Voltei a pedalar em 2006, depois de um jejum de muiiiitos anos. Como eu já disse em outro artigo, voltei porque as caminhadas já não mais me satisfaziam e eu queria algo mais emocionante, que exigisse mais do meu corpo e, portanto, trouxesse mais preparo físico.
Naquela época eu tinha dois problemas:
- Um era ter certeza que eu compraria uma bicicleta e iria realmente usá-la. Quem diria que eu não pedalaria uns dias e depois a abandonaria num canto do quintal?
- Outro era a questão financeira que andava muito mal, quase não sobrando muita coisa para investir numa bike "de marca".
Assim, cheguei a conclusão que eu precisava de uma bike usada, porém em bom estado. Durante dias pesquisei nos Sites de usados e só encontrava coisas muito além das minhas possibilidades financeiras.
Já estava quase desistindo quando comentei com um dos diretores da empresa onde trabalho sobre o meu desejo de comprar uma bike usada. Ele respondeu que tinha uma bike usada para vender, pois há muito tempo ela estava encostada dentro do quartinho de despejo. Na realidade ele tinha duas: Uma Caloi Aspen aro 26 e uma Sundown também aro 26, ambas com 18 marchas. Naquela época eu pouco entendia de bikes, a não ser subir em cima delas e sair pedalando. Tamanho de quadro, qualidade das peças, tudo era desconhecido para mim. Mesmo que eu tivesse algum conhecimento técnico sobre o assunto, tudo mudara durante as décadas que eu ficara afastado do assunto.
Bom agora o que importava era: Estavam funcionando? E o preço? A primeira pergunta foi respondida afirmativamente: funcionavam! Bastava apenas limpá-las, lubrificá-las e encher os pneus. A segunda pergunta foi respondida com "R$ 100,00 nas duas está bom para você? " Nem acreditei que eu estava para comprar duas bicicletas com apenas R$ 100,00! Na realidade ele apenas queria "desocupar lugar".
Conversei com o Paulo, que é o meu mecânico de bikes até hoje e ele disse que as marcas eram boas marcas nacionais e que o preço estava ótimo. Pelo que eu descrevera, considerando a procedência, muito importante nesse tipo de negócio, haja vista o grande número de bikes roubadas que estão á venda por aí, o negócio era muito bom.
No sábado próximo elas me foram entregues. Mandei-as para a revisão. Eram bem antigas, da década de 90 mas estavam muito bem conservadas, disse o Paulo. Foi realmente um ótimo negócio, voltou a dizer.
Caloi Aspen e Sundown usadas, após limpeza e lubrificação.
2006
2006
A Sundown dei de presente para minha filha mais velha e fiquei com a Caloi Aspen.
Curiosamente não desisti de pedalar nos primeiros dias. É fato que nos primeiros dias doía até os fios de cabelo, mas não desisti. Quando contei ao meu médico que eu adotara a bike como esporte, ele disse: Muito bem! E acrescentou dizendo que eu escolhera um esporte muito bom, que raramente produzia contusões, salvo em quedas.
E assim os dias se sucediam enquanto eu pedalava numa avenida plana, a qual ainda não havia sido inaugurada. Durante meses pedalei nessa avenida, aos sábados e domingos.
Alguns meses depois, uns jovens amigos que já pedalavam há algum tempo, me convidaram para fazer parte do "time". Eles faziam pedais noturnos e aos fins de semana os pedais eram de 20 a 30 Km.
Foi barra! Eles tinham bikes que pareciam penas voando por sobre o asfalto enquanto eu me arrastava tentando acompanhá-los, sem êxito. Eram bikes com quadros em alumínio, equipadas com grupos Shimano Alívio, Deore, etc. Os selins eram macios e confortáveis... pôxa, eu precisava fazer alguma coisa para acompanhar aquela turma!
Os meninos então me orientaram a trocar o quadro por um de alumínio. Falei com o Paulo, mecânico, que me deu algumas orientações, de maneira que eu pudesse dar uma melhorada na bike sem gastar muito dinheiro.
