Olá, amigos!
Depois do pedal para Analândia, no início do mês de setembro, a bike teve que ser pendurada e assim ficou até hoje. Alguns problemas de saúde e trabalho me impediram até mesmo de treinar, como sempre o faço, no mínimo, uma vez por semana.
Nesta semana, já refeito, pensei num pedal para o sábado. Sábado porque domingo é dia de eleição e a gente acaba correndo para lá, correndo para cá, enfrentando filas e o dia vai embora num passe de mágica.
Fazia muito tempo que eu não subia a Serra da Cantareira com destino a Mairiporã. Estava com saudades daquela visão que tanto me empolgava em 2008, quando eu subia frequentemente a Serra.
A previsão do tempo não era nada animadora: 80% de probabilidade de chuva! Mas eu estava com tanta vontade de pedalar que disse a mim mesmo: Se não estiver chovendo canivetes na hora de sair... ah, mas eu vou, se vou! Só o Papai do Céu me impediria!
Fiquei tão ansioso que nem dormi direito! Parecendo criança a espera do Papai Noel!
O relógio não despertou. Eu o despertei! Faltava um pouco para as 6 da manhã. Ajeitei as coisas e zarpei! Era 6:30 quando deixei a minha casa.
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Saindo de Casa. 6:30 horas. |
Logo na primeira subida senti que estava meio enferrujado, mas fui assim mesmo!
Av. Conselheiro Carrão, baixos do Viaduto Alberto Brada e logo eu estava na Rodovia Fernão Dias.
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Av. Cons. Carrão. Está todo mundo dormindo a essa hora! |
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Antes de ficar com raiva das placas veja a solução na foto seguinte. |
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Legal né? Subi pedalando por aqui. |
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Chegando na Fernão Dias. Só alegria! |
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Vamos pela lateral. É mais seguro. |
A manhã estava fresca e eu não estava levando nem uma muda de roupa. Só uma capa de chuva, dessas descartáveis. Nos pés preferi sandálias, pois se chovesse não teria o inconveniente dos tênis ensopados.
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O sol até que tentou vencer a barreira, mas não conseguiu. |
Para comer, não levei nada, haja vista que há uma boa estrutura no caminho e para beber apenas pastilhas Suum na água.
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Acostamento sujo como sempre! Mas, tá bom. Essa rodovia sempre foi bem suja. |
Na serra lembrei do trecho interditado. Um atendente de posto de gasolina onde parei disse que o pessoal não iria permitir que eu passasse na mão interditada, mas eu podia tentar.
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Começo do trecho interditado. Só eu na pista. |
Logo que cheguei ao trecho interditado percebi com tristeza que a mão de subida fora desviada para a mão de descida, tornando-a mão dupla. Uma placa amarela, com letras garrafais me assustou! Trecho sem acostamento!!! Observei que as mãos de direção improvisadas eram estreitíssimas. Confesso que pensei em voltar, mas... continuei e peguei a mão interditada. Quem sabe não houvesse guardas e eu conseguisse passar sorrateiramente ou ao menos houvesse um "cantinho" por onde um biker pudesse passar... é, quem sabe?
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Começou mudar a paisagem e aparecer o verda da serra que me fascina. |
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Olha só o Antigão aí, bem feliz. |
Fui embora pedalando serra acima. Uma via só para mim.
Mas a alegria do pobre durou pouco. Logo cheguei ao trecho interditado e um guarda saiu em minha direção.
Senhor, não posso permitir a sua passagem, disse ele. Tentei argumentar que pedalar na rodovia era muito perigoso, mas ele esteve irredutível, alegando que seguia ordens e não poderia me deixar passar. Fazer o que?!
Ergui a bike e subi uma escadinha de madeira que dava acesso á rodovia de mão dupla. Passei a bike por cima do paredão de cimento que em condições normais divide a pista e segui pedalando grudado na mureta. As carretas passavam quase esfregando em mim e minhas pernas estavam tremendo de medo. Confesso que tremi de medo mesmo! Ainda bem que o trecho não era tão longo (uns 1.500 metros) e logo saí daquela situação de extremo perigo!
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Já fora de perigo, na via normal. |
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Cheguei ao alto da Serra. Que visão! Mesmo com o tempo encoberto a visão daquele verde preponderante me extasia. Sempre que chego ali glorifico ao Criador.
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Que verde!!! |
Menos de uns dois minutos depois, ainda antes do túnel as nuvens desabaram sobre mim. Chuva, muita chuva! O vento zunia e me empurrava para trás. Parei debaixo de uma árvore e tratei de vestir minha capa de chuva, assim como proteger máquina de fotografar e demais pertences. Tudo dentro de sacolinhas plásticas.
