sexta-feira, 29 de junho de 2012

Litoral paulista de fio a pavio!

Olás, amigos e amigas seguidoras,

É com muito prazer que lhes comunico o lançamento de um novo desafio. Estou me auto-desafiando a fazer o Litoral Paulista de Cananéia a Paraty-RJ, agora no mês de julho/12.


Julho é o mês de meu aniversário - 62 anos - portanto estou me auto-presenteando.





Aproximadamente 700 Km de aventuras, lindas paisagens e um pouco de frio no lombo.
O planejamento envolve uns 10 dias de pedal, por asfalto, terra e areia dura da praia.
O trecho de Cananéia a Ilha Comprida será feito pela areia dura das praias. De Ilha comprida até Pedro de Toledo, asfalto e terra (45 Km) e o restante da viagem por asfalto.

No momento os pontos de pernoite escolhidos são: 


Cananéia - Partida.
Ilha Comprida-SP
Pedro de Toledo-SP
Guarujá-SP
Boiçucanga-SP
Ilhabela-SP
Ubatuba-SP
Paraty-RJ.


Bom, a ideia a priori era ir apenas até Paraty. Agora já penso em chegar até Angra dos Reis, Ilha Grande. Ora, pensei, se já estarei há 100 Km de Ilha Grande, porque não chegar até lá? Um dia a mais de pedal e posso conhecer essa Ilha tão famosa e tão comentada. Dizem que é muito bonita, mesmo nesta época do ano. Assim, alterei mais uma parada: Ilha Grande. Se eu estiver cansado posso ainda pernoitar em Mambucaba e chegar em Ilha Grande no dia seguinte.
Aqui o link do mapa que representa mais ou menos o trajeto:  http://goo.gl/maps/sdpR.





A preferência será pelo pernoite em Campings, com um mínimo de uma refeição diária autônoma.
A bike será a Mentika, creio que ainda nessa versão com quadro de alumínio. Nas próximas cicloviagens, esperamos em Deus já estarmos utilizando o quadro de Cromoly com cubos Shimano e Para-lamas Zefal.

Mesmo sob uma temperatura mais fria, creio será um pedal solo cheio de gratas surpresas, pois desconheço uma boa parte do caminho e mesmo a parte que já conheço, faz anos que não pedalo por lá.

Então, em julho o relato e fotos de "Litoral Paulista de fio a pavio", com bastante informações, que poderão servir de base para outros cicloturistas e aventureiros como eu.


30/06/2012 - Uma nova informação:

A empresa de ônibus que faz São Paulo-Capital a Cananéia-SP é a Viação Intersul. As partidas são efetuadas a partir do Terminal Rodoviário da Barra Funda.

Dois horários estão disponíveis, as 9 e 14:30 horas. A viagem dura em torno de 5 horas.


04/07/2012 - Nova informação:


Está tudo pronto para a cicloviagem. Houve um pequeno impasse, pois comprei os cubos novos para trocar na bike e não notei que o aro da Rígida era 32 furos. Mas o problema foi resolvido usando um par de aros Vzan Extreme, de 36 furos,  que eu tenho guardado em excelente estado. No site da Vzan podem ser encontrados os adesivos dos aros para venda.


12/07/2012 - Nova informação:


Já fiz todos os contatos com Campings, inclusive o Camping do Bicão em Ilha Grande. Só falta eu verificar o horário das balsas para a travessia de Angra dos Reios para Ilha Grande, mas acredito obter essa informação mais facilmente quando estiver em Paraty ou Mambucaba. No mais, tudo Ok para a cicloviagem.
Vamos que vamos Papai do Céu!

Inté e um grande abraço do...



segunda-feira, 25 de junho de 2012

Pedalando solitário para Brotas-SP. (Final)


Como vimos no post anterior, eu chegara a Brotas, mais precisamente ao Camping & lazer Jacaré.



(Para ir para o primeiro dia clique AQUI)

(Clique nas fotos para ampliar)



Alí tive o prazer de reencontrar o Luiz, a Vera e demais meninas que lá trabalham. Pessoas sempre muito simpáticas e sorridentes, que fazem de tudo para atender bem o campista. Obrigado gente!!!

