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domingo, 25 de julho de 2010

Peruíbe pela famosa BR 116 - Régis Bittencourt

Há tempos eu sonhava em encarar a Régis Bittencourt e desvendar os seus mitos. Sempre ouvi falar horrores dessa rodovia, até o apelido de "Rodovia da Morte" ela ganhou, pois muitos acidentes ocorreram durantes os seus muitos anos de rodovia de mão dupla. A Serra do Cafezal, com mão dupla até hoje assusta muita gente.
Já fiz muitas cicloviagens pelo litoral Norte. Já até posso arriscar dizer que conheço alguma coisa de suas belezas. Mas e o Litoral Sul? Eu também pretendia conhecê-lo, mas de bike. Peruíbe é uma cidade litorânea, tranquila e sossegada. Eu já estive lá algumas vezes, á trabalho. Outras vezes passei por lá dirigindo-me á Barra do Una, na Reserva da Juréia, onde acampava para fazer pesca de praia.


Na sexta-feira, 23/07/2010, eu estaria de folga e pretendia fazer um pedal mais longo, de dois dias pelo menos. Eu até pensara em Iguape-SP, ou São Luiz do Paraitinga, mas acabei por me decidir por Peruíbe.


Na quinta-feira eu já estava com todo o planejamento pronto: Bike e tralhas, bem como Camping e Pousada. Por via das dúvidas, alertado pelo sexto sentido, resolvi ligar e confirmar o Camping mais uma vez e a Sra. que me atendeu disse que não mais alugariam o Camping para montar barracas, só para eventos. Na hora me subiu uma raiva danada, mas achei melhor agradecer e buscar outras alternativas. Nas minhas pesquisas eu já tinha encontrado o Camping Pilacanto, que fica á 8 Km antes da entrada de Juquitiba. Liguei lá, fui otimamente atendido e confirmei a minha estadia.
Tudo acertado, cheguei em casa por volta das 19:30 horas e fui fazer os preparos finais para a viagem. Seria em torno de 250 Km para ser feito em dois dias.


Nota: Errei ao configurar o datador da máquina. As fotos estão com um dia a mais.


Bike pronta para sair na manhã seguinte.




O relógio me despertou ás 4 horas da manhã. Eu não queria acordar, queria dormir mais um pouco, mas antes que pegasse no sono novamente pulei da cama. Uma hora depois, com todos os finalmentes conferidos parti para mais essa cicloaventura. Era 5:14 da manhã quando beijei a minha esposa no portão e saí empurrando a bike morro acima.


Pelo meus estudos e ajuda do amigo Luciano Ramos, o melhor caminho seria Vila Prudente/Ipiranga, pegando a Av. Ricardo Jafet, que passa a ser Rodovia dos Imigrantes alguns Km depois.
Pedalar na Av. Luiz Ignácio de Anhaia Mello, numa sexta-feira, ainda no escuro foi terrível! Mas consegui chegar são e salvo a Rua dos Patriotas, no Ipiranga. A manhã estava fresca, até um pouco fria.
Pouco tempo depois, ainda no escuro, cheguei diante do Museu do Ipiranga.


Visão Noturna do Museu do Ipiranga.



No início da Rodovia dos Imigrandes, uma visão retrógrada.




A manhã de sexta-feira prometia ser bela e ensolarada.


Como desta vez o pedal era solo, meu grande companheiro logo se apresentou para me fazer companhia.



Oba!!! Este tapetão só para mim...



Ops! Falei cedo demais!...



Meu projeto era seguir pela Imigrantes e acessar o trecho novo (Sul) do Rodoanel Mário Covas, chegando á Régis Bittencourt.


Hum... Parece que estou chegando...



O Sol desapareceu dando lugar a um forte neblina. Comecei até a sentir um pouco de frio, mas não me atrevi a colocar um agasalho. Não estava suficiente frio para um agasalho e eu iria suar e ficaria tudo pior.


As 7:41 Hrs, com 35,41 Km pedalados, cheguei ao Rodoanel.

Eu ainda não sabia como seria pedalar no Rodoanel, porém agora posso garantir que é muito bom. Não há grandes subidas e o acostamento é limpo e generoso. Muitos caminhoneiros e carros de passeio acenavam, buzinavam, cumprimentando a gente. Não há postos de gasolina ou qualquer outro meio de comprar água ou alimentos. Portanto, quem quer pedalar no Rodoanel estreja suficientemente preparado.


O marco e a Represa Billings. A neblina está mais forte agora.





Algumas ruínas e o Antigão, muito feliz.


Chegando em Itapecerica da Serra.



As 10:32 horas, com 75,24 Km pedalados,
chegamos ao acesso
á Régis Bittencourt.





Olha ela aí!!! Só de pensar que já-já vou estar ai embaixo já me dá um frio na barriga. Será a Régis perigosa mesmo ou será apenas mito? Vamos ver...