Entrei no túnel e quando saí o toró tava mais forte ainda. Os pingos de chuva batiam de encontro ao meu rosto e embaralhavam a minha visão. Tentei até me proteger num ponto de ônibus, mas a cobertura era insuficiente. Continuei o pedal assim mesmo, debaixo do toró e parei num posto de combustíveis próximo ao pedágio de Mairiporã.
Aproveitei para tomar um belo café e comer um lanche.
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A chuva que não para! |
Esperei uns minutos após o café, mas como a chuva não parava continuei o pedal em direção á cidade. Eu havia planejado subir a Estrada do Rio Acima, até a Cachoeira das Sete Quedas, mas os planos tiveram que sofrer mudanças, em função da chuva e do retorno, que não poderia ser feito pela rodovia. Eu não queria arriscar a minha vida de novo!
Já na cidade, parei num posto e me informei sobre um caminho de volta que eu ouvira falar há muito tempo: Estrada da Roseira.
O frentista do posto, que mais parecia um "google maps", explicou direitinho como chegar á Estrada da Roseira.
Segui no sentido de Franco da Rocha e acessei a tão almejada Estrada.
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A caminho de Franco da Rocha. |
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A água barrenta do Rio Juqueri. |
A chuva diminuiu um pouco, mas não parou, obrigando-me a continuar com a incômoda capa de chuva.
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Opa! Parece que cheguei á Estrada da Roseira! |
A Estrada da Roseira é um charme. Uma estradinha bucólica que serpenteia em direção ao cume da Serra da Cantareira. Mesmo com chuva podia se ouvir passáros canoros desfilando seus belos repertórios.
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Com a incômoda mas providencial capa de chuva. |
Uma coisa que eu aprendi da Estrada da Roseira: Seu lema. Subir sempre, descer nunca!
Amigos, pensem num "véio" que está há quase um mês sem pedalar, debaixo de uma chuvinha gelada, pedalando serra acima. Chegou uma hora que a musculatura das minhas coxas começaram a queimar e eu tinha que fazer constantes paradinhas nas subidas, antes de continuar pedalando serra acima. Se aparece uma descidinha logo virá uma subida em dobro! Mas o visual compensa tudo!
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Observem a delicadeza desta simples flor do campo. O caminho todo tem muitas flores assim. |
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Um pouco de barro não faz mal a ninguém, né? |
A chuva parou, graças a Deus e eu pude então tirar a capa. Essas capas fazem a gente transpirar tanto que não sei se não é melhor ficar molhado da chuva!
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De onde eu vim... |
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Para onde eu vou. Subidão danado!!! |
As paisagens foram se sucedendo enquando o Antigão pedalava serra acima.
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Eu passei por ali. |
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Olha só o charme dessa construção, com seus paredões de pedra. |
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Muito bonito! |
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Parada de ônibus ecológica. |
Demorei e resmunguei muito para chegar ao portal, onde começa a enorme descida em direção ao Jaçanã, por onde acessei a Rodovia Fernão Dias, já bem próximo á Zona Leste.
Ahahah, desci a milhão! Cheguei a dar 60 Km/h mesmo com pista molhada!
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Os policiais militares permitiram que eu fotografasse o charmoso portal. |
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Obrigado! Voltarei sim! Agora é pegar o descidão. |
No Jaçanã, parei numa Padaria e degustei um delicioso sanduíche de pernil com molho. A Jovem do caixa, muito simpática autorizou que eu pusesse a bike para dentro da padoca, num cantinho que não atrapalhasse ninguém. Assim pude comer sossegado. Aproveitei para ligar para a patroa e avisar que eu já estava a caminho.
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Aerotech segura no interior da padaria. |
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Esse lanche de pernil está simplesmente delicioso! |
Logo peguei a Fernão Dias, na altura da Vila Galvão e pedalei até minha casa, onde cheguei por volta das 14:30 horas.
Cansado, sim bem cansado, mas feliz por ter feito esse pequeno passeio, mesmo com prenúncio de chuva.
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Mais uns 10 Km e estarei em casa. |
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Agora é só retão! Tchau amigos! Até a próxima! |
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O passeio foi excelente!
Km Pedalados: 85,900.
Média: 14,5 Km/h.
Velocidade máxima: 60 Km/h
Baixas: Nenhuma.
Agradeço a Deus por ter me permitido esse belo passeio e poder compartilhá-lo com vocês.