O mês = Julho. O ano = 2010; A proposta = Descer de São Paulo á Peruíbe, no litoral paulista, pela famosa BR 116 - Rodovia Régis Bittencourt.
_________________________________________________________________
Era o mês do meu aniversário e eu resolvera me dar de presente uma cicloviagem de dois dias, saindo da Zona Leste de São Paulo, onde moro, chegando a Peruíbe. A aventura consistia em descer pela BR 116, cuja alcunha famosa era "Rodovia da Morte".
Naquela manhã, saí cedo de casa, mesmo com prognóstico de chuva e muitos amigos bikers que me aconselhavam a não pedalar na Rodovia da Morte.
Confesso que os comentários foram bem recebidos, mas não me demoveram de conferir se a BR 116 era tão assustadora assim.
Já estava próximo á Juquitiba quando parei num bar á beira da estrada para tomar um café puro.
Um sujeito branco, daqueles que a gente costuma apelidar de "alemão", enorme e muito forte, parou na porta do bar e ficou admirando a bicicleta.
Olhou, olhou, abaixou e ficou olhando para o freio a disco demoradamente. Enquanto isso eu assoprava o meu café quentíssimo e, o mesmo tempo, notava intrigado aquele estranho observador.
Logo ele entrou no bar e me vendo vestido á caráter rumou em minha direção.
- Freios ABS hein amigo! Disse ele, mais afirmando do que perguntando.
- Não, respondi, é um freio a disco comum.
O homem irritou-se com a minha observação, ficou vermelho e retrucou:
- É freio ABS sim! O Sr. está pensando que eu sou bobo?! Trabalhei com isso durante anos, ninguém me engana não!
Fiquei atônito olhando para aquele sujeito enorme que parecia ter algum problema mental. Olhei para o dono do bar, como se buscasse uma explicação e só então notei que o homem atrás do balção gesticulava para mim, dando a entender que o "alemão" não era bom da cabeça.
Naquele momento, mudando a minha estratégia, dei um sorriso e afirmei com a maior cara de pau:
- O Sr. está certo. Eu estava só brincando. É mesmo freio ABS. Afinal a última coisa que eu queria era me envolver numa confusão gratuita com aquele gigantão!
O "alemão" esboçou um belo sorriso e concordando com a cabeça disse:
- Ah, eu sabia! Ninguém me faz de bobo não! Trabalhei com isso durante anos!
Aproveitei o momento de paz, cumprimentei a todos e saí pedalando sorrindo levemente.
Por muitos Km fui pensando naquele episódio. Minha mente só dizia para mim mesmo: É Antigão, neste mundo de meu Deus tem doido prá tudo!
Cicloturismo é maravilhoso! A gente vê de tudo! Até paisagens bonitas, hehehe!
Veja o relato desta cicloviagem em: Peruíbe pela famosa BR 116.
Veja o relato desta cicloviagem em: Peruíbe pela famosa BR 116.
Antigão
ResponderExcluirAcho o inusitado o melhor nas cicloviagens. Uma vez, indo para Monte Verde, dei com uma bifurcação e sem ninguém para definir qual lado seguir, fiz um par ou impar mental meti a cara e fui. Só depois de uns quilômetros de dúvidas topei com uma carroça, era um casal. Enquanto o homem me explicava que eu havia pego o lado errado da estrada, a senhora sentada ao lado dele gesticulava insistentemente negativamente... Decidi por voltar. Peguei a outra perna de estrada e segui sem entender nada...até hoje.
O caminho que ele me indicou estava correto. São as estranhezas do caminho.
Kkkk....
ResponderExcluirQue figura!
Essa foi por um fio!
ResponderExcluirE' mais um causo bom pra se recordar :)
[]s