Estava com uma vontade danada de tomar um café bem quentinho... Quem sabe até comer um pão de queijo, ou um suculento pão de batata. Assim que entrei na Régis, primeiro posto á direita, parei. Eu não sabia mas estava parando no lugar errado, na hora errada.
Atendimento nota ZERO! R$ 0,75 centavos por copinho descartável de café. Isso mesmo! Copinho descartável. Áqueles bem pequeninos.
Não havia lugar para sentar, embora houvesse uma espécie de mesa. Peguei uma banqueta que estava encostada, afinal eu quero tomar o mísero café sentado. A moça disse que eu não podia usar a banqueta para sentar, pois esta era só e exclusiva para as funcionárias. Quase que eu respondi: "Quem é que vai me tirar daqui?!". Mas, ponderei e disse para ela que "as funcionárias" me emprestaram a banqueta para eu sentar e tomar café. Embora ela retrucara dizendo que não podia, virei a cabeça para o outro lado e deixei-a falando sozinha. Tomei aquele café SENTADO!!! Fui embora pensando como podem existir pessoas tão toupeiras (que me perdoem as toupeiras!). Incrível. Fiz questão de fotografar o local para que se um dia você pegar a Régis passe longe deste local!


Logo em seguida, parei num posto BR mais adiante, pedi para usar o banheiro e fui atendido com muita cortezia e educação. Só não entrei na lanchonete porque era muito grande e eu não vi um local seguro para amarrar a bike. Agradeci o pessoal que me desejou uma ótima viagem e segui meu caminho.



Pela placa abaixo, 46 Km me separam da
minha primeira parada: Juquitiba.


Algumas subidas depois, alguns minutos de descanso...





Alguns lugares interessantes...



Uma curiosidade: Olhando para esses trilhos lembrei-me de meu falecido tio, o qual me explicou um dia, quando eu ainda era menino, porque haviam três trilhos. Aí então eu fiquei sabendo dos vagões de bitola larga, que ocupam os trilhos das extremidades e bitola estreita que pegaria os trilhos centrais.


Tudo azul, tal qual o céu do primeiro dia! E o acostamento farto da BR 116.


Parada para comer algumas frutas. Estou quase chegando...


As 15: 04 horas, com 117,43 Km pedalados, cheguei a estradinha que me levará ao Camping Pilacanto. É interessante que o Camping fica próximo a rodovia, mas a gente não houve um barulho sequer. É muito silencioso e sossegado.





A recepção é ótima!



Esta não joga basquete mas é muito linda!



Observem que fui recepcionado pelas gotas de chuva. O tempo estava mudando e começava a garoar. Melhor é montar a casa rápido!


Montei uma estrutura á prova de chuva.
Fiquei ainda com um bom avanço coberto.


Preparando o jantar...



A chuva está caindo cada vez mais forte. É hora de por os fones de ouvido e dormir escutando umas musicas.


Balanço do dia: Até aqui a Régis tem se mostrado uma excelente rodovia para se pedalar. Enfrentei umas poucas subidas íngremes. O acostamento é largo e limpo. O tráfego de caminhões pesados é grande, mas vez ou outra o pessoal buzina em sinal de cumprimento. Há uma excelente estrutura de restaurantes, lanchonetes, churrascarias e postos de gasolina. Até banca de frutas eu encontrei, onde comprei frutas frescas para a viagem.


Fim do primeiro dia.


Para ir para segundo dia clique aqui.

8 comentários:

  1. Véio Chique! Tinha até varanda na "casa", hehehehe!

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  2. Mas que beleza, hein!
    Como sempre nos contemplando com belas cicloviagens!

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  3. Mas que beleza, Mestre!

    Sempre nos contemplando com belas cicloviagens!

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  4. salve, ANTIGÃO!!!
    cê não cansa não?!? kkkkk
    acompanhando o relato, na surdina...hehehehe
    abraçosssss

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  5. Fala ANTIGÃO,

    1ª etapa feita com aquela maestria de sempre. Parabéns e estamos no aguardo da próxima etapa.
    Um abraço
    Marcelo
    www.pedaladas.com.br

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  6. Parabéns pelo Blog Antigão.

    Estou estreando aqui e também tenho junto com um parceiro (que é quase como sua sombra, mas é de carne e osso) que é meu irmão gemeo (por isso parece com a sombra) pelo cicloturismo. Vi nessa sua cicloaventura uma foto que tem nos incomodado nos nossos planos, que é aquela da placa proibido bikes e queria saber como vc lida com essa questão, já pedalando a tanto tempo. Um abraço.

    André - Bauru/SP

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  7. Obrigado a todos pelos comentários!
    Olha André, embora no começo da Imigrantes haja a placa proibindo o trânsito de bicicletas, sabemos que as autoridades fazem vista grossa, permitindo o pedal até pelas redondezas do Riacho Grande, ou um pouco mais para a frente. No mais, acho que a legislação deve ser obedecida. Apenas quando há acostamento e esse se transforma em "faixa adicional" eu aconselho os bikers a passar para o acostamento da contra-mão. Melhor que morrer espremido por uma carreta ou outro veículo. Importante estar bem equipado, portando capacete, luvas, etc. e com bike bem sinalizada portando refletivos e lanternas piscantes.
    A gente tem que se colocar no lugar do motorista do veículo que poderia nos atropelar.
    Abraços e ótimos passeios! Abraços também ao mano "sombra"!

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  8. Em 2007, fiz (de bike) Brasília (onde moro) a Floripa. Pedalaei pela Régis Bittencourt até Curitiba. Estrada maravilhosa. Subi duas serras casca grossa. Serra do Azeite e Serra da Bica da Onça, próxima à divisa com o Paraná. POarabéns pela sua aventura. Abraços Fernando Mendes

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