 Km pedalados mas eu já estava seguro que não fora feito para esse tipo de guidão. A partir desta subida, o passeio todo eu sonhei com a minha MTB de guidão flat com manoplas de gel, muito confortável. Sofro de artrose na coluna e por várias vezes nos últimos tempos tenho visitado os pronto-socorros para tomar injeção para a dor. Embora estivesse com receio de não aguentar a viagem, olhei para o ciclocomputador e pensei: Só faltam uns 20 Km, dá para aguentar. Tinha comigo comprimidos para a dor, pois carrego a minha mini-farmácia.  Continuei, apesar da dor...




Céu de brigadeiro e calor quase insuportável! Molhava o pano e fazia com ele uma espécie de proteção ao rosto, pescoço e cabeça.



Paisagens que amenizam a dor e trazem algum conforto ao passeio...



Parece que estou chegando... Observem o "acostamento" que irei pegar ao lado da placa...



Gente, nunca havia pedalado por uma estrada tão perigosa! Não tem acostamento e o tráfego intenso de caminhões e carretas impede qualquer tentativa de pedalar na rodovia. Pedalar na rodovia seria um verdadeiro suicídio! 
Há alguns trechos, vistos nas fotos seguintes, que até dá para pedalar no que se parece com um acostamento, mas na maioria da estrada, tanto mão quanto contra-mão é pedalar pelo meio do mato, capim, buracos, etc.



Paisagens...




Ôpa! Parece que cheguei!!! Graças a Deus! Dói tudo: pescoço, mãos, ombros. Fiquei revoltado, pois nunca imaginei que iria ter que empurrar uma bike não por cansaço, mas por dores provocadas por um guidão errado. Várias vezes tive que descer da bike e empurrar um pouco para passar um pouco as dores que sentia. 


Ah, não acredito!!! Bike errada na hora errada, no lugar errado!!! AREIÃO!!!! 6 kM DE PURO AREIÃO!!! 


Os pneus enterravam-se na areia como minhocas e se recusavam a sair. Até empurrar era muito difícil. A tarde já ia caindo... e assim fui empurrando a bike pesada, enfiada na areia 6 kms adiante.

Mas... de repente lá estavam eles! Eu estava cansado, com dores, mas alcançara o meu objetivo! Ali, diante de mim, imponentes, Morros do Cuscuzeiro e Camelo! 
Um ano de sonhos e apenas 102 Km pedalados e "empurrados"!
Ninguém descreve com precisão essa sensação de vitória e prazer. 



Corri montar a minha "casa de Nylon" debaixo do jirau de bambus e apreciar a vista maravilhosa!


A vista da minha casa...





O Camping realmente é bem rústico, embora possua dois espaços para banhos quentes até ás 22 horas, três banheiros, lavatórios, tudo muito limpo e arejado. O ideal para chegar até lá é com MTB, usando pneus largos, próprios para areia.
Eu estava com uma fome de leão! Após um banho frio e relaxante e após esperar o Seu Pedro chegar da cidade, comi um X-Salada do tamanho de um prato! Nunca tinha visto pão tão grande! O Seu Pedro é gente finíssima e ficamos batento papo até ás 22 horas, quando então fui dormir. A noite estava linda, com um céu limpo e estrelado.
Acertei o preço da estadia: R$ 20,00 com direito ao café da manhã, composto de uma xícara grande de café com leite e um paozinho francês com mussarela e apresuntado. Apenas o horário não era o melhor para mim: o café é servido das 9 ás 10 da manhã. 

O dia amanheceu lindo! Aproveitei a manhã para dar umas voltas e molhar os pés nas águas geladas. Uma bela manhã tendo como fundo o Cuscuzeiro envolto na neblina.






Seo Pedro, sabendo da minha dificuldade para chegar ao Camping na tarde/noite anterior, me ofereceu uma carona até perto da rodovia, para evitar os 6 Km de AREIÃO implacável. Lógico que eu aceitei. Jogamos a bike e biker em cima da Toyota e rumamos para a antiga estação. Dali eu pegaria uma estradinha que pedalados apenas 1 Km já me deixaria na rodovia. A Toyota. Seo Pedro não quis sair na foto.


A antiga estação de Annapolis, nome anterior á atual Analândia...