Naquela tarde/noite limitei-me a ir ao supermercado próximo para comprar coisas para o jantar, frutas, água, etc.
O dia seguinte amanheceu friozinho, mas lindo. Acordei com uma verdadeira algazarra de pássaros, dentre os quais se destacam os Bem-te-vis. Estes formam o côro predominante. Um abacateiro próximo se encarrega de fornecer o alimento necessário a dezenas – isso mesmo, dezenas – de aves, incluindo até Tucanos, com seus bicos coloridos. O abacate deve conter alguma enzima canora, hehehe.

Os frutos maduros que caem do abacateiro. Alimento para os pássaros.





Após tomar um café da manhã, café com leite e pão com manteiga na chapa, saí para comprar uma bermuda no centro da cidade, haja vista que eu esquecera de colocar mais de uma bermuda no alforje. Vamos então aproveitar para tirar umas fotos.
Logo na saída encontrei o Sr. Natalino, 53 anos, que faz questão de ser chamado de “Caminhoneiro”, devido talvez ao tamanho de sua bike com carreta. Brotense nato, ganha a vida catando materiais recicláveis. Com muito orgulho disse já ter colocado até uma carcaça de automóvel sobre sua “carreta”. Parabéns ao Sr. Natalino, figura simpaticíssima que faz da força de suas pedaladas o motor que move o seu pão nosso de cada dia!
Sr. Natalino e sua bike com carreta.




Dá gosto de ver a cidade limpa, com suas belas praças, arquitetura bonita e seus riachos límpidos e nervosos.


























Aqui, uma verdadeira “patada”.







Aqui um pouco do Camping, com sua área enorme e bem cuidada.
















A sombra forma uma figura egípcia.
                                  


















Á tarde saí para visitar o Parque dos Saltos e a Casa das Máquinas, no Rio Jacaré, que fica bem próximo ao Camping.










Casa das Máquinas. Construída em 1911 abrigava o gerador, movido pela força da água do Rio Jacaré, que fornecia a energia elétrica para a cidade.

















Precisa de uns três Antigões para abraçar esse enorme eucalipto!


                                 


























Antiga comporta, atualmente desativada, que desviava a água do rio para a Casa das Máquinas.



Prédio novo do centro cultural.


P


É, tá tudo tão bão, mas parece que chegou o fim da tarde.



Mais uma vez saí para comprar provisões, não só para o jantar, mas também para a cicloviagem de volta que faria na manhã seguinte.
Na volta do supermercado passei no Armazém, um local que serve drinks, cervejas, refrigerantes e ainda agrega um disque gás e água.



Assim, tive o grato prazer de conhecer o Marcos, proprietário do Armazém. Um jovem que já viajou de motocicleta por vários países da América do Sul. Entramos numa boa prosa e eu fiquei fascinado pelas suas aventuras. Sentei-me num sofá de vime e ali ficamos horas contando nossas histórias e aventuras um para o outro. Gente finíssima!
Voltei para o Camping até mais entusiasmado em pedalar pelos Países vizinhos. Quem sabe qualquer hora faço isso! Quem sabe?!
Preparei um jantar de primeiríssima qualidade e fui para a cama até cedo. Estava um friozinho gostoso e, no dia seguinte, teria que me despedir e pegar a estrada de volta.

Sexta-Feira – 15/06/2012.

Despertei por volta das 7 horas com a passarada já cansada de me chamar para vê-los e ouví-los. Depois dos preparos e higiene matinal fui para a lanchonete do Camping tomar meu tradicional café da manhã.
Despedi-me de todos(as) e nem havia posto o pneu dianteiro fora da portaria do camping já estava com saudades do pessoal tão bacana e tão amigo.
Não demorou muito e eu e o amigo Sombra estávamos pedalando pela estrada de acesso que nos trouxe a Brotas.






Desta vez a ideia era pedalar por Torrinha e Santa Maria da Serra, chegando em São Pedro pela SP-304 (SP-191)




Usina Paraíso, uma cidade que dá emprego para muita gente da região.



Parei nesta simpática estradinha para rearranjar os alforges, comer uma fruta e tomar um gole de isotônico.






Torrinha – Até aqui tudo bem. Estrada calma com bom acostamento e cheirando a garapa de cana. Sabem aquele cheirinho de rapadura? O próprio!



A coral verdadeira (que eu pensei ser a falsa coral) morreu esmagada na estrada.



Daqui para a frente, até Santa Maria da Serra, embora não seja permitido o tráfego de caminhões acima de três eixos (carretas), há muitos caminhões na estrada. É um tal de correr para o capim, pois não cabem dois caminhões e um ciclista nesta pista. Alguém vai voar longe! Assim, pedala-se com um olho na estrada, outro no espelho retrovisor. Mesmo assim ouvidos bem atentos são importantes, pois nas curvas o retrovisor tem um alcance quase nulo e os caminhões chegam rápido demais até a gente.







A famosa Serra de Torrinha. Aqui foi muito interessante Eu vinha notando que nas baixadas a névoa começou a aparecer cada vez mais.
Dizem que alegria de pobre dura pouco: Eu vinha sonhando com as fotos que poderiam ser tiradas do alto da serra, mas… olhem para baixo. Cinco Km de névoa total, como na Serra de São Pedro!!! Nem deu para descer de freios soltos totalmente, pois eu precisava de silêncio para ouvir se vinha caminhão atrás e na velocidade o vento chega a assobiar no capacete! Foi menos tenso que em São Pedro, pois os santos estavam aqui para ajudar, afinal eu estava descendo!



Opa! Chegando em Santa Maria da Serra!




De onde eu vim...




Para onde vou.



Ao fundo, bem ao fundo,  a Serra de Itaqueri.



Parei no primeiro Posto de Combustíveis para tomar um cafezinho puro. Adoro café!
A moça do caixa estava de senho franzido, cara de poucos amigos. Conjecturei que poderia ser a dona do estabelecimento se sentindo a pior pessoa do mundo por estar trabalhando no caixa, função subalterna. Não gostei!!!



Entrada de Santa Maria da Serra.



Árvore solitária como o meu pedal.



A estrada boa, com bom acostamento; o verde que nos circunda, o céu azul, as nuvens, tudo isso nos motiva a pedalar tranquilo e prazeroso em direção ao nosso destino.

















Placa novinha informando multa em UFIR para quem trafegar no acostamento. Não entendo, pois que eu saiba a UFIR foi extinta há muitos anos! (?)



Estão vendo aquela ponte ali adiante? Pois na ida eu passei ali por cima, no sentido da direita para a esquerda (Águas de São Pedro para São Pedro). Agora passo por baixo e sigo reto em direção á Charqueada, meu destino. Combinei com Dna. Fátima em ir me buscar no finalzinho da tarde.



Parei próximo a São Pedro (cidade) para gastar minha última nota de R$ 10,00. Deu para um salgado, duas garrafinhas de água e sobraram algumas moedas. Lembram-se que na ida eu estava procurando um caixa do Itau para sacar uns trocados? Pois não encontrei nenhum! Ainda bem que no Camping aceitam cartão débito/crédito!


Mais 15 Km e estarei em “casa”.



Para Charqueda a paisagem é de extensos canaviais de ambos os lados da estrada.








Finalzinho da tarde, estou chegando.



Cheguei ao tão familiar Portal de Itaqueri: Charqueada!



Mas, antes de entrar em casa a Natureza me premiou com este belo troféu: 
O por do sol em Charqueada.



Voltar é nostálgico, mas muito legal. Lembro do Roberto Carlos cantando:

"Eu cheguei em frente ao portão. 
O cachorro me sorriu latindo!
Minhas malas coloquei no chão...
Eu voltei"E assim o passeio teve fim.

186,40 Km pedalados.
75,6 Km/h Velocidade máxima.
12,5 Km/h Velocidade média.


Baixas:
Quebra de um ponto de solda do meu bagageiro traseiro.
Soltura dos parafusos do disco de freio da roda dianteira.

Agradeço a Deus por me permitir mais essa feliz aventura e poder compartilha-la com todos os meus seguidores(as).
Especiais agradecimentos ao pessoal do Camping Jacaré que sempre nos recebeu com muito amor e carinho.
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Abraços do…