Assim, comprei um quadro de alumínio, troquei caixa central, pedivela e coroas, catraca de rosca com 7 velocidades, câmbios dianteiro e trazeiro Shimano TZ 30, para 21 velocidades e trocadores Yamada rapid-fire. Troquei também os pneus que estavam pulando mais do que macacos e o selim por um maior e mais confortável. A bike melhorou muiiiito. Ficou mais leve, mais confortável e andando mais.
Fiquei um bom tempo com a bike nessa configuração. De vez em quando um dos rapazes me convidava e pedalávamos até a cidade de Mairiporã-SP, distante 76 Km ida e volta do nosso bairro. Eu nem imaginava o que era "cicloturismo".
Um dia estava pesquisando sobre bikes na Internet e eis que surge um artigo, postado num Blog, sobre um Biker com 53 anos que fora de bicicleta até a Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Havia muitas fotos da bike carregada com alforges, da estrada, do Camping... ele viajara durante dois dias, desde a sua cidade natal. Á medida que lia aquele relato eu encarnava aquele passeio. Era como se eu estivesse sentado naquele selim, olhando para aquelas montanhas verdes, virando a cabeça para os lados e enchendo os meus ólhos com aquela paisagem maravilhosa! Havia até um parágrafo onde o narrador dizia que empurrara a bike serra acima, pois tinha 53 anos e tomava remédio para pressão alta, portanto não podia abusar, sob um sol de 40 graus. Não havia dúvida, era eu quem estava ali!!!
Curiosamente não desisti de pedalar nos primeiros dias. É fato que nos primeiros dias doía até os fios de cabelo, mas não desisti. Quando contei ao meu médico que eu adotara a bike como esporte, ele disse: Muito bem! E acrescentou dizendo que eu escolhera um esporte muito bom, que raramente produzia contusões, salvo em quedas.
E assim os dias se sucediam enquanto eu pedalava numa avenida plana, a qual ainda não havia sido inaugurada. Durante meses pedalei nessa avenida, aos sábados e domingos.
Alguns meses depois, uns jovens amigos que já pedalavam há algum tempo, me convidaram para fazer parte do "time". Eles faziam pedais noturnos e aos fins de semana os pedais eram de 20 a 30 Km.
Foi barra! Eles tinham bikes que pareciam penas voando por sobre o asfalto enquanto eu me arrastava tentando acompanhá-los, sem êxito. Eram bikes com quadros em alumínio, equipadas com grupos Shimano Alívio, Deore, etc. Os selins eram macios e confortáveis... pôxa, eu precisava fazer alguma coisa para acompanhar aquela turma!
Os meninos então me orientaram a trocar o quadro por um de alumínio. Falei com o Paulo, mecânico, que me deu algumas orientações, de maneira que eu pudesse dar uma melhorada na bike sem gastar muito dinheiro.
Assim, comprei um quadro de alumínio, troquei caixa central, pedivela e coroas, catraca de rosca com 7 velocidades, câmbios dianteiro e trazeiro Shimano TZ 30, para 21 velocidades e trocadores Yamada rapid-fire. Troquei também os pneus que estavam pulando mais do que macacos e o selim por um maior e mais confortável. A bike melhorou muiiiito. Ficou mais leve, mais confortável e andando mais.
Bike após upgrade. Meio Aspen, meio Rally.
A foto é maio de 2008.
A foto é maio de 2008.
Fiquei um bom tempo com a bike nessa configuração. De vez em quando um dos rapazes me convidava e pedalávamos até a cidade de Mairiporã-SP, distante 76 Km ida e volta do nosso bairro. Eu nem imaginava o que era "cicloturismo".
Um dia estava pesquisando sobre bikes na Internet e eis que surge um artigo, postado num Blog, sobre um Biker com 53 anos que fora de bicicleta até a Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Havia muitas fotos da bike carregada com alforges, da estrada, do Camping... ele viajara durante dois dias, desde a sua cidade natal. Á medida que lia aquele relato eu encarnava aquele passeio. Era como se eu estivesse sentado naquele selim, olhando para aquelas montanhas verdes, virando a cabeça para os lados e enchendo os meus ólhos com aquela paisagem maravilhosa! Havia até um parágrafo onde o narrador dizia que empurrara a bike serra acima, pois tinha 53 anos e tomava remédio para pressão alta, portanto não podia abusar, sob um sol de 40 graus. Não havia dúvida, era eu quem estava ali!!!
Cicloturismo essa era a palavra mágica!
Daquele dia em diante tudo mudou! Me inscrevi num fórum cujo tema era bikes e cicloturismo. O pessoal do fórum Pedal me adotou e, aos poucos fui aprendendo alguma coisa sobre bikes melhores e cicloturismo. Hoje ainda estou aprendendo, mas já conheço alguma coisa sobre esses assuntos. Devo muito ao pessoal do Fórum Pedal, grandes companheiros.
Daquele dia em diante tudo mudou! Me inscrevi num fórum cujo tema era bikes e cicloturismo. O pessoal do fórum Pedal me adotou e, aos poucos fui aprendendo alguma coisa sobre bikes melhores e cicloturismo. Hoje ainda estou aprendendo, mas já conheço alguma coisa sobre esses assuntos. Devo muito ao pessoal do Fórum Pedal, grandes companheiros.
A bike agora depois de mais alguns upgrades. Aros Vzan Extreme, Câmbios Shimano Alívio, pneus mistos da Pirelli, equipada com bagageiro e alforjes. Pronta para viajar.
Março de 2009.
Março de 2009.
Aqui, quadro pintado de preto. Ganhou Cubos Shimano Alívio Paralax e K7 Mega-Range 8 V. Trocadores Shimano EF60 de 8 V. Novo guidão, nova mesa.
Agosto de 2009.
Agosto de 2009.
Aqui apresentando o bagageiro Wencum em alumínio.
No ano passado minha mente foi tomada pela vontade de montar uma Touring: Uma bike com rodas 700 X 38, guidão Drop (Guidão de Speed), porém a relação (Pedivelas, coroas, Câmbios, etc.) de MTB. Usei o quadro da Caloi Aspen, sobre o qual discorremos no início deste artigo. Infelizmente, embora eu tenha feito inúmeras modificações na tentativa de me adaptar á bike, não deu certo. Todas as vezes que eu pedalava na bike voltava com muitas dores nas costas. O fato de ser portador de Artrose na coluna impediu-me de usar o guidão Drop, curvado para baixo. Ademais o entre-eixos ficou muito curto e a bike ficou um pouco pesada. Lembrei-me então dos meus primeiros dias, quando eu penava para alcançar os meus amigos.
A minha bela Touring. Projeto que não deu certo.
Novembro de 2009.
Novembro de 2009.
Estava pensando em como fazer esse projeto dar certo, quando apareceu a oportunidade de comprar uma Aerotech Raptor usada, mas em ótimo estado. A bike estava com Freios a disco hidráulicos, suspensão Manitou hidráulica, grupo Deore / Truativ. Apenas os pneus precisam ser trocados. Não hesitei comprei-a por um bom preço.
A Aerotch, recém comprada, pronta para sua primeira viagem: 347 Km. Fevereiro de 2010.
Na estrada fez bonito. Não deixou nada a desejar.
Agora eu tinha duas MTBs e uma Touring com a qual eu não me adaptara. E se eu pegasse uma das MTBs e a Touring para montar uma bike do jeito que eu queria? E assim nascia um novo projeto de bike híbrida: Uma MTB com rodas 700 X 38, do jeito que eu vinha sonhando!
Só me faltava um garfo rígido, em alumínio, que tivesse suporte para freio a disco e que coubesse uma roda 700. Foi fácil! Meu amigo Luis da Freemagazine (www.freemagazine.com.br) tinha um a minha espera. Desmontei a MTB, mandei pintar quadro e garfo de Campagne e assim nasceu a minha nova estradeira. O freio a disco eu já tinha, pois acabara de equipar a MTB com ele e nem tinha praticamente usado.
Só me faltava um garfo rígido, em alumínio, que tivesse suporte para freio a disco e que coubesse uma roda 700. Foi fácil! Meu amigo Luis da Freemagazine (www.freemagazine.com.br) tinha um a minha espera. Desmontei a MTB, mandei pintar quadro e garfo de Campagne e assim nasceu a minha nova estradeira. O freio a disco eu já tinha, pois acabara de equipar a MTB com ele e nem tinha praticamente usado.
A nova estradeira, o mais recente projeto.
Maio de 2010.
Maio de 2010.
Já testada e devidamente aprovada!
Ganhando para-lamas indianos, em aço.
Falta só o para-lama dianteiro para a bike ficar 100% pronta.
Ganhando para-lamas indianos, em aço.
Falta só o para-lama dianteiro para a bike ficar 100% pronta.
Como não poderia deixar de ser sempre houve uma pessoa que desde a primeira bike tem feito tudo isso acontecer. É o meu amigo e mecânico Paulo, que com muita humildade e profissionalismo torna os nossos sonhos realidade.
Paulo, mecânico, em sua oficina na Vila Antonieta.
Essa é a história e cronologia de minhas bikes até o presente momento.
Será que irei parar por aí? Ah, isso ninguém pode afirmar. Só o tempo dirá.
Veja também Montei minha nova Estradeira!
Ao amigo Paulo pela sua dedicação e profissionalismo.
Aos amigos do Fórum Pedal que sempre me ajudam a tornar esses projetos em realidade.
Á minha esposa, que aceita com carinho e compreensão essas minhas sadias loucuras.
Waldson (O Antigão)
Será que irei parar por aí? Ah, isso ninguém pode afirmar. Só o tempo dirá.
Veja também Montei minha nova Estradeira!
Aos amigos do Fórum Pedal que sempre me ajudam a tornar esses projetos em realidade.
Á minha esposa, que aceita com carinho e compreensão essas minhas sadias loucuras.
Waldson (O Antigão)
Waldson,
ResponderExcluirInvejo ( a boa inveja ) a sua paciência em fazer essas lindas transformações em suas bikes.
Olho e fico babando...
Acho que vou te mandar umas duas velhinhas que estão aqui para você dar um jeito.
rsssss
Bom dia, Amigão!
ResponderExcluirInvejo a sua criatividade em preparar as bikes ao seu geito para viajar.Eu também sou parecido, transformei a minha mtb numa estradeira e ficou boa. Tirei as rodas 26, trocando por rodas Mavic de estrada e os freios troquei os V-brek por freios de estrada, tenho pedaleira shimano lx e cambios Alivio, utilizo 7 velocidades a trás.A minha bike anda muito bem , já me esquecia do garfo que troquei a suspenssão por um garfo em aluminio. Um abraço e boas pedaladas.
Fala chefia,
ResponderExcluirO sentimento lendo esse relato é como se fosse uma evolução cronológica de algo que se torna bom no final das contas. É uma viagem do bem!!!
Parabéns
Abraços e vai esquentando os dedos porque está chegando a hora!!! Estamos quase lá mesmo...
Marcelo
Alone e Carlos.
ResponderExcluirObrigado por seus comentários!
Aqui no Brasil temos uma carência de bikes próprias para cicloturismo em asfalto ou mesmo estradas de terra batida. Assim a melhor maneira é criarmos as nossas próprias bikes para esse fim. Como disse o Carlos, nem de suspensão precisamos. O importante é a leveza e o conforto que nos permita permanecer durante muitas horas sobre o selim, ás vezes, durante dias seguidos.
Abraços.