Bom, após tomar alguns comprimidos para dor, encarei de volta a arriscada pedalada pelo pseudo-acostamento, em direção á Itirapina, pois eu resolvera mudar o trajeto de volta. A bike estava com vários raios soltos, principalmente na roda traseira e dava alguns estalos medonhos. Infelizmente eu não levara uma chave de raios. Os raios soltos provocaram o empenamento das rodas - mais a traseira por causa do peso - então a bike jogava e pulava como um cavalo no trote.
Fui devagar, parando ou empurrando de vez em quando para aguentar as dores provocadas pelo guidão e não judiar muito da bike. Afinal, não se sabia quem estava pior, se a bike ou o biker, hehehe! 

Resolvi fazer o seguinte caminho: Seguir direto por Itirapina, entrar no Trevo Itaqueri/São Pedro e de lá ir direto para Charqueada, onde pousaria na casa de parentes. Pensei que fosse mais perto, mas depois percebi que a distância percorrida na volta fora quase a mesma da ida. 

Indo no sentido Itirapina...


Entrei em Itirapina apenas para comprar água. Fiquei com pena da cidade que tem como "portal" uma Penitenciária de segurança máxima. Não tirei fotos, lógico!!!


Sól quentíssimo, bike rebolando e estalando, entrei no trevo de Itaqueri, sentido São Pedro. Seriam 38 Km debaixo de um sól escaldante até São Pedro.

Na estradinha parecia só existir eu....


E as vacas, hehehe....




Em Itaqueri, um lugarejo pequenino, bati palmas em uma casa e pedi água, pois a minha acabara e não havia onde comprar. Um menino gorduchinho e sorridente, vestindo uma camisa do corinthians, veio me atender no portão. Pegou minhas duas caramanholas e gritou para a mamãe dele: "Põe água gelada, mãe!". Quando eu disse que estava seguindo em direção a São Pedro ele olhou para a bike, arregalou os olhos e disse "São Pedro!... É muito longe!" Agradeci sorrindo e ele me desejou uma boa viagem. Bom garoto!

Sítio com nome sugestivo para alguns...


Bom gente, parece que terei que parar e guardar a máquina fotográfica. Ainda falta muito chão até São Pedro e depois mais 18 Km até Charqueada, mas vem vindo uma tempestade grande atrás de mim. Vou guardar tudo e cobrir os alforjes.



Tempos depois, refrescado pela chuva que caía e com vento a favor, cheguei a uma lanchonete (venda) que eu já conhecia, há uns 15 Km de São Pedro para o "almoço". Parei por uns 40 minutos e segui adiante. Na serra de São Pedro outro infortúnio: Parece que entrou uma pedra entre a sapatilha do freio e o aro da frente e o barulho de algo esmerilando foi horrível. Cavacos de alumínio entraram na borracha da sapatilha e o pobre biker teve de descer um serrão daqueles empurrando.  Fiz o resto da viagem quase sem usar o freio dianteiro. No dia seguinte limpei as limalhas de alumínio que ainda permaneciam na sapatilha. Ficou um canal no aro, nem sei se irei perdê-lo. Depois irei avaliar o estrago.

Oito horas da noite, já de lanternas traseira e dianteira ligadas, deixei a rodovia dentro da cidade de Charqueada. 
Um bom banho, um farto prato de comida, uma bela cama me conduziram de boa ao final do passeio e ao dia seguinte. 

Foi um passeio gostoso, embora se eu fosse refazê-lo, não o faria exatamente com a mesma bike.
Vou mudar algumas coisas na Touring para que ela se adapte a mim e não eu a ela. Guidão Drop = Descartado definitivamente!
No mais a bike foi bem, precisando apenas de alguns ajustes.

Km pedalados: 1o dia 102,00 e 2o dia 94,80. Total: 196,80
Vel. Máxima: 59 Km/h
Vel. Média: 12,4 Km/h

Agradeço a Deus por me permitir mais esse passeio e poder compartilhá-lo com vocês.

Um Feliz 2010, repleto de realizações a todos!!!


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Assim foi feito aquele passeio com a bike que daria origem a Estradeira que usei até alguns dias atrás, antes dessa crise de hérnias que me colocaram fora de combate, por algum tempo.
Hoje vejo esse passeio como um desafio que foi vencido e, apesar dos inconvenientes, serviu de base para os passeios seguintes. Ninguém há que possa dizer que sabe de tudo! A vida é uma grande escola!
Tempos depois refiz esse passeio com a Estradeira, mudando o lugar do acampamento. Para ver esse passeio clique AQUI.


Apenas uma nota triste: O meu cunhado, que estava com a minha esposa e foi levar os documentos que eu esquecera, faleceu o ano passado.


Para ver a montagem dessa híbrida, clique AQUI.


Um abraço a